ANÁLISE: SSD WD Blue SN500 de 250 GB

ANÁLISE: SSD WD Blue SN500 de 250 GB

A linha Blue é um representante bem conhecido do portfólio da Western Digital. Nesta família a companhia aposta em HDs, SSDs SATA (AHCI), e, a partir do ano passado, incluiu uma série de unidades WD Blue compatível com o protocolo NVMe. 

Estou falando do WD Blue SN500, disponível em três opções de capacidade: 250 GB, 500 GB e 1 TB. Aqui no Hardware.com.br já testei outro SSD NVMe SN da WD, o SN750, que faz parte da série Black, topo do monte em relação aos SSDs da WD para o consumidor final.

No caso do SN500, estamos tratando de um SSD NVMe de entrada, uma opção para quem deseja abandonar as tradicionais unidades SATA (AHCI), que esbarram na limitação de uma taxa de transferência de cerca de 550 MB/s. Há também o fator da diferença do formato, o SN500, diferentemente de outras opções WD Blue, utiliza o fator de forma M.2 2280.

Recebemos da Western Digital SN500 de 250 GB, e agora você confere as nossas impressões com essa unidade.

Design e conteúdo da embalagem

O WD Blue SN500 é um SSD M.2 2280 com PCB na cor verde água. Na parte superior da unidade encontramos um adesivo que cobre boa parte da placa. Este adesivo conta com informações como o nome e a capacidade e até um código QR, que aparentemente visa barrar os falsificadores de hardware, mercado que está sempre em crescimento na China.

No canto direito do PCB vemos os dois principais elementos desta unidade. O chip de memória e o controlador, ambos SanDisk, empresa que a Western Digital comprou em 2015. Este SSD é um DRAM-Less,  Isto significa que ele não conta com um chip de memória SDRAM para cache. Veremos isso em detalhes mais pra frente. 

Na embalagem, além da unidade, há um folheto.

Performance

Configuração utilizada no teste

 

  • Placa-mãe: Gigabyte Z370XP-SLI;
  • Processador: Core i7-8700K;
  • Cooler: Watercooler PCYes NIX RGB 360mm;
  • Memória RAM: 2x 8 GB HyperX Predator RGB;
  • Placa de vídeo: RTX 2080 Ti Founders Edition;
  • SSD: WD Black NVMe de 1 TB;
  • Fonte: Corsair CX650;
  • Sistema: Windows 10 Pro 64-bit.

 

 

Vamos agora para o que interessa. Como o WD Blue SN500 performa. Vamos começar dando uma olhada numas outras questões técnicas desta unidade.

O WD Blue SN500 é um SSD de entrada em praticamente toda sua concepção, a começar pelo fato de fazer uso do barramento PCIe 3.0 x2, ao invés do X4, comum em SSDs mais poderosas. Essa diferenciação você pode fazer facilmente pela fenda adicional em uma unidade PCIe 3.0 x2 comparado ao PCIe 3.0 x4. 

O WD Blue SN500 também, como disse acima, é um modelo DRAM-Less, não há um chip de memória SDRAM para cache. Este cache, entre outras coisas, armazenar as tabelas de mapeamento que mantém o registro da localização dos dados no SSD.

Um SSD sem cache DRAM costuma ter uma performance inferior aos modelos que possuem este recurso.

No entanto, a Western Digital tem uma alternativa. Como o WD Blue SN500 é um SSD NVMe a companhia pôde tirar proveito de uma possibilidade implementada a partir do NVMe 1.2, o HMB (Host Memory Buffer). Basicamente significa utilizar uma pequena quantidade da memória RAM da sua máquina (cerca de 16 MB, no caso da Western Digital) para atuar como esse cache. Bem abaixo dos 256 e 512 MB que normalmente é empregado como cache DRAM.

Outro ponto que revela seu posicionamento de mercado – marcando-o como uma opção de entrada, principalmente em sua versão de 250 GB, capacidade que testamos, é em relação à sua taxa de leitura e escrita, 1700 MB/s e 1300 MB/s, respectivamente. Valores comuns em SSDs M.2 NVMe de entrada.

O WD Blue SN500 conta com um cache SLC desenvolvida pela Western Digital chamada nCache 3.0.

O WD Blue SN500 é baseado em memórias TCL (três bits por célula), mais precisamente chips NAND TLC de 64 camadas, mas um cache SLC (um bit por célula) é utilizado para manter a performance mais estável. O nCache 3.0 atua gerenciando o que momentaneamente vai para o SLC e a transição para o TLC, que é mais lento, liberando novamente o cache para cargas de trabalho que estejam como prioridade.

A garantia da unidade é de 5 anos. Em relação ao TBW (terabytes written),  que é a quantidade de dados que podem ser gravados na unidade antes que ela comece a passar por problemas de desgaste, no modelo de 250 GB do SN500 é 150 TB, mesmo valor do SSD NVMe de entrada Kingston A2000 em sua versão de 240 GB. Temos aqui no site a análise do A2000 de 500 GB.

Antes de passarmos  para os softwares que atestam o que o WD Black SN 750 pode oferecer, rodamos uma aplicação da própria Western Digital, o WD Dashboard, que permite, por exemplo, atualizar o firmware da unidade. Nenhuma atualização estava disponível para o WD Blue SN500.

Em seguida passamos para o software Crystal Disk Info, que lista todas as características técnicas da unidade. Confira abaixo a tela.

Rodamos também o HD Tune que lista de forma mais completa os recursos suportados pela unidade.

Vamos agora para o benchmark. Começamos com o CrystalDiskMark, ferramenta de benchmark que atesta as velocidades de leitura e escrita de unidades de armazenamento. Confira abaixo a tela com o resultado. O software foi configurado para rodar com um arquivo de 1 GB, repetimos o procedimento 3 vezes.

Na nossa próxima tela temos o resultado do teste do CrystalDiskMark com um arquivo de 32 GB, essa variação irá mostrar o impacto que o fim do cache SLC pode causar na performance do WD Blue SN500.

Durante o teste com o Crystal Disk Mark verificamos a temperatura da unidade. O pico foi de 63ºC. 

No HD Tune, executamos sua ferramenta interna de benchmark. O software indicou a velocidade média de transferência de dados do WD Blue SN500. 

Rodamos em seguida o AS SSD Benchmark, que além das taxas de leitura e escrita em diferentes cenários, atribui uma pontuação final, ela serve como parâmetro comparativo entre outras unidades.

Pontuação de outros SSDs

Por último, realizamos a transferência de um arquivo de 16,6 GB entre o WD Blue SN500 de 250 GB e o WD Black SN750 de 1 TB, e vice-versa, cronometrando o resultado.

Transferência de 16,6 GB entre o WD Blue de 250GB e o WD Black SN750 de 1 TB = 00:14.43

Transferência de 16,6 GB entre o WD Black SN750 de 1 TB e o WD Blue SN500 de 240 GB = 00:29.34.

Especificações:

  • Modelo: WD Blue SN500 (WDS250G1B0C)
  • Capacidade: 250 GB
  • Fator de forma: M.2
  • Protocolo: NVMe
  • Interface: PCIe Gen3 8 Gb/s
  • Memória: 3D NAND TLC de 96 camadas
  • Dimensões: 80 x 22 mm

Pontos positivos

  • Opção interessante como upgrade direto em relação a um SSD SATA III
  • Cinco anos de garantia
  • Opção com preço mais em conta da sua categoria

Pontos negativos

  • Ausência de DRAM para cache
  • Cache SLC bem pequeno, causando uma queda bem considerável em escrita

Veredito

Já disse algumas vezes aqui no Hardware.com.br que o mercado está numa corrida para a transição dos SSDs SATA III (AHCI) para os PCIe NVME. A Intel fala que 90% do mercado de SSDs em 2021 será comandado por unidades PCIe. O WD Blue SN500 da Western Digital cumpre bem o seu papel de opção de entrada para quem deseja dar o primeiro passo no segmento de unidades NVMe, ou até mesmo para quem busca apenas uma unidade mais compacta, aproveitando o fator de forma M.2.

O WD Blue SN500 apresentou um desempenho condizente com seu posicionamento de mercado e preço. É um SSD basicão, mas que é superior aos modelos tradicionais SATA III. Evidentemente, que a unidade peca em alguns pontos, como na questão da ausência de um chip SDRAM para cache, o fato de ter um cache SLC bem pequeno, o que causa um impacto nas taxas de transferência em alguns cenários, e também a sua comunicação via barramento PCIe x2.

Esta opção da WD conta também com 5 anos de garantia, e, em sua variante de 250 GB, modelo que testamos, é a opção com preço mais em conta no mercado brasileiro, custando a vista cerca de R$ 350.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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