No ano passado a Kingston finalmente entrou para o mercado de unidades de armazenamento baseadas em NVMe, um passo importante e necessário, já que a concorrência em torno das unidades baseadas nesse padrão está cada vez mais acirrada.
Além de cada vez mais unidades NVMe estarem desembarcando no mercado, uma transição natural e que está ganhando forma é o lançamento de SSDs NVME mais modestas, e com custo mais baixo, no caso da Kingston, essa primeira opção é o AC1000.
Porém hoje iremos tratar da outra extremidade, a alta performance, já que a primeira unidade de Kingston baseada em NVMe lançada é o KC1000, voltado para o público entusiasta, e consequentemente, com preço mais salgado.
O KC1000 está disponível em três opções de armazenamento: 240 GB, 480 GB e 960 GB. O modelo que recebemos da Kingston para análise é o de 480 GB, que chegou ao Brasil em junho do ano passado por R$ 1.849 – preço referente ao modelo que acompanha apenas a unidade no formato M.2 (que é o que estamos testando), e R$ 1.949,00, na variante que acompanha no kit a placa HHL. Como fizemos o teste em um notebook, a opção de instalar a unidade diretamente no slot M.2 da placa-mãe é a única opção cabível.
Atualmente é possível encontrar esse modelo que testamos por R$ 1.399, preço que ainda é elevado, porém com uma boa redução em relação ao preço de lançamento. Como estamos tratando da primeira unidade NVMe da Kinsgton, companhia tradicional no lançamento de unidades de armazenamento, o KC1000 promete ser realmente bem poderoso, confira abaixo se toda essa grande expectativa é correspondida!
Características:
O KC1000 segue o formato de outras tantos SSDs M2 no mercado, o 2280, um dos cinco tamanhos de SSDs M.2 que podem ser fabricados. Esse 2280 significa que a unidade possui 22 milímetros de altura e 80 milímetros de largura.
As diferenças mais interessantes ficam por conta das suas características técnicas. Além de ser baseado em NVMe PCIe 3.0 x4, o KC1000 conta com um controlador Phison PS5007-E7, utilizado em outras unidades, como o MP500, primeiro SSD NMVe da Corsair, que também foi lançado no ano passado.
Em relação à memória, o KC1000 é baseado em MLC 2D Nand da Toshiba de 15nm. Um detalhe aqui, e que é uma escolha natural em unidades de alta performance é o uso de memórias MLC, que garantem maior durabilidade e velocidade, porém com custo de fabricação mais alto. No caso da AC1000, que é alternativa mais barata da Kingston para unidades NMVe a memória é TCL, a mudança está de acordo com sua proposta no mercado (custo mais baixo).
Assim como acontece em outras linhas com variedades de capacidade de armazenamento as taxas de leitura e escrita prometidas variam. No caso do KC1000 de 240 GB os valores são: 2700 MB/s de leitura sequencial e 900 MB/s de escrita sequencial. Já nos modelos com 480 GB e 960 as taxas de leitura e escrita sequencial são as seguintes: 2700 MB/s e 1600 MB/s, respectivamente.
Uma das especificações, a meu ver, mais interessantes das unidades de armazenamento e que costumam passar despercebidos por muitos é o TBW (terabytes written), que é a quantidade de dados que podem ser gravados na unidade antes que a unidade comece a passar por problemas de desgaste, característica natural dos chips NAND. No caso do KC1000 de 480 é 550 TB, superior ao encontrado em outras excelentes unidades NVMe, como o Samsung 960 Pro, que no modelo com 512 GB conta com o TBW de 400 TB.
A embalagem do Kingston KC100, além da unidade, devidamente acomodada em uma espuma, traz um manual com algumas instruções e um código de ativação para utilizar o programa Acronis True Imagem HD, utilizado para clonar os dados de alguma unidade.
Desempenho
O teste do KC1000 foi realizado no notebook Titanium G1513 XTI, da Avell. Esse modelo é baseado em um processador Core i5 7300HQ, 16 GB de memória DDR4 e a placa de vídeo GTX 1050 Ti.
A unidade foi executada com o seu firwmare mais recente, informação que foi verificada através de um próprio software da Kingston, o SSD Manager (clique aqui para baixar), que além de classificar o estado da unidade ainda mostra a temperatura, número de série, partição correspondente, entre outras coisas.
Tela do SSD Manager da Kingston
Com o Crystal Disk Info fica ainda mais fácil de verificar as principais características do KC1000. Abaixo você pode conferir um print do software mostrando todas as informações da unidade.
Partimos agora para um segundo software da família Crystal Disk, dessa vez com o Crystal Disk Mark, que é uma ferramenta de benchmark que atesta as velocidades de leitura e escrita de unidades de armazenamento. Confira abaixo a tela com o resultado. O software foi configurado para rodar com um arquivo de 1 GB e repetimos o procedimento 3 vezes.
Rodamos também um software similar ao Crystal Disk Mark, o AS SSD Benchmark, que além das taxas de leitura e escrita em diferentes cenários, atribuiu uma pontuação final, que serve como parâmetro comparativo entre outras unidades. No caso do teste com o AS SSD, as taxas de leitura e escrita registradas foram mais altas das descritas pelo Crystal Disk Mark.
Também realizamos a transferência de um arquivo de 4.71 GB entre o KC1000 e um SSD Plextor de 240 GB, que também é do formato M.2, mas infelizmente não é NVMe, igual o da Kingston. Com isso, a unidade mais lenta atua como limitador, influenciando no desempenho. Mesmo com esse detalhe, o resultado foi o seguinte:
Transferência de 4.71 GB do SSD Plextor de 240 para o KC1000 de 480 GB: 5 segundos e 70 milésimos
Transferência de 4.71 GB do KC1000 de 480 GB para o Plextor de 240 GB: 1 minuto e 15 segundos
Especificações:
- Factor de forma: M2 2280
- Interface: NVMe PCIe Gen Lanes 3,0 x4
- Capacidade: 480GB
- Controlador: Phison PS5007-E7
- NAND: MLC
- Vibração Operacional: 2,17G Peak (7-800Hz)
- Vibração fora de operação: 20G Peak (20-1000Hz)
- MTBF: 2.000.000
- Temperatura de armazenamento: -40º C a 85º C
- Temperatura de funcionamento: 0º C a 70º C
Pontos Positivos:
- Excelente desempenho
- Uso do protocolo NVMe 1.2
- Opção de compra: diretamente em M.2 ou acompanhado da placa HHL
Pontos Negativos:
- Preço elevado
- Temperatura elevada em determinadas situações
Veredito:
O KC1000 é um excelente SSD, um acerto da Kingston em sua entrada no mercado de unidades sob protocolo NVMe. Porém estamos diante de um produto totalmente de nicho, seja por seu preço elevado ou por seu desempenho, que compensa somente para usuários entusiastas, principalmente para aqueles que irão lidar com aplicações profissionais. Suas taxas elevadas de leitura e escrita são uma mão na roda, por exemplo, na descompactação de grandes arquivos. Um problema que “grita” no KC1000 é a temperatura, em alguns casos, quando rodamos o Crystal Disk Mark, a temperatura ficou na casa dos 80 graus. Devido a esse fator o uso dessa unidades em uma placa-mãe com o slot M.2 com dissipação é altamente recomendável.
Além da performance, o TBW de 500 TB do KC1000 é outro detalhe que joga a favor, superando alguns outros modelos do mercado. Essa característica juntamente com o uso da memória MLC, comprova que o KC1000 além de poderoso é realmente feito para durar!
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