Tudo o que você precisa saber sobre o DLSS 3.0

Tudo o que você precisa saber sobre o DLSS 3.0

Durante muito tempo os gamers tiveram que se equilibrar entre performance ou qualidade gráfica. Não era possível ter os dois. Se você quisesse rodar um jogo com uma alta taxa de frames por segundo, tinha que abrir mão da qualidade gráfica. Da mesma forma, se quisesse um jogo visualmente lindo, cheio de detalhes e gráficos estonteantes, tinha que perder um pouco de FPS.

Mas esse dilema está começando a mudar. A NVIDIA criou uma tecnologia que promete entregar alta taxa de frames por segundo mesmo quando está nas configurações gráficas mais altas. Estou falando da tecnologia DLSS, que chegou à sua terceira versão recentemente. Neste artigo nós iremos explicar o que é essa tecnologia e o que a sua terceira versão traz de novidade para os games.

O que é DLSS?

DLSS é uma sigla que significa Deep Learning Super Sampling. Em tradução literal é algo como Super Amostragem com Aprendizagem Profunda. Na prática, é uma técnica de upscaling que aumenta a resolução de um jogo em tempo real através de deep learning.

E caso você não saiba, Deep Learning é uma subárea da aprendizagem de máquina que se concentra em redes neurais profundas. Estas são compostas por camadas de nós ou neurônios. Essas redes são projetadas para imitar a maneira como o cérebro humano processa e interpreta informações.

As redes neurais profundas são capazes de realizar tarefas complexas, como reconhecimento de imagens, processamento de linguagem natural, análise de sentimento e muito mais. Isso é alcançado por meio de múltiplas camadas de nós que “aprendem” a representar dados de uma forma que pode ser usada para realizar tarefas específicas. Se quiser saber mais sobre isso, temos um artigo específico sobre esse tema:

DLSS 1.0

Voltando ao DLSS, o objetivo da tecnologia é entregar imagens melhores e com mais quadros por segundo. Na primeira versão da tecnologia a rede neural foi treinada para reconhecer uma cena de jogo. A partir daí essa cena é renderizada inicialmente com menos pixels, ou seja, com uma resolução menor. Isso economiza poder de processamento.

Na etapa seguinte é que entra o DLSS 1.0. A tecnologia reconstrói a cena de jogo usando o que aprendeu na rede neural, melhorando a qualidade da imagem. Assim, temos um frame que foi renderizado em uma resolução menor mas que, ao sofrer um processo de upscaling, foi apresentado em uma resolução maior.

Além disso, a primeira versão do DLSS foi apresentada junto com o Ray Tracing. Esta tecnologia calcula como os raios de luz afetam cada elemento do jogo em tempo real. O resultado são efeitos de luz, sombra e reflexos muito mais realistas. Caso queira saber mais sobre o Ray Tracing, também temos um artigo dedicado a esse tema:

O grande problema do DLSS 1.0 era que poucos jogos tinham suporte à tecnologia. Ela foi lançada com um acervo de apenas 35 jogos. O motivo para isso é que a rede neural precisava ser treinada para cada jogo especificamente. E isso toma tempo e recursos.

DLSS 2.0

A segunda versão do DLSS foi desenvolvida para ser executada a partir dos Tensor Cores das placas de vídeo da família RTX. Estes núcleos de processamento são dedicados a tarefas de inteligência artificial e deep learning.

Além disso, o modelo de inteligência artificial aplicado no DLSS 2.0 fez com que os Tensor Cores trabalhassem pelo menos duas vezes mais rápidos. O resultado disso é um aumento na taxa de frames por segundo dos jogos e uma melhoria significativa nos gráficos. A tecnologia consegue deixar os detalhes mais nítidos e usar apenas a metade dos pixels para formar o quadro.

O usuário ainda pode escolher entre três modos de qualidade de imagem da tecnologia DLSS 2.0. Há o modo qualidade, que prioriza gráficos bonitos, o modo balanceado e o modo desempenho.

Porém, a grande vantagem da versão 2.0 do DLSS é que ele usa uma rede neural mais generalista. Isso significa que não é mais necessário treinar a rede neural para cada jogo individualmente. Tanto é que vários jogos dão suporte à tecnologia DLSS 2.0 atualmente.

E quais as novidades do DLSS 3.0?

A terceira versão do DLSS foi lançada pela NVIDIA prometendo até quatro vezes mais desempenho no que se refere a renderização nativa de um game. O DLSS 3.0 foi projetado para trabalhar exclusivamente com os novos Tensor Cores de 4ª geração, que utilizam a microarquitetura Ada Lovelace.

Ou seja, apenas as poderosas e caras placas de vídeo GeForce RTX 4090 e RTX 4080 são capazes de trabalhar com o DLSS 3.0. Isso com certeza deixará uma parcela enorme dos usuários impossibilitados de experimentar a nova versão da tecnologia. Infelizmente, GPUs das séries RTX 20 e RTX 30 foram deixadas de fora.

A grande diferença do DLSS 3.0 para as duas versões anteriores é que agora ela cria novos frames entre os frames gerados nativamente pela placa de vídeo. O DLSS 1.0 e 2.0 apenas acrescentavam pixels à imagem via inteligência artificial para aumentar a resolução e qualidade dos gráficos. O DLSS 3.0 irá criar quadros totalmente novos.

Além disso, o DLSS 3.0 trabalha em conjunto com o NVIDIA Reflex e o Acelerador de Fluxo Óptico. Esta tecnologia, presente apenas nas placas da série RTX 40, alimentam a rede neural do DLSS com informações sobre os movimentos dos pixels em frames subsequentes. Isso garante que o desempenho seja acelerado mesmo em jogos que dependem mais do processador do que da placa de vídeo.

Devido ao elevado poder computacional dos núcleos Ada Lovelace, o Acelerador de Fluxo Óptico consegue analisar dois frames sequenciais do jogo, calcular seu movimento e prever qual será a mudança de pixels no próximo frame gerado. A análise é tão minuciosa que trabalha no nível dos pixels, analisando partículas, sombras, reflexos e toda a iluminação do cenário.

Por fim, o NVIDIA Reflex é uma tecnologia incorporada ao DLSS 3.0. Juntas, as duas tecnologias entregam um tempo de resposta ideal com baixa latência. Só para você ter uma ideia, a latência é reduzida em pelo menos pela metade.

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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