ANÁLISE: WD Black PCIe SSD de 512 GB

ANÁLISE: WD Black PCIe SSD de 512 GB

 

Assim como a Kingston, a Western Digital lançou no ano passado seu primeiro SSD baseado no protocolo NVMe. Porém com propostas distintas. Enquanto a Kingston já de cara apostou em um SSD NVMe de alta performance, o KC1000 (confira a nossa análise), a WD apostou em um modelo custo x benefício da linha Black.

Em 2018 o caminho foi o inverso, a Kingston lançou o A1000, SSD NVME custo x benefício, e a WD veio com uma nova versão do Black, porém em um modelo para rivalizar com as melhores opções NVMe do mercado, e com até 1 TB de capacidade. O WD Black da linha 2017 está disponível com até 512 GB – e é justamente esse o modelo que testamos.

Se para muitos ter um SSD SATA III no computador ainda é um sonho distante, comprar um baseado em NVMe pode estar completamente fora de cogitação. Essas unidades custam bem mais caro, principalmente no Brasil, e ainda dependem de uma certa compatibilidade com a placa-mãe.

Porém como estamos falando de um protocolo desenvolvido pensando nos SSDs, e que utilizam a interface PCI-Express, o salto de performance em relação aos SSDs baseados em SATA 300 e 600 é absurdo. Uma transição tão impactante quanto do IDEA/ATA para o SATA.

Este modelo WD Black PCIe que recebemos para análise utiliza a controladora Marvell 88SS1093, memórias SanDisk 15nm TLC NAND e formato M.2 (2280) PCIe 3.0 x4.

Em relação à capacidade de armazenamento o WD Black NVMe 2017, pode ser encontrado com 256 GB e 512 GB. Já o WD Black NVMe 2018, está disponível também uma terceira variante, com 1 TB.

A velocidade de escrita varia de acordo com a capacidade de armazenamento. O WD Black de 256 GB (2017) promete 700 MB/s, enquanto o de 512 GB entrega 800 MB/s. A taxa de leitura é a mesma para ambos: 2050 MB/s.

Estrutura e conteúdo da embalagem

O WD Black NVMe é baseado no formato M.2 2280, isto é, 22 milímetros de largura e 80 milímetros de altura. Ele pode ser utilizado tanto em desktops quanto em notebooks. Na versão 2017 dessas unidades o PCB é azul, enquanto na versão 2018 a WD adotou o preto – mais condizente com o próprio nome do produto.

No plástico que recobre os módulos de memória é listado capacidade, que é de 512 GB, o modelo (WDS512G1X0C), número de série e seu nome comercial (WD Black PCIe Gen3 x4 NVMe SSD).

Em 2015 a WD comprou a SanDisk por 19 bilhões, e o efeito dessa aquisição já está aparecendo nos produtos da Western Digital, já que os chips de memória utilizados são os 3D NAND TLC de 15nm da SanDisk. A controladora é a Marvell 88SS1093, que também pode ser encontrado em outros SSDs NVMe, como o XPG SX9000, da ADATA, M8Pe, da Plextor e EPX, da Lite-On.

Uma das especificações, a meu ver, mais interessantes das unidades de armazenamento e que costumam passar despercebidos por muitos é o TBW (terabytes written), que é a quantidade de dados que podem ser gravados na unidade antes que ela comece a passar por problemas de desgaste – característica natural dos chips NAND. No caso do WD Black de 512 GB que analisamos, o TBW é 160 TB. No modelo com 256 GB esse valor é reduzido pela metade (80 GB).

O conteúdo da embalagem do WD Black NVMe de 512 GB conta apenas com a unidade propriamente dita, não há nenhum acessório ou item extra.

Performance

Configuração utilizada no teste

  • Placa-mãe: Gigabyte Z370XP-SLI
  • Processador: Core i7-8700K
  • Cooler: Cryorig R1 Ultimate
  • Memória RAM: 2x 8 GB HyperX Predator RGB
  • Placa de vídeo: GTX 1080 Ti Founders Edition
  • SSD: WD Black NVMe de 512 GB e SSD WD Blue de 1 TB
  • Fonte: Corsair CX650
  • Sistema: Windows 10 Pro 64-bit

Começamos rodando um software da própria Western Digital, o WD SSD Dashboard, utilizado para o gerenciamento da unidade, como, por exemplo atualização de firmware, limpeza de cache, temperatura, entre outras coisas. O software em sua versão atual (2.3.2.4) conta com 122 MB e pode ser baixado aqui.

Assim que rodamos pela primeira vez a versão do firmware listada foi a B35500WD. Uma atualização estava disponível, a B35900WD. Fizemos o processo de upgrade antes do teste.

Para efeito comparativo prático do ganho de performance que uma unidade NVMe pode oferecer perante as tradicionais SATA III, rodamos o WD Black juntamente com o SSD WD Blue de 1 TB (SATA III). Esse modelo de 2,5 polegadas promete 560 MB/s de leitura e 530 MB/s de gravação.

Assim como o WD Black o WD SSD Dashboard reconheceu o WD Blue, e também havia uma atualização de firwmare disponível. Passando do X61130WD para o X61190WD.

Além do WD SSD Dashboard a Western Digital também oferece aos usuários de suas unidades uma versão especial do software Acronis True Imagem, que permite, por exemplo, clonar o disco.  O donwload pode ser feito aqui.

Passamos agora para o Crystal Disk Info, que lista as principais características do WD Black de 512 GB O software confirma o uso do padrão NVME 1.2, método de transferência (PCIe 3.0 x4), e a temperatura, que estava em 72º. Uma característica dos drives NVMe é a sua alta temperatura de operação – quando comparado com os modelos SATA 600. Enquanto o WD Black estava em 72º o WD Bue registrava 29º.

Em relação aos recursos suportados há um outro software que detalha bem esses atributos, o HD Tune. Confira abaixo um print mostrando todos os recurso suportados pelo WD Black de 512 GB.

Partimos agora para um segundo software da família CrystalDisk, dessa vez com o CrystalDiskMark, que é uma ferramenta de benchmark que atesta as velocidades de leitura e escrita de unidades de armazenamento. Confira abaixo a tela com o resultado. O software foi configurado para rodar com um arquivo de 1 GB e repetimos o procedimento 3 vezes.

Resultado com o WD Black NVMe 512 GB:

Resultado com o WD Blue de 1 TB:

Rodamos também um software similar ao Crystal Disk Mark, o AS SSD Benchmark, que além das taxas de leitura e escrita em diferentes cenários, atribuiu uma pontuação final, que serve como parâmetro comparativo entre outras unidades.

Resultado com o WD Black NVMe de 512 GB:

Resultado com o WD Blue de 1 TB:

Também realizamos a transferência de um arquivo de 16,6 GB GB entre o WD Black PCIe de 512 GB e o WD Blue de 1 TB, e vice-versa, cronometrando o resultado.

Transferência de 16.6 GB do WD Black PCIe de 512 GB para o WD Blue de 1 TB: 00:35.02

Transferência de 16.6 GB do WD Blue de 1 TB para o WD Black PCIe de 512 GB: 01:19.50

Especificações

  • Modelo: WD Black PCIe NVMe (WDS512G1XoC)
  • Interface: PCIe Gen3 8 Gb/s
  • Capacidade: 512 GB
  • Controlador: Marvell 88SS1093
  • NAND: TLC ( SanDisk 15nm)
  • Formato: M.2 2280
  • MTTF: 1.75M Horas
  • TBW: 160 TB

Pontos Positivos

  • Desempenho
  • Adicionais interessantes, como o WD SSD Dashboard e o Acronis True Imagem
  • Protocolo NVMe Pcie 3.0 x4

Pontos Negativos

  • Temperatura bem elevada
  • Preço

Veredito

Unidades NVMe ainda permanecem como um upgrade caro e que só vale realmente quando estamos tratando de um cenário de uso profissional ou entusiasta. No geral, um SSD SATA III continua segurando a onda muito bem – analisando por um perspectiva custo x benefício e na realidade dos preços no Brasil. Obviamente esses SSDs dão continuidade à transição de quem saiu de um HD foi para um SSD SATA III e agora conta com o NVMe, protocolo projetado para essas unidades de estado sólido, como nova alternativa.

O WD Black PCIe, edição 2017, foi a primeira aposta (atrasada) da Western Digital nesse mercado NVMe. Entregando um modelo que preza o custo mais baixo, mas em contrapartida, com taxas de leitura e escrita mais modestas – que superam facilmente os SSDs SATA III, que ficam restritos às limitações do protocolo AHCI. 

A compatibilidade com um dashboard para facilitar o upgrade do firmware e uma versão especial do Acronis True Imagem, que permite de forma simplificada migrar o conteúdo de um disco para o outro, são adicionais interessantes. 

Além do preço nada convidativo – na casa dos R$959 (preço que encontramos no Mercado Livre), a temperatura também deixa a desejar, durante o teste com o Crystal Disk Mark e o AS SSD Benchmark o SSD bateu na casa dos 80º, atingindo a temperatura máxima informada pela Western Diital para garantir que os dados sejam salvos sem problemas. Durante o teste a configuração utilizada estava numa bancada e a temperatura ambiente em 24º.


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Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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