Comunidades no WhatsApp é o mais novo recurso do aplicativo

Comunidades no WhatsApp é o mais novo recurso do aplicativo

O WhatsApp anunciou hoje (14) o novo recurso Comunidades, que será adicionado em breve ao aplicativo.

A nova função do mensageiro irá permitir que os usuários reúnam “grupos relacionados sob uma mesma estrutura que funcione” para eles.

Assim, analogamente às finalidades de aplicativos como Slack e Trello, cujo foco é a comunicação entre profissionais e empresas, as Comunidades do WhatsApp contarão com novas ferramentas para os administradores.

Entre essas ferramentas, estão o envio de avisos a todos os participantes da comunidade e o controle de quais grupos podem entrar.

Como funcionará o recurso Comunidades do WhatsApp

Comunidades WhatsApp
A interface de usuário das Comunidades ainda não é oficial. Créditos: WhatsApp

Os administradores serão responsáveis por criar e gerenciar as Comunidades do WhatsApp, escolhendo quais grupos farão parte delas, criando novos grupos ou adicionando grupos existentes.

Além disso, eles também poderão remover grupos e membros da Comunidade e apagar mensagens ou arquivos de mídia abusivos, ou inadequados para todos os membros do grupo.

De acordo com o WhatsApp, a plataforma irá oferecer aos administradores “as melhores práticas para usar esses novos recursos”.

Além de novas ferramentas para administradores, as Comunidades também oferecerão mais controle aos usuários sobre suas interações.

As configurações atuais do WhatsApp permitem que os usuários decidam quem pode adicioná-los a um grupo. Essas configurações também serão válidas para as Comunidades.

Os usuários também poderão denunciar abusos, bloquear contatos e sair das Comunidades caso não queiram mais fazer parte delas.

O WhatsApp também permitirá que um usuário saia de um grupo de maneira silenciosa, “sem que ninguém seja notificado, caso decidam que a conversa não é mais do seu interesse”.

Novidades que abrangem toda a plataforma

Comunidades WhatsApp

O WhatsApp também anunciou hoje (14) uma “série de melhorias na maneira como os grupos funcionam”, mesmo sem fazer parte de uma Comunidade.

De acordo com a companhia, esses recursos chegarão gradualmente nas próximas semanas, ou seja, antes das Comunidades chegarem ao WhatsApp:

https://twitter.com/wcathcart/status/1514620654204596226

  • Reações: as reações com emojis estão chegando ao WhatsApp para que as pessoas possam expressar opiniões rapidamente, sem precisar inundar as conversas com novas mensagens.
  • Mensagens apagadas por administradores: administradores de grupos poderão apagar mensagens problemáticas ou inadequadas para todos os participantes.
  • Compartilhamento de arquivos: estamos aumentando o limite do compartilhamento de arquivos para até 2 GB, para que as pessoas possam colaborar facilmente em projetos.
  • Chamadas de voz com mais participantes: disponibilizaremos chamadas de voz em que até 32 pessoas poderão entrar com apenas um toque, com um design totalmente novo, para aquelas horas em que falar ao vivo é melhor que por escrito.
Chamadas de voz com até 32 pessoas e um novo design.

Foco institucional é o trunfo contra os rivais

O WhatsApp faz questão de destacar o foco institucional do recurso Comunidades, conforme aborda o vídeo acima.

Ironicamente, o anúncio da função poucas semanas após a justiça do Brasil começar a reconhecer a validade de demissão por justa causa em relação à comentários negativos à empresa feitos através do WhatsApp.

“Acreditamos que as Comunidades tornarão mais fácil para um diretor de escola reunir todos os pais e responsáveis para compartilhar avisos importantes e criar grupos para turmas específicas e atividades extracurriculares ou voluntárias”.

Aliás, a ferramenta já estava em desenvolvimento há algum tempo, mas se foi premeditada, não vem ao caso.

O fato em questão é que o WhatsApp quer diversificar os recursos da plataforma para evitar a migração de usuários.

O recurso Comunidades, assim como a função de pagamentos, será uma das novas ferramentas do WhatsApp que ajudará a plataforma a sair do campo da socialização.

Outra razão extremamente importante é que as Comunidades serão um trunfo do WhatsApp em relação aos principais rivais, como o Telegram, que cresceu bastante desde o conflito entre Rússia e Ucrânia.

“Enquanto outros apps oferecem conversas em grupo sem limites, desenvolvemos o WhatsApp para atender às necessidades de organizações e outros grupos em que as pessoas já se conhecem. Diferentemente das mídias sociais e outros serviços de mensagens, no WhatsApp não será possível procurar ou descobrir novas Comunidades”.

Segundo Mark Zuckerberg, a nova função nasceu da transformação digital 

Na publicação anunciando o novo recurso, o WhatsApp comenta sobre a forma como a pandemia forçou a humanidade a encontrar novas maneiras para trabalhar.

Essas novas formas, certamente, são um dos fatores cruciais pela transformação digital atual, que nos levará ao metaverso e à web 3.0.

Aliás, o próprio CEO do Meta, Mark Zuckerberg, enfatiza que a criação do recurso Comunidades se deu pela transformação da comunicação online atual.

“Atualmente, a maioria usa redes sociais e feeds de notícias para descobrir conteúdos interessantes e se manter informada. Por outro lado, para um nível maior de interação, a troca de mensagens se tornou o centro de nossas vidas digitais. É mais íntima e privada, e com criptografia, também é mais segura”,  declarou Zuckerberg.

O fundador do Facebook — e principal nome responsável pela transformação digital anterior — declarou que sua empresa trabalha para desenvolver  “a próxima geração de mensagens privadas”.

Obviamente, Zuckerberg citou o foco em privacidade e segurança, sobretudo em chamadas de vídeo e de voz e nas transações financeiras.

“Com o anúncio de hoje, levaremos isso ainda mais adiante e permitiremos que as pessoas se comuniquem com diferentes comunidades de suas vidas”, escreveu Zuckerberg.

O CEO do Meta afirmou que o novo recurso será lançado de maneira lenta e gradativa no WhatsApp, o que ele espera ser uma evolução importante para a plataforma e para a comunicação online em geral.

Para Mark, mensagens instantâneas em comunidades precisarão estender os protocolos de mensagens individuais para facilitar a comunicação em grupo.

Por fim, Zuckerberg afirmou que os testes de Comunidades do WhatsApp começaram hoje.

Comunidades é a aposta para aumentar a presença do WhatsApp nos EUA 

Apesar de contar com mais de 70 milhões de usuários no seu país de origem, o WhatsApp ainda não conseguiu superar a popularidade do SMS no público americano.

Atualmente, a Índia é o país onde o WhatsApp é mais popular com 488 milhões de usuários. Em seguida, obviamente, aparece o Brasil, com 118,5 milhões de pessoas usando o aplicativo, ou seja, mais da metade da população do país.

Ranking dos países com mais usuários do WhatsApp. Os usuários da plataforma nos EUA correspondem a menos de 30% da população do país. Créditos: Statisa

Aumentar a sua presença na maior economia do mundo é algo interessante para a plataforma e para o Meta, que visa capitalizar na criptografia de ponta a ponta do WhatsApp e no movimento de migração de grupos em grandes redes sociais para comunidades privadas.

Além disso, com o rebranding do Facebook para Meta, a empresa, possivelmente enxergou o momento chave para impulsionar o WhatsApp nos EUA, embora Cathcart negue que isso tenha sido um fator para a nova atitude da plataforma.

Portanto, em janeiro, o WhatsApp lançou um comercial de TV transmitido no intervalo de uma partida de futebol americano ressaltando a segurança do aplicativo em relação a outras formas de mensagens instantâneas.

Confira o vídeo abaixo.

A criptografia de ponta a ponta é o diferencial, segundo o WhatsApp

Embora tenha mais de dois bilhões de usuários mundialmente, o WhatsApp sofre com críticas sobre a forma como lida com a privacidade dos usuários, mas ao entrar no território das plataformas de workplace, a empresa pode expandir seu público.

Comunidades WhatsApp

À época do comercial para TV americana, o diretor do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou haver, desde os primeiros anos da pandemia, um crescimento absurdo no tempo que as pessoas passam online.

Entretanto, segundo Cathcart, Nos EUA há uma discrepância entre o uso da internet e o uso de serviços com criptografia de ponta a ponta em relação ao resto do mundo.

Por outro lado, Cathcart esqueceu de mencionar que o Facebook possui uma imagem muito mais negativa nos EUA do que em outros países, sobretudo os emergentes.

A situação do WhatsApp piorou ainda mais quando o então Facebook decidiu atualizar as políticas de privacidade do aplicativo, em maio do ano passado.

Leia também: Code Verify é a extensão que reforça a segurança do WhatsApp Web

Contudo, hoje (14), em entrevista ao Tech Crunch, Will Cathcart afirmou que um grande percentual dos usuários do WhatsApp aceitou a atualização de privacidade após alterar algumas diretrizes.

O Meta ainda sofre com a repercussão negativa de polêmicas recentes envolvendo o Instagram, o Facebook e também o WhatsApp. No entanto, aparentemente, o plano de expansão de cada uma das subsidiárias inclui mecanismos para ofuscar as polêmicas e acompanhar as tendências globais.

Por exemplo, o Instagram, recentemente, criou um guia para pais, em seguida anunciando o aumento de duração nos Reels, para acirrar a competição com o TikTok.

O Facebook, após a mudança de nome para Meta, removeu a ferramenta de reconhecimento facial, salientando uma guinada mais segura rumo ao metaverso.

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O WhatsApp, portanto, com as Comunidades, incorpora um recurso que favorece uma parcela considerável de seus usuários, também sendo um diferencial em relação aos rivais.

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