Claro, TIM e Vivo querem reduzir preço de compra da Oi Móvel em 3,2 bilhões

Claro, TIM e Vivo querem reduzir preço de compra da Oi Móvel em 3,2 bilhões

Em dezembro de 2020 a Oi Móvel estava sendo vendida por R$ 16,5 bilhões. No entanto, as operadoras Claro, TIM e Vivo, que compraram a divisão móvel da Oi, “refizeram as contas” e concluíram que pagaram mais do que a empresa valia. Portanto, as três operadoras querem de volta cerca de R$ 3,2 bilhões.

Segundo as compradoras, há uma série de divergências nas informações técnicas sobre os ativos da Oi Móvel. E isso justificaria a redução no valor da compra. A Oi “discorda veementemente” e diz que houve erros nos cálculos e equívoco na metodologia.

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Motivos para redução do valor de compra

As três operadoras agora donas da Oi Móvel contrataram um assessor econômico-financeiro independente. A função dele é justamente auxiliar nos procedimentos extremamente burocráticos para a compra da Oi Móvel. E, claro, checar se todos os documentos e informações estavam corretas.

Imagem: Luís Osvaldo Grossmann (Convergência Digital)

Acontece que durante as análises e validações do assessor contratado pelas operadoras, “foram identificadas divergências em premissas e critérios de cálculo”. Mas por quê essas divergências só foram notadas após a compra? Segundo a TIM, os documentos analisados só foram enviados “após o fechamento da transação”.

A TIM também detalha alguns dos tópicos que, segundo as operadoras, estão divergindo das informações passadas inicialmente pela Oi Móvel:

  • Ajustes habituais de capital de giro e dívida líquida;
  • Não conformidade com o volume mínimo na despesa com o investimento (CAPEX);
  • Natureza das obrigações de investimentos da Oi;
  • Não cumprimento de determinadas obrigações.

Uma dessas obrigações que não está sendo cumprida tem a ver com a manutenção de participação mínima da Oi nas adições líquidas de linhas do mercado de telefonia móvel. Ou seja, as ativações de novas linhas menos as linhas que estão sendo desconectadas.

Ajuste de contas estava previsto em contrato

Oi Móvel

Você pode achar estranho alguém querer rever o preço de algo depois de ter comprado. Eu também achei. Mas acontece que esse ajuste de contas já estava previsto em contrato. Ou você acha que essas empresas gigantes dão ponto sem nó?

Após a finalização da compra da Oi Móvel, o contrato já previa uma análise nas contas. E, de fato, a Oi já teria que devolver para as compradoras algo em torno de R$ 1,447 bilhão. Esse valor se refere a uma quantia que havia sido retida para possíveis ajustes de preço e/ou indenizações.

Além desse valor já previamente acertado, Claro, TIM e Vivo querem que a Oi devolva mais R$ 1,739 bilhão. Este é o valor do reajuste pós-fechamento. Desse valor final, a divisão para cada operadora é a seguinte:

  • Claro – R$ 383,5 milhões;
  • Vivo – R$ 587 milhões;
  • TIM – R$ 769 milhões.

Fora o valor de R$ 3,2 bilhões, as três operadoras ainda pedem um adicional de R$ 353 milhões referentes a indenização pela revisão dos ativos. Com isso, o valor total que a Oi teria que devolver ultrapassa os R$ 3,5 bilhões.

Oi é pega de surpresa

Em comunicado, a Oi disse o seguinte: “A companhia discorda veementemente dos valores apresentados pelas compradoras e tomará todas as medidas cabíveis no sentido de fazer prevalecer seus direitos”.

A empresa também disse que “recebeu com surpresa” a notificação sobre o valor do reajuste no pós-fechamento da venda. A Companhia alega que foram cometidos “uma série de erros técnicos e processuais, além de equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados.

Por fim, ela finaliza dizendo que esse ajuste não se enquadra em nenhuma base de razoabilidade e diz ainda que a notificação não possui vários elementos necessários para um processo de ajuste pós-fechamento.

O próximo passo da Oi Móvel é apresentar uma discordância formal em até 30 dias. Além disso, ela precisará fornecer documentos e outras informações no prazo de 10 dias úteis. Caso as partes não cheguem a um acordo amigável, o imbróglio vai parar na Justiça.

Fontes: Convergência Digital, InvestNews e Telesíntese

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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