Nesta quinta-feira (27) o CEO da SpaceX e da Tesla, Elon Musk, finalmente confirmou que comprará a rede social Twitter. Em uma publicação veiculada na própria rede social, o bilionário disse que de fato comprou a empresa e que o seu objetivo é tornar a plataforma uma “praça digital” para o debate saudável. Ele disse:
“O Twitter, obviamente, não pode se tornar um lugar infernal, livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”.
Leia também
Como tornar sua conta do Twitter privada?
Elon Musk: as seis maiores polêmicas envolvendo o homem mais rico do mundo
“Infernal” é realmente um adjetivo apropriado para o Twitter. Lá deve ser o local com mais extremistas por metro quadrado na internet. A missão de Elon Musk agora é tornar a plataforma um ambiente acolhedor para todos. Sei que o empresário já tem feitos incríveis em sua biografia, mas transformar o Twitter em um ambiente acolhedor eu já acho demais.
Segundo o homem mais rico do mundo, se o Twitter continuar como está, ele corre o risco de se despedaçar em câmaras de eco da extrema-direita e da extrema-esquerda. Segundo Musk, isso seria um vetor gerador de ódio e dividiria ainda mais a sociedade.
Compra pode ser efetivada até sexta-feira (28)
De acordo com o portal de notícias Reuters, a compra do Twitter deve ser concluída até amanhã, também conhecida como sexta-feira (28). Esse é o último dia do prazo legal da compra. Ao se confirmar a compra, as ações do Twitter na bolsa de valores serão suspensas. O valor da transação é de US$ 44 bilhões!
Na última quarta-feira (26), o bilionário visitou o escritório do Twitter em San Francisco, Califórnia, portando uma pia. Pouco tempo depois da visita ele mudou sua bio na rede social para “Chief Twit”. Como Elon Musk tem costume de ser “piadista” com coisas sérias, esse não é um indício muito confiável de que a compra será realmente concluída.
Porém, a Reuters publicou na última terça-feira (25) que os advogados de Elon Musk já estão em ação. Eles entraram em contato com as organizações que estão financiando a compra e pediram para elas prepararem os documentos. Dentre elas estão nomes de peso como a Binance, Qatar Investment Authority e Sequoia Capital.
Negociação conturbada
A negociação para compra do Twitter começou ainda em abril, quando o empresário comprou a maior parte das ações e ofereceu o valor de US$ 41 bilhões. Porém, nos meses seguintes, Elon Musk suspendeu a compra e afirmou que o número de bots na plataforma era maior do que o divulgado oficialmente. Informação que o Twitter desmentiu.
Por fim, o bilionário acabou desistindo de comprar a rede social em julho. Obviamente que os executivos da plataforma não ficaram de braços cruzados e logo abriram um processo contra o CEO da Tesla e SpaceX.
Musk revidou e também processou o Twitter por querer forçá-lo a concluir a compra. Mas logo nas primeiras instâncias Elon Musk se viu derrotado. Não sabemos se foi a expectativa de um longo e caro processo judicial de ambas as partes que motivou o empresário a voltar atrás e finalmente efetivar a compra da rede social.
Musk tranquiliza anunciantes
Dear Twitter Advertisers pic.twitter.com/GMwHmInPAS
— Elon Musk (@elonmusk) October 27, 2022
A iminência da compra do Twitter por Elon Musk preocupou os anunciantes. Segundo esta matéria do Wall Street Journal, as empresas que anunciam no Twitter temem que o bilionário interrompa os anúncios e torne a moderação de conteúdo menos rígida.
Se a moderação de conteúdo for afrouxada, o Twitter pode se transformar de vez em um ambiente tóxico e favorável apenas para extremistas. E isso afetaria quem compra espaços de anúncios. Pois bem, Musk publicou uma carta tranquilizando os anunciantes.
Em um trecho da carta ele diz o seguinte: “Eu também acredito que a propaganda, quando feita do jeito certo, pode entreter e informar”. Agora como ele vai tornar o ambiente do Twitter menos tóxico eu não sei.
Veja também
Sobre o Autor
Deixe seu comentário