Na última quarta-feira (16), durante o evento Snapdragon Summit, a Qualcomm apresentou um novo processador. Dessa vez o chip será dedicado para realidade aumentada. Trata-se do Snapdragon AR2 Gen 1. Ele irá equipar óculos de realidade aumentada e já está nos planos de empresas como Lenovo, LG, Xiaomi, dentre outras fabricantes.
Leia também
O que é metaverso? Entenda como o real e virtual fica cada vez mais semelhante
Qual foi o primeiro filme que usou computação gráfica?
Diferenças entre realidade aumentada e realidade virtual
É bem verdade que na cabeça do grande público, os temas realidade virtual e realidade aumentada já estão bem desgastados. Muito por causa do tal metaverso, que Mark Zuckerberg tentou empurrar goela abaixo de todo mundo nos últimos meses. No entanto, as empresas sabem que essas tecnologias são importantes e, por isso, não deixam de investir nela.
Antes de mais nada, vamos esclarecer as diferenças entre realidade aumentada e realidade virtual. Ambos os termos costumam causar confusão na cabeça dos usuários. Realidade virtual exige o uso de um headset. Essa tecnologia cria um cenário totalmente novo, que só pode ser visto através das lentes do headset de realidade virtual.
Já a realidade aumentada, por sua vez, apenas sobrepõe alguns elementos digitais ao mundo real. Um exemplo clássico é o jogo Pokémon Go. Os monstrinhos aparecem no cenário real, ou seja, nos cômodos da casa, na rua e em qualquer lugar para onde você aponte a câmera. Caso queira se aprofundar um pouco mais neste tema, já temos um artigo publicado sobre isso:
Vantagens do Snapdragon AR2 Gen 1
Estabelecidas as devidas diferenças, o novo chip Snapdragon AR2 Gen 1 será dedicado à realidade aumentada. Esse tipo de tecnologia exige muito menos poder de processamento para funcionar. É por isso que esse novo chip da Qualcomm consegue gastar menos energia. Além disso, ele é mais leve que o XR2 Gen 1, que é usado em headsets.
O Snapdragon AR2 Gen 1 é fabricado em um processo de litografia de 4 nanômetros. É o mesmo processo da TSMC usado para fabricar o Snapdragon 8 Gen 2, novo processador top de linha da Qualcomm.
Dentre as vantagens do novo chip de realidade aumentada em comparação com o antigo XR2 Gen 1, está o fato dele consumir metade da energia, ocupar uma área 40% menor e ter um desempenho em inteligência artificial 2,5 vezes maior.
Óculos de realidade aumentada bonitos e confortáveis
O Snapdragon AR2 Gen 1 é, na verdade, composto por três chips. Há um processador de realidade aumentada; um coprocessador e um terceiro chip responsável pela conectividade. Ao serem implementados em um óculos, dois deles ficam localizados nas hastes. E o terceiro fica entre as lentes.
Esse arranjo permite uma melhor distribuição do peso. Com isso, as fabricantes conseguirão criar óculos de realidade aumentada com armações bonitas e confortáveis. A ideia é que os usuários usem os óculos de realidade aumentada assim como usam os óculos comuns.
Além disso, o óculos terá que ser pareado com um outro dispositivo. Este pode ser um smartphone ou computador, por exemplo. Assim, parte do processamento é feito pelo dispositivo host.
Outros recursos e disponibilidade
Dentre os recursos oferecidos pelo Snapdragon AR2 Gen 1, os mais legais são o suporte para até nove câmeras! Isso permite ao processador entender melhor todo o ambiente e também os movimentos que o usuário faz.
Além disso, o chip conta com um motor de aceleração de hardware dedicado e também um acelerador de inteligência artificial. O objetivo é diminuir a latência entre o rastreamento das mãos e as interações com o sistema.
Assim como ocorre no Snapdragon 8 Gen 2, o novo chip de realidade aumentada da Qualcomm conta com o sistema FastConnect 7800. Ele tem suporte ao Wi-Fi 7 e promete latências inferiores a 2 ms.
Tudo isso parece bastante promissor. Mas, infelizmente, ainda não há uma data certa para a chegada dos primeiros óculos de realidade aumentada equipados com o AR2 Gen 1. Empresas como Xiaomi, Lenovo, LG, Tencent, TCL e Oppo já estão desenvolvendo seus produtos e não deram nenhuma previsão de lançamento.
Veja também
Sobre o Autor
Deixe seu comentário