ANÁLISE: SSD WD Black SN750 de 1 TB

ANÁLISE: SSD WD Black SN750 de 1 TB

Anunciado em janeiro, o WD Black SN750 é a terceira geração de SSDs da Western Digital compatível com o protocolo NVMe. Aqui no Hardware.com.br já testamos as duas anteriores, confira clicando aqui e aqui. Além de um novo posicionamento de marca e uma melhora na performance a terceira geração dos SSDs NVMe da WD traz pela primeira vez na série uma versão com 2 TB de capacidade e a disponibilidade da unidade com ou sem dissipador – produzido pela EKWB. Um dissipador deste em uma unidade NVMe, que é bem mais quente que uma SATA AHCI convencional, é realmente bem útil, já que mantém a temperatura e a performance mais equilibrada.

WD Black SN750

No Brasil a linha WD Black SN750 chegou no mês passado em 3 opções de capacidade: 250 GB, 500 GB e 1 TB. A versão com 2 TB, disponível no mercado internacional, ficou de fora. Felizmente, a versão com dissipador também está disponível no mercado nacional. Recebemos da Western Digital o WD Black SN750 de 1 TB para análise, na versão sem dissipador. Posteriormente receberemos para efeito comparativo o modelo com o heatsink da EKWB.

Design

WD Black SN750

O WD Black SN 750 é um SSD M.2 2280 baseado no protocolo NVMe 1.3. Sua interface é a PCI-Express 3.0 x4. Ele pode ser utilizado tanto em desktop quanto em dispositivos móveis. Lembrando que na versão com dissipador a unidade fica com uma altura de 8,1mm, isto pode ser um fator limitador no uso em determinadas configurações.

Diferentemente da primeira versão do WD Black NVME, em que o PCB era na cor azul, tanto a segunda quanto a terceira geração a placa é na cor preta – condizente com a própria linha em que ele está inserido. No SN750 a WD também está promovendo alterações para a marca. Como a própria Western Digital explica em comunicado: “Com foco no mercado de games, a Western Digital transformou o nome de seu principal produto voltado para esse segmento, o WD_Black, em uma linha especializada em soluções high-end para os PC gamers. Com uma identidade visual própria, a empresa desenhou uma nova embalagem para toda a linha com um logo que poderá ser facilmente identificado pelos consumidores”.

Confira abaixo lado a lado as três gerações de SSD da linha WD Black:

WD-Black-SN750

O conteúdo da embalagem inclui apenas o SSD e um folheto com informações.

Performance

Configuração utilizada no teste

  • Placa-mãe: Gigabyte Z370XP-SLI
  • Processador: Core i7-8700K
  • Cooler: Watercooler PCYes NIX RGB 360mm
  • Memória RAM: 2x 8 GB HyperX Predator RGB
  • Placa de vídeo: RTX 2080 Ti Founders Edition
  • SSD: WD Black NVMe de 1 TB
  • Fonte: Corsair CX650
  • Sistema: Windows 10 Pro 64-bit

O WD Black SN 750 é baseado na controladora WDC-SanDisk 2082007011 e nos chips de memória 3D TLC NAND de 64 camadas, produzido nas instalações da SanDisk, utilizando o processo de 10nm. As empresas pertencem ao mesmo grupo, em 2015 a Western Digital comprou a SanDisk por US$ 19 bilhões.

A Western Digital promete uma garantia de 5 anos para o SSD. Em relação ao TBW, terabytes written,  que é a quantidade de dados que podem ser gravados na unidade antes que ela comece a passar por problemas de desgaste. Como de praxe, varia de acordo com a capacidade da unidade. No caso do modelo de 1 TB (WDS100T3X0C) que analisamos são 600 TB. Para os demais modelos é o seguinte: 200 TB (250 GB), 300 TB (500 GB) e 1.2 PB (2 TB).

O WD Black SN750, assim como outras unidades da companhia, utiliza uma tecnologia de gerenciamento inteligente de cache desenvolvida pela Western Digital chamada nCache 3.0. O SSD é baseado em memórias TCL, mas um cache SLC é utilizado para manter a performance mais estável. O nCache 3.0 atua gerenciando o que momentaneamente vai para o SLC e a transição para o TLC, que é mais lento, liberando novamente o cache para cargas de trabalho que estejam como prioridade no cache.

Antes de passarmos  para os softwares que atestam o que o WD Black SN 750 pode oferecer rodamos uma aplicação da própria Western Digital, o WD Black Dashboard, que permite, por exemplo atualizar o firmware da unidade. Nenhuma atualização estava disponível.

Para o lançamento do WD SN750 a Western Digital promoveu uma mudança completa no visual do dashboard, e incluiu uma nova função, o Modo de Jogo. Essa opção, de acordo com a fabricante, “permite desabilitar o modo de baixa energia e mantém o SSD funcionando em níveis máximos para sustentar uma execução mais longa quando desejarem um desempenho alto, consistente e ininterrupto”. Vamos ver como se comporta na prática!

Vamos agora dar uma olhada nos demais aspectos técnicos da unidade, através do software Crystal Disk Info. Dentre as informações mais interessantes, ele revela os recursos suportados pelo WD Black SN750 que no caso é listado apenas o S.M.A.R.T. Como já havíamos comentado anteriormente, o protocolo é o NVMe 1.3 e a interface é o PCI-Express 3.0 x4. A temperatura registrada foi 53ºC, praticamente a mesma do WD Black lançado no ano passado: 54ºC.

Rodamos também o HD Tune que lista de forma mais completa os recursos suportados pela unidade.

Partimos agora para um segundo software da família CrystalDisk, dessa vez com o CrystalDiskMark, que é uma ferramenta de benchmark que atesta as velocidades de leitura e escrita de unidades de armazenamento. Confira abaixo a tela com o resultado. O software foi configurado para rodar com um arquivo de 1 GB e repetimos o procedimento 3 vezes. Colocamos também os dados com o tal modo jogo habilitado para ver se alguma diferença era notada.

Resultado com o modo jogo desabilitado:

Resultado com o modo jogo habilitado

O resultado realmente foi melhor com o modo jogo habilitado, mas a temperatura foi sacrificada. Durante os testes o WD Black SN750 alcançou 71ºC. O modo jogo é uma adição interessante, mas sem dúvida seu uso é recomendado apenas na versão do SSD com o dissipador.

Vamos agora para o AS SSD Benchmark, que além das taxas de leitura e escrita em diferentes cenários, atribuiu uma pontuação final, que serve como parâmetro comparativo entre outras unidades.

Resultado com o modo jogo desabilitado

Resultado com o modo jogo habilitado

Confira abaixo a pontuação de alguns outros SSDs que já analisamos no site:

Também realizamos a transferência de um arquivo de 16,6 GB entre o WD Black NVMe (2018) de 1 TB e o WD Black SN750, e vice-versa, cronometrando o resultado.

Transferência de 16,6 GB entre o WD Black NVMe (2018) e o WD Black SN750 = 00:09.90

Transferência de 16,6 GB entre o WD Black SN750 e o WD Black NVMe (2018) = 00: 10.47

Especificações

  • Marca: WD
  • Modelo: WDS100T3X0C
  • Interface M.2 2280: PCIe Gen3 de 8 Gb/s, até 4 vias
  • Capacidade: 1 TB
  • TBW: 600 TB
  • MTTF: 750 000 horas
  • Leitura até: 3470 MB/s
  • Escrita até: 3000 MB/s

Pontos positivos

  • Desempenho
  • Renovação do aplicativo de gerenciamento
  • Modo Jogo
  • Garantia de 5 anos

Pontos negativos

  • Temperatura com o modo jogo ativo
  • Preço

Veredito

O WD Black SN750 é um ponto de virada no hall de unidades NVMe da WD. A companhia apostou em uma nova identidade visual e forma de oferecer o produto, apostando, além da versão tradicional, sem o dissipador de calor, algo comum no mercado de SSDs M.2 NVMe, em um modelo especial com o heatsink da EKWB.

A versão que testamos, sem o dissipador, garante melhorias em relação ao WD Black do ano passado, mas a experiência em si fica devendo, já que um dos trunfos que a Western Digital promove na campanha é o modo jogo da sua nova dashboard, e a melhor forma de usufruir do modo jogo, que dá um boost na performance, é através da versão com o dissipador, já que, como verificamos no teste, a versão sem heatsink fica com uma temperatura bem elevada quando a opção está habilitada.

A performance foi satisfatória, entregando um pouco além do que a WD promete na embalagem em termos de leitura e escrita. Conseguimos registrar 3496 MB/s em leitura e 3022 MB/s em escrita. Como já citamos acima, a dashboard foi renovada, e é um grande acerto do produto. Sua interface está bem caprichada!

O preço ainda é um fator complicado quando falamos de SSDs NVMe, ainda mais em modelos com taxas de transferência tão elevadas e alta capacidade. A versão que testamos, com 1 TB, está saindo no Brasil por R$ 1.700, à vista! Realmente bem salgado. E vale sempre reforçar que este é um produto completamente voltado para um segmento, acaba não sendo levado em consideração por 99,9% das pessoas que estão pensando em adotar um SSD na máquina.

Uma coisa boa desse tsunami de SSDs NVMe no mercado é que os modelos SATA convencionais, baseados em AHCI,estão ficando cada vez mais baratos. Mas para o mercado e os early adopters de plantão a roda de novidades não pode parar. Até o fim do ano já teremos uma nova leva de SSDs com ainda mais performance, unidades baseadas em PCI-Express 4.0. Um modelo da Gigabyte, revelado recentemente, promete 5.000 MB/s em leitura e 4.400 MBs/ em escrita.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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