A Activision adiou o lançamento do jogo da franquia Call of Duty que chegaria no ano que vem, mas sem justificar os motivos. Além disso, a empresa também não determinou uma nova data de lançamento.
Desse modo, pela primeira vez, desde Call of Duty 2, de 2005, a Activision não lançará uma edição da franquia anualmente, de acordo com fontes próximas da empresa.
A informação foi divulgada por Jason Scheirer, um dos maiores nomes do jornalismo de games e autor do livro “Sangue, Suor e Pixels”, de 2017.
Anteriormente, Schreier publicou uma matéria relatando que desacelerar o cronograma de lançamento de Call of Duty poderia “reduzir as intensas cargas de trabalho” dos desenvolvedores.
Enfim, com a confirmação por parte da Activision, a justificativa, por parte dos executivos da empresa, é o fato de que o lançamento anual de jogos da franquia principal são o motivo pelo qual os títulos mais recentes não atingiram as expectativas.
Além disso, as fontes afirmaram que a decisão não tem a ver com a recente aquisição da Activision pela Microsoft, pois a Activision continua autônoma, mas a Microsoft pode alterar esse modelo após a aprovação da aquisição, que, inclusive, pode ser bastante conturbada.
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Activision pode ter prejuízos financeiros sem Call of Duty em 2023
Com o adiamento de um novo Call of Duty em 2023, a Activision terá prejuízos que poderão afetar toda a indústria dos games.
Isso porque, como dito no início do texto, a empresa lança um novo jogo premium da franquia desde 2005. Aliás, Call of Duty não é uma franquia qualquer para a Activision e, também, para as fabricantes de console.
Desde o início da franquia, em 2003, os jogos de Call of Duty costumam ficar no topo das listas anuais de jogos mais vendidos, com mais de 400 milhões de unidades no total.
Entretanto, isso mudou no ano passado com o lançamento de Call of Duty: Vanguard. O 18º Call of Duty não conseguiu bater as expectativas de vendas da Activision.
Canibalismo corporativo é como os executivos da empresa enxergam esse resultado ruim devido à proximidade de lançamento entre os dois últimos jogos.
Canibalismo corporativo é a redução de preços, por parte da própria empresa, de um produto anterior após lançar algo novo. Exemplificando, a Activision lançou Vanguard um ano após Call of Duty: Black Ops Cold War chegar ao mercado.
Além disso, a cereja do bolo é Call of Duty: Warzone, versão battle royale gratuita que continua a ser um enorme sucesso. Esse sucesso, consequentemente, afastou os gamers das versões pagas de COD.
Investimento em Warzone será a chave para evitar o prejuízo
Para evitar o prejuízo com a ausência um novo título premium para 2023, a Activision trabalha em outros projetos para lançar no ano que vem.
Esses projetos incluem conteúdos adicionais na sequência de COD: Modern Warfare, que chega no segundo semestre deste ano, e, certamente, em Warzone. O Warzone ganha novidades mensalmente para, afinal de contas, garantir a base de jogadores.
“Lançaremos uma boa quantidade de conteúdos premiums e gratuitos de Call of Duty para este ano. Esperamos compartilhar mais detalhes no momento certo”, afirmou um porta-voz da Activision.
Em contrapartida, o jogo adiado fica nas mãos do estúdio Treyarch, da Activision, que desenvolve os jogos Call of Duty: Black Ops desde o primeiro lançamento, em 2010.
O desenvolvimento dos jogos de COD fica por conta de vários estúdios da Activision. O lançamento deste ano é da Infinity Ward, que também lançou o reboot de Modern Warfare em 2019.