QR Code: origem e evolução dessa tecnologia que dominou o mundo

QR Code: origem e evolução dessa tecnologia que dominou o mundo

Um quadrado preto e branco com uma sequência de pontos impressos com a capacidade de nos direcionar para alguma página na web, agilizar o processo de acessar o download de um aplicativo específico ou até mesmo o uso em casos mais estratégicos, como automatizar a conexão do cliente à rede Wi-Fi de uma loja ou conceder um cupom de desconto para aqueles que escaneiam o código. Este é o QR Code, uma evolução direta do código de barras tradicional, o unidimensional, criado em 1952 e muito comum nos mais variados tipos de lojas para a integração entre preços de produtos e seu cadastro no banco de dados.

O QR Code é uma evolução e um verdadeiro complemento do código de barras convencional, além de ter uma aplicação bem mais funcional e simplificada, já que permite que qualquer um use algum gerador do código e comece a utilizar e compartilhar. Neste artigo iremos conhecer a origem dessa tecnologia que completa 25 anos em 2019, suas principais formas de utilização e os cuidados com os crescentes casos de malwares que fazem uso deste código automatizador para tentar fisgar suas vítimas.

A origem do QR Code

Como vimos acima, o código de barras tradicional (unidimensional) foi criado em 1952, mas, assim como o QR Code (código bidimensional) demorou um certo tempo até a tecnologia se “alastrar” No caso do código de barras tradicional o primeiro leitor implantado em um supermercado aconteceu somente em 1972, já com o QR Code, a invenção é de 1994, mas podemos dizer que começou sua real caminhada de adoção a partir de 2011, quando as varejistas Macy’s e Best Buy começaram a implanta-lo em suas lojas.

As múltiplas formas de utilização do QR Code atualmente são completamente diferentes da concepção inicial, projeto desenvolvido há 25 anos por Masahiro Hara, que era funcionário da Denso Wave, uma subsidiaria da Toyota. Essa fabricante de componentes automotivos com 70 anos de mercado criou o QR Code com a finalidade de ser um símbolo de fácil identificação pelo equipamento de scanner que lida com o controle de estoque. O QR vem de Quick Responde, resposta rápida, era justamente esse o objetivo, prover uma resposta rápida para alguma solicitação, além de ser preciso, sem atrapalhar a produção.

Masahiro Hara, criador do QR Code, à esquerda, durante a comemoração de 25 anos da criação da tecnologia

Naquela época, as fábricas usavam códigos de barras tradicionais para inserir informações, mas os códigos de barras só podiam escrever 20 caracteres por vez. A quantidade de informações era pequena e difícil de ler. Os funcionários costumavam reclamar que a digitalização de códigos de barras era difícil.

O QR Code é o código bidimensional mais famoso do mundo, mas não é único, existem mais de 1000 tipos de código de barra, cerca de 100 deles são da mesma categoria do QR Code, podemos citar Shotcode, Beetag e o DataMatrix. Independente do código e de sua principal característica em relação a aplicabilidade os códigos bidimensionais surgiram para armazenar mais informações que os códigos tradicionais.

Além de criar o QR Code, a Denso Wave disponibilizou gratuitamente suas especificações e licenciamento, o que possibilitou a liberdade necessária para a popularização da tecnologia.

Versões do QR Code

O QR Code conta com várias versões, o modelo mais comum é dividido em dois módulos, que se diferem principalmente em relação a quantidade de caracteres que podem ser adicionados: 1.167 caracteres para o módulo 1 e 7.089 caracteres para o módulo 2. Há também o Micro QR Code, o iQR Code, disponível até numa versão retangular, além de permitir até 40.000 caracteres em sua maior versão, SQR Code, versão mais recente e segura (iremos comentar mais sobre ela adiante), além de versões que podem contar com uma imagem personalizada ao centro, o FrameQR e FrameQR-K.

Algumas formas de utilização do QR Code

O QR Code surgiu para o mundo automotivo mas ganhou repercussão mundial graças ao dispositivo móvel mais importante de todos os tempos, o celular. Desde 2003 o código já começara dar as caras no mercado móvel, possibilitando que o celular fosse utilizado para escanear o código que iria gerar uma determinada ação. Evidentemente que demorou alguns bons anos até o QR Code realmente se tornar algo verdadeiramente útil e funcional, a evolução da conexão e páginas adaptadas aos dispositivos móveis, assim como os próprios aparelhos tornaram o código cada vez mais bem aceito no mercado.

Como citei mais acima, a partir de 2011 lojas fortíssimas no mercado norte-americano, a Macy e a Best Buy começaram a implementar o código em suas lojas. No Brasil podemos citar até um caso bem conhecido da implementação do QR Code que aconteceu alguns anos antes, o da Fast Shop. A loja de eletrodomésticos e eletroeletrônicos foi a primeira no país a utilizar o QR Code em um anúncio.

A loja publicou um anúncio no jornal Estadão e no canto direito havia um QR Code que ao ser escaneado levaria o leitor para um link com ofertas exclusivas. O nome da campanha era “desvende o código”.

Esse desvendar o código, isto é, o escaneamento e o direcionamento para um determinado link é a forma mais conhecida de utilização do QR Code, muito utilizada até hoje. Atualmente as empresas utilizam muitas formas de aplicação do QR Code, podemos citar, por exemplo, o WhatsApp, que fornece o acesso a versão web do mensageiro após o código da página no navegador ser escaneado por uma ferramenta interna do próprio aplicativo.

O QR Code quando bem implementado pode ser uma ferramenta fantástica para incrementar a venda de um produto, algumas empresas fazem uso da integração entre o código e a realidade aumentada, ao escanear o código você tem diante dos seus olhos uma versão tridimensional e imersiva. Um caso recente e bem interessante é da marca Kopenhagen que lançou panetones com interatividade na embalagem. Ao escanear o QR Code você consegue ter acesso histórias de natal que fazem parte da campanha de promoção do produto.

Segurança do QR Code

Recentemente publicamos um artigo que trata sobre o QRLjacking, golpe que sequestra contas do WhatsApp via QR Code. Quando a vítima escaneia o QR Code gerado pelo atacante, o token de autenticação é enviado diretamente para o servidor associado e quem mandou o código malicioso, dando livre acesso a sua conta do WhatsApp, sem nenhuma interferência na sua conta na versão móvel do App, o que significa que suas novas mensagens e envio de imagens ou vídeos, por exemplo, serão visualizados pelo cibercriminoso que sequestrou sua conta com este QR Code modificado. Portanto, é essencial ter cuidado com o QR Code que você escaneia.

As múltiplas formas de utilização do QR Code tornaram necessário mais segurança para o código que já é utilizado até como meio de pagamento – segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e AGP Pesquisas, 82% dos varejistas pretendem adotar aplicativos e QR Codes como meios de pagamento nos próximos 12 meses.

Em comemoração aos 25 anos de criação do QR Code, a Denso Wave desenvolveu o SQRC, Secure QR Code, ele é visualmente indistinguível de um código QR convencional, mas a segurança foi reforçada, já que permite a criptografia de dados confidenciais, e o acesso à parte protegida só é possível com determinados leitores com a chave de criptografia apropriada. Há também a possibilidade de restringir o acesso a um grupo selecionado de pessoas. 

 

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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