MP3, WAV, FLAC, AIFF… conheça os principais formatos de áudio

MP3, WAV, FLAC, AIFF… conheça os principais formatos de áudio

O áudio digital revolucionou o mercado fonográfico, a possibilidade de transmissão de som por arquivos repassados pela web, diminuindo a dependência de mídias como fitas, vinil e CDs até hoje é um marco eterno. Como destaca o livro “MP3: Música, Comunicação e Cultura” (E-papers / 2005), a explosão da tecnologia digital, e sua possibilidade da música ser gravada por meio de computadores, é a segunda grande transformação na produção musical do século XX. O caminho até chegarmos aos arquivos de áudio digital, espalhados pela web, em sites e plataformas P2P, como o lendário Napster, e atualmente com os serviços de streaming, como o Spotify, foi muito longo, mas ao mesmo tempo acelerado. Bastou algumas décadas para que a forma de fazer, comercializar e entender música mudasse completamente.

A indústria da música digital também acabou mudando totalmente a nossa percepção sobre a música, hoje em dia colecionar Vinil não é coisa de velho, é cool, é cultural, é uma resposta ao tão dominante mundo digital. Até no próprio meio de disseminação de áudio digital a percepção foi alterada. Muitas pessoas deixaram de armazenar em suas unidades de armazenamento players gigas e mais gigas de arquivos em MP3 ou qualquer outro formato, preferem assinar um serviço de streaming de música.

Da mesma maneira que o iPod tornou o discman uma peça de museu, o Spotify e outros serviços são encarados hoje por muitos como a melhor forma de consumir áudio, deixando de lado a necessidade de ter que destinar uma certa quantidade de memória dos nossos dispositivos para armazenar os arquivos, a nuvem está ai pra isso, deixe que os servidores do Tidal, do Apple Music, e de tantos outros serviços cuidem dessa responsabilidade, a você cabe apenas a missão de apertar o play no aplicativo.

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Aliado a isso ainda temos os refinamentos dos algoritmos cada vez mais poderosos desses serviços que cuidam da curadoria do conteúdo, indicando outras bandas e artistas baseados no que o usuário anda ouvindo. Porém, assim como o vinal hoje é alta cultura, baixar arquivos de áudio também pode ser compreendido dessa maneira, um grande hobby, a pesquisa e o download de álbuns históricos na melhor qualidade possível.

Aqui temos outra mudança, quando os arquivos de música surgiram na web, com o advento do MP3, o interesse era tornar o arquivo o menor possível, mais comprimido, tornando mais viável a transmissão pela rede, mas com um impacto direto na performance. Atualmente acontece o contrário, queremos a melhor qualidade possível, ouvindo a gravação como se estivéssemos na sessão de gravação. E é possível, há codecs capazes de atender esse público. Neste artigo iremos comentar sobre os principais codecs de áudio utilizados atualmente.

MP3

MP3 Symbol

Sem dúvidas o mais famoso de todos. O MP3 começou a ser utilizado em 1992 para a gravação de áudio em CD-ROMs, porém sua popularidade aconteceu mesmo é na web, entre os milhões de usuários que tornaram este codec o símbolo da disseminação de áudio pela internet. Quando falamos de arquivos de audio digital temos duas classificações super importantes: audio com perdas (lossy) e sem perdas (lossless). Essa perda é em relação ao processo de compactação, dependendo do propósito do codec é retirada algumas informações com o objetivo de reduzir o arquivo final. Isso acontece com o MP3, como ele foi criado para facilitar a propagação de arquivos pela web, numa época que a internet estava muito distante do que é hoje, o formato adotado é a compressão com perdas.

Evidentemente que um bom arquivo MP3 irá agradar 99,9% dos usuários, mesmo com a eliminação de certas informações, mas os audiófilos de plantão preferem outros formatos. O MP3 identifica e elimina frequências que não podem ser ouvidas pelos seres humanos, isto é, acima de 20 Hz. Durante o processo de compressão digital são eliminadas essas frequências mais altas, e também é identificado e eliminado as frequências que estejam na mesma região, emitidas por instrumentos diferentes.

O arquivo MP3 que passou a ser mais conhecido é o que tem uma taxa de amostragem de 128 Kbps, ou 128,000 bits por segundo. Quanto mais bits por segundo melhor é a qualidade final do áudio, em contrapartida o arquivo final é ampliado, exigindo mais espaço disponível para o armazenamento.

WAV

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Enquanto o MP3 é um codec de áudio com perdas, o WAV ((Waveform Audio File Format) é o oposto, não há perdas de informações. Desenvolvido pela Microsoft e pela IBM em 1991, ele é baseado em PCM (Pulse Code Modulation). O PCM é um método de conversão de som analógico em formato digital e é usado em formatos de gravação digital e na criação de CDs de áudio. PCM é um formato não compactado, o que significa que, embora os arquivos sejam grandes, eles também contêm informações detalhadas e de alta qualidade, tornando o formato WAV perfeito para aplicativos de áudio profissional.

AIFF

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Desenvolvido pela Apple, o AIFF (Audio Interchange File Format), assim como o WAV, também é um formato sem compressão. O AIFF é comumente associado à gravação digital nos computadores Apple, embora hoje os arquivos WAV e AIFF sejam essencialmente intercambiáveis. Como os arquivos WAV, os arquivos AIFF são arquivos PCM descompactados, tornando-os em outro formato perfeito de gravação de áudio digital, sem perdas.

AAC

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O AAC (Advaced Audio Coding) é um formato é usado pela Apple para vender músicas na iTunes Store. O programa iTunes pode converter facilmente seus arquivos CD, AIFF e WAV para o formato AAC. As principais vantagens dos formatos AAC é que soa melhor que o MP3 mesmo com um arquivo menor. Um arquivo AAC codificado em 128 Kbps soa comparável a um arquivo MP3 codificado em 160 Kbps. Algumas das desvantagens do AAC incluem o fato de que nem todos os tocadores de música digital (incluindo hardware e software) suportam o formato. Além do iTunes, o AAC, sucessor direto do MP3, também é utilizado no serviço Apple Music ( 256 Kbps) e também é o formato padrão de áudio padrão do Youtube.

OGG Vorbis

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O OGG Vorbis, mais conhecido apenas como OGG, é outro formato de compressão com perdas, assim como o MP3. Ele é completamente open-source. É a união do formato Vorbis com o contêiner OGG, formato de fluxo de bits multimídia totalmente aberto para armazenamento eficiente. O OGG Vorbis é utilizado como o formato de áudio padrão utilizado no serviço de streaming mais popular do mundo, o Spotify. Por padrão o serviço utiliza a taxa de amostragem de 160 Kbps. Usuários premium podem usufruir de uma qualidade mais aprimorada, 320 Kbps.

FLAC

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Caso você seja um aficionado por baixar álbuns nos mais variados sites da internet que oferece música com alta qualidade já deve ter visto o FLAC (Free Lossless Audio Codec), lançado em 2001. Este codec é um formato de compressão sem perdas, mantendo uma qualidade tão impressionante quanto o WAV mas com um arquivo final menor, por isso que o FLAC acabou sendo adotado como a forma mais adequada para disponibilizar álbuns HI-Res. A Apple tem sua própria alternativa ao FLAC, o ALAC (Apple Lossless Audio Codec). O serviço de streaming de áudio francês Qobuz utiliza o formato FLAC, disponível nos planos CD-Quality (FLAC – 16-bit / 44.1KHz) e Studio (FLAC – 24-bit / 129 KHz).

MQA

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O Master Quality Authenticated (MQA) é um codec de audio que visa democratizar a melhor qualidade possível nos serviços para plataformas de streaming, e também uma grande possibilidade de criar um novo produto, já que pode é um trunfo para cobrar por uma assinatura mais cara, já que a qualidade de áudio é superior. O grande porta-voz dessa codec é o serviço de streaming de música do rapper Jay Z, o Tidal, anunciado em 2017. Infelizmente no Brasil o custo da assinatura do Tidal para desfrutar dos álbuns Master, que utilizam o codec MAQ é bem elevado. O plano Tidal Hi-Fi custa R$ 33.80. A plataforma tem mais de 60 milhões de faixas sem perda de qualidade. No ano passado a Xiaomi apresentou o seu serviço de steaming de música, o Mi Music, essa plataforma também faz uso do MQA.

WMA

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Encerramos essa lista com o WMA, o Windows Media Audio, que conta com algumas versões, com perdas e outra sem perdas. Ambos são produzidos pela Microsoft. A versão com perdas veio para rivalizar com o MP3, mantendo a mesma característica da compactação dom com perdas. Há também as versões sem perdas, como o Windows Media Audio Lossles, concorrente para o FLAC.

 

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