Fim do Flash em smartphones e tablets pode abalar o Flash também nos desktops

Apenas reconfirmando, a Adobe anunciou realmente o fim do Flash em dispositivos mobile, como tablets e smartphones, como indicado à ZDNet nesta semana. Isso deve mudar muita coisa na prática, inclusive acaba com uma das vantagens do Flash, que era suportar uma grande quantidade de dispositivos – mesmo considerando o ridículo desempenho em muitos deles.

É difícil tentar imaginar como o Flash ficará nos computadores daqui algum tempo, na prática. Pode ser um indício do fim dele também, mas a longo prazo. Afinal uma parte considerável dos usuários da web acessam a partir de smartphones e/ou tablets – estima-se cerca de 25% dos acessos nos EUA, por exemplo.

Criar sites que atinjam a todos é uma tarefa difícil, algo que o HTML 5 veio para solucionar, sendo livre. Mas o Flash para computadores/notebooks não será descontinuado e os investimetnos nele continuam, especialmente na área de recursos gráficos com aceleração por hardware. Fica então a questão: quem irá dedicar tempo – e dinheiro – desenvolvendo para duas plataformas, quando poderia estar desenvolvendo apenas em HTML 5 e atingindo a todos com praticamente um só código?

Dá a entender que a procura pelo Flash continuará diminuindo entre os desenvolvedores, mesmo sabendo que atualmente o HTML 5 é bem inferior em recursos e praticidade. Desenvolver a mesma coisa tanto em Flash como HTML 5 será desgastante, poderia valer a pena partir logo para HTML 5 também nos desktops. Com cada vez mais gente grande apoiando o HTML 5, as diferenças na capacidade de recursos deverão atingir níveis insignificantes em poucos anos.

De qualquer forma a própria Adobe já prepara a cova do Flash, investindo pesado em ferramentas para HTML 5, incluindo um conversor e até uma nova plataforma de desenvolvimento, o Edge.

O Adobe AIR permite empacotar projetos na forma de aplicativos. Ele provavelmente continuará fazendo sucesso, já que gera aplicativos bonitos (possui excelentes ferramentas visuais) e roda em várias plataformas, incluindo o iOS, sistema em que a Apple não quer o Flash de jeito nenhum. Há aí uma grande mudança de paradigmas: a Adobe quer convencer os desenvolvedores a empacotar suas soluções em Flash como aplicativos do AIR. Só que na prática isso é diferente, não vai servir para tudo o que o Flash servia, sem rodar como um plugin no navegador. Pelo menos pra jogos já será uma vantagem, visto que há muitos joguinhos em Flash, que, apesar de não serem conhecidos como os grandes títulos, também fazem sucesso.

Por enquanto nada vai mudar radicalmente, exceto o desenvolvimento do Flash mobile, que foi interrompido. Correções de segurança continuarão sendo fornecidas por um tempo para a versão atual, e parceiros que têm acesso ao código do Flash player continuarão com seus contratos em funcionamento. Mas o uso dele é altamente desencorajado.

Desde o início do iPhone a Apple não quer o Flash no navegador, sem dúvidas essa foi a maior pedra jogada no Flash que a Adobe não conseguiu contornar. Descontinuando o Flash para todas as outras plataformas mobile que existem ou que venham surgir, a própria fabricante dele mostra que o produto tende a ser abandonado, já que os PCs deixaram de ser o foco da atenção nos últimos tempos.

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