Mark Zuckerberg terá que responder ao governo sobre o papel do Facebook nas eleições de 2020

Mark Zuckerberg terá que responder ao governo sobre o papel do Facebook nas eleições de 2020

Mais uma treta envolvendo o papel do senhor Mark Zuckerberg e de sua empresa Meta (Facebook) nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

No entanto, desta vez, não é sobre a polêmica envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytica nas eleições de 2016, mas, sim, o papel da empresa de Mark Zuckerberg ao lidar com a propagação de informações falsas no período que antecedeu a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro deste ano.

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Um grupo de 13 senadores do Partido Democrata convocaram Zuckerberg para dar explicações sobre o ataque, citando documentos e os depoimentos de Frances Haugen, que revelou as pesquisas internas do Facebook sobre o efeito colateral do Instagram em adolescentes.

De acordo com os senadores, o Facebook removeu “prematuramente” os mecanismos de proteção que existiam na rede pouco tempo antes da eleição presidencial de 2020.

Essa medida, portanto, permitiu que informações falsas e incorretas, bem como discursos violentos, voltassem a aparecer na plataforma imediatamente após o dia das eleições, o que resultou na “insurreição de 6 de janeiro”.

Papel do Facebook na invasão do Capitólio

A Invasão do Capitólio foi um ataque feito por uma multidão de apoiadores do ex-presidente Donald Trump na sede do poder legislativo do governo americano.

A intenção do ataque era reverter o resultado das eleições de 2020 —  que deu a presidência dos EUA para Joe Biden —, interrompendo a sessão conjunta do Congresso na contagem de votos que, efetivamente, elegeria Joe Biden.

A invasão do Capitólio durou aproximadamente oito horas. Créditos: NPR

Durante a invasão, deputados, senadores e funcionários do capitólio foram evacuados, enquanto os invasores agrediram policiais, vandalizaram o local e ocuparam o prédio por algumas horas.

A Invasão do Capitólio resultou na morte de cinco pessoas e 138 policiais ficaram feridos.

No documento de convocação para Mark Zuckerberg testemunhar, os senadores citam uma matéria da Forbes que aponta que o Facebook desativou os mecanismos de proteção relacionados às eleições de 2020 “porque a empresa estava apreensiva que a ação pudesse limitar o crescimento da plataforma”.

O documento continua citando que o Facebook, certamente, tinha noção de que a sua plataforma seria usada para promover discórdia e “conteúdo incendiário”.

Após a eleição, no entanto, o Facebook tomou algumas medidas para combater as informações falsas, inclusive banindo o grupo chamado “Stop the Steal” (Parem com o Roubo [nas eleições]) que afirmava que as eleições de 2020 haviam sido roubadas.

Mark Zuckerberg Facebook eleições
Em menos de dois dias, o grupo Stop The Steal conseguiu mais de 300 mil membros antes de ser derrubado pelo Facebook

Contudo, os senadores afirmam que, com base nos documentos revelados por Frances Haugen, outros grupos continuaram a promover a ideia de que a eleição fora roubada, alimentando a raiva dos ‘manifestantes’, resultando na invasão de 6 de janeiro.

Governo questionará Mark Zuckerberg sobre o fim do time de Integridade Cívica do Facebook

No documento do senado americano, há sete perguntas que serão feitas a Mark Zuckerberg durante seu depoimento no dia 7 de janeiro — Curiosamente, exatamente um ano e um dia depois da Invasão do Capitólio.

A maioria dessas perguntas focam no extinto time de Integridade Cívica do Meta (Facebook).

Isso porque, durante seu depoimento no Senado, a ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, afirmou que o Facebook desfez o time de Integridade Física pouco tempo depois das eleições de 2020. No entanto, o Meta (Facebook) contesta essa afirmação.

O vice-presidente de integridade do Meta, Guy Rosen, disse à revista Time, em outubro, que a empresa não acabou com a divisão de Integridade Física. Em vez disso, a empresa, à época da mudança de nome de Facebook para Meta, decidiu integrar o time em “uma divisão maior, a de Integridade Central”. Segundo Rosen, isso irá continuar o “incrível trabalho desenvolvido para as eleições possa ser aplicado com maior amplitude, por exemplo, em assuntos relacionados à saúde”.

No entanto, os senadores adotaram uma postura cética, pois a segunda pergunta do documento é o porquê, quando e quem do Meta (Facebook) decidiu desfazer a equipe.

Além disso, os senadores questionarão Mark Zuckerberg sobre qual divisão do Meta (Facebook) é responsável por supervisionar o trabalho da empresa para prevenir informações falsas em períodos eleitorais.

O documento ainda exige que Zuckerberg informe quantos funcionários faziam parte da divisão e quais são os planos da empresa para proteger a integridade das próximas eleições.

Fonte: Senado dos Estados Unidos da América

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