Anunciado em 2014, com a publicação das primeiras especificações, o USB-C, também conhecido como USB Tipo-C (ou Type-C) é um novo conector para o padrão USB. O desenvolvimento ficou a cargo da USB Implementers Forum (USB-IF), organização formada por 700 companhias, incluindo Apple, Dell, HP, Intel, Microsoft e Samsung. Essa organização cuida do desenvolvimento e promoção dos padrões relacionados a tecnologia USB.
Não há dúvidas que o USB-C é o conector mais importante da história do padrão USB, já que suas características e sua adoção cada vez mais intensa no mercado faz com que esse conector, além de multi-uso, seja mais confortável para o usuário, pelo fato do conector ser reversível, isto é, você pode realizar a conexão com em ambas as direções, o conector virado para cima ou para baixo, particularidade que não estava presente nos conectores anteriores.
Em 2015 a Intel classificou o USB-C como “a conexão do futuro”. Essa conexão surgiu pelo anseio dos fabricantes em colocar no mercado notebooks cada vez mais finos. Para reduzir a espessura dos dispositivos, além de um conector remodelado era necessário que a conexão fosse plural, substituindo outros conectores, como os de vídeo. Da mesma forma como a Apple teve um papel fundamental na década de 90 para a popularização do USB (a companhia foi uma das primeiras a implementar o conector em um produto comercial, o lendário iMac G3, lançado em 1998. Além do conector USB esse computador ficou imortalizado pela sua carcaça translúcida) a empresa também contribuiu para a fase inicial de implementação do USB-C.
Um ano após a publicação das especificações o conector foi implementado no MacBook de 12 polegadas. De cara um produto que mostrava a versatilidade do USB-C, já que o conector foi utilizado para substituir o conector de energia, saídas de vídeo e outras portas USB.
USB-C
Como se trata apenas de um novo conector e não de uma nova geração da interface em relação as taxas de transferência, o conector USB-C se ampara nas especificações do padrão USB. Quando surgiu no mercado o conector já chegou fazendo uso da tecnologia USB 3.1 (SuperSpeed USB 10 Gbps), além de manter como legado a compatibilidade com versões mais antigas do USB, como a 2.0, com taxa de transferência de apenas 480 MB/s. O conector USB-C tem ao todo 24 pinos (só para efeito comparativo, o USB 2.0 tem apenas 5 pinos! ), 12 em cada lado. Quatro pares cuidam da transferência de arquivos, quatro pares lidam com o carregamento elétrico, dois pares realizam a comunicação com USB 2.0 e os dois restantes são responsáveis por checar a orientação do conector.
O Google rapidamente também apoiou o novo padrão, com o lançamento da segunda versão do Chromebook Pixel, lançado também em 2015. Porém, o título de primeiro produto com USB-C não vai nem para o MacBook, nem para o Pixel, e sim para o tablet Nokia N11, anunciado em janeiro daquele ano, alguns meses antes dos produtos da Apple e do Google.
Além de estar em conformidade com os padrões USB, o conector USB-C também é compatível com o Thunderbolt 3, padrão desenvolvido pela Intel. Com um dispositivo compatível e utilizando o cabo USB-C a largura de banda é de impressionantes 40 Gbps. Com uma taxa de transferência tão impressionante este padrão é o ideal para a utilização de cases que conectam uma placa de vídeo externa a um notebook. O padrão é compatível com o protocolo PCI-Express, assim como também lida com a transferência de vídeo, graças a compatibilidade com o DisplayPort.
A diferença de largura de banda entre o USB e o Thunderbolt realmente é bem significativa. No caso do USB, com o 3.1 Gen2 a taxa de transferência é de 10 Gbps, há também o que a USB-IF chama de USB 3.2, com taxa de 20 Gbps, que também se beneficia do conector USB-C, mas não há produtos no mercado que sigam as specs do USB 3.2. Um novo padrão já está até sendo desenvolvido, o USB 4.0. Os primeiros dispositivos compatíveis devem chegar ao mercado no final de 2020. Nesse novo padrão a taxa de transferência será a mesma do Thunderbolt 3: 40 Gbps, e, evidentemente, será compatível com USB-C.
Evolução das taxas de transferência do padrão USB:
- USB 1.0 – 12 Mbps;
- USB 1.1 –12 Mbps;
- USB 2.0 – 480 Mbps;
- USB 3.0 – 5 Gbps;
- USB 3.1 – 10 Gbps;
- USB 3.2 – 20 Gbps
Atualmente o USB-C vai muito além de computadores. A indústria de smartphones também o abraçou, assim como de unidades externas de armazenamento, monitores e fones de ouvido. Os fones por USB-C são os grandes substitutos que a indústria encontrou para tirar de cena o P2 (3,5mm), utilizado há muitas décadas.
Essa pluralidade de dispositivos que o USB Tipo-C pode atender é primordial para acabar com a confusão de conectores aplicados para diferentes tipos de produtos.
Atualmente a grande maioria dos computadores possui conectores USB tipo A, que a maioria dos usuários conhece sob o nome USB. São portas retangulares que conectam apenas de um lado, utilizado para conexão de periféricos como discos rígidos, teclados, mouses e outros.
Alguns dispositivos também possuem uma porta microUSB, versão reduzida do conector USB clássico. O microUSB ainda é usado pelos fabricantes nos smartphones mais baratos, mas a tendência é que o USB-C tome cada vez mais espaço.
Também é possível encontrar dispositivos com o conector MiniUSB, antecessor direto do microUSB, utilizado em dispositivos antigos, como câmeras digitais. Há também uma porta microUSB tipo B no mercado, que nada mais é do que um microUSB com uma linha adicional, permitindo transferências mais altas e compatibilidade com o padrão USB 3.0. Recentemente publicamos a análise do HD externo My Passport da Western Digital, este modelo utiliza um conector microUSB Tipo-B. Impressoras e alguns microfones utilizam outro padrão – USB tipo B, conector quadrado que parece completamente diferente do USB tipo A e dos demais.
Também é importante destacar que como o USB-C pode ser implementado até em versões antigas do USB, muitos dispositivos fazem uso do novo conector, mas com taxas de transferência das revisões antigas do USB. Vide o caso do smartphone Huawei Y9 Prime, lançado pela chinesa Huawei este ano. Ele utiliza o conector USB-C, mas com base nas taxas de transferência do USB 2.0, e não do USB 3.1!
Além de dados, o USB-C também lida com o carregamento de dispositivos, inclusive esse conector está sendo muito importante para a popularização do carregamento rápido em smarthones. Com o USB-C é possível fornecer até 100W de corrente. Os fabricantes lidam de múltiplas maneiras com essa possibilidade. Por exemplo, recentemente a HYPER lançou uma nova powerbank de 27.000 mAh que utiliza a conexão USB-C. Duas portas USB-C e uma USB-A acompanham o produto. Uma dessas portas USB-C entrega até 100W enquanto a outra 60W. A USB-A entrega apenas 18W.
Deixe seu comentário