Oficial: Elon Musk desiste de comprar o Twitter

Oficial: Elon Musk desiste de comprar o Twitter

O magnata Elon Musk comunicou a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), semelhante à CVM no Brasil, nesta sexta-feira (08), por intermédio do seu advogado, Mike Ringler, sua desistência em prosseguir com o acordo de compra do Twitter. Com o anúncio, as ações da rede social caíram 5%.

O acordo, firmado em abril por US$ 44 bilhões (R$ 231 bilhões, em conversão direta), foi suspenso temporariamente por Musk em maio, com a justificativa de entender melhor o percentual de contas falsas sobre a base de usuários da plataforma.

O valor que foi acordado entre Musk e o Twitter superou com folga outras negociações de peso do mesmo segmento:

  • Linkedin: comprado por US$ 26,2 bilhões, em 2016, pela Microsoft;
  • WhatsApp: comprado por US$ 22 bilhões, em 2014, pelo Facebook;
  • Instagram: comprado por US$ 1 bilhão, em 2012, pelo Facebook.

A possibilidade de desistência de Musk ganhou força no mês passado. Os advogados do empresário enviaram uma carta a SEC, direcionada a Vijaya Gadde, responsável pelo setor jurídico do Twitter, alegando que a rede social estava “resistindo de maneira ativa ao restringi-lo de seus direitos de informação”.

A informação em questão é a influência dos bots em relação ao número de usuários. Segundo Musk, o acordo não poderia avançar até que o Twitter apresentasse provas que comprovassem que essas contas correspondem por menos de 5% dos seus usuários.

O Twitter tem atualmente 437,9 milhões de usuários (36,361 milhões no Brasil), segundo dados da Comscore.

Com a resistência na transparência por parte do Twitter, segundo o advogad de Musk, a decisão a seguir foi a quebra do acordo. “O Twitter falhou ou se recusou a fornecer essa informação”, afirma a carta de Musk enviada a SEC.

“O Twitter não cumpriu suas obrigações contratuais. Por quase dois meses, Musk buscou os dados e informações necessários para ‘fazer uma avaliação independente da prevalência de contas falsas ou spam na plataforma do Twitter”, destaca outro trecho da carta.

O Twitter alega que o número de bots é de fato inferior a 5% do número de usuários, e esse percentual não mudou desde 2013. De acordo com a plataforma, cerca de um milhão de contas fakes são removidas diariamente.

A rede social também explicou o processo para chegar a conclusão que uma conta é falsa. É feita uma análise de milhares de contas aleatórias usando dados públicos e privados, como endereços IP, números de telefone, geolocalização e o comportamento da conta quando ativa.

O acordo firmado entre ambas as partes têm uma cláusula sobre quebra de contrato: a parte que rompesse, ou desse início a um litígio, teria que arcar com uma taxa de rescisão de US$ 1 bilhão (R$ 5.2 bilhões, em conversão direta). A taxa de rescisão é apenas a ponta do iceberg da série de desdobramentos que essa desistência pode resultar.

Bret Taylor, presidente do conselho do Twitter, deixou claro o contexto de batalha que o caso tomará:

“O conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados com o sr. Musk e planeja entrar com uma ação legal para fazer cumprir o acordo de fusão. Estamos confiantes que prevaleceremos no Tribunal de Chancelaria de Delaware“.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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