O que são frames fakes? Entenda a polêmica envolvendo o desempenho das RTX 50 da NVIDIA

Descubra o que são frames fakes nas RTX 50 da NVIDIA e por que essa tecnologia está gerando polêmica no desempenho dos games.

O lançamento da nova linha de GPUs NVIDIA RTX 50 gerou entusiasmo no mercado de tecnologia, principalmente com as promessas de desempenho surpreendente em modelos como a RTX 5070, que supostamente alcançaria a performance da poderosa RTX 4090.

No entanto, essa afirmação rapidamente se tornou alvo de debates acalorados. A controvérsia gira em torno do uso da tecnologia DLSS 4, que emprega inteligência artificial para gerar o que muitos chamam de frames fakes, ou seja, quadros artificiais criados para aumentar a taxa de quadros por segundo (FPS) sem exigir diretamente mais poder computacional da GPU.

A promessa de um desempenho elevado a um preço acessível levanta questões importantes. Afinal, até que ponto essa tecnologia realmente representa uma vantagem legítima para os jogadores? Seriam esses frames fakes apenas um artifício para mascarar as limitações reais do hardware? Neste artigo, exploraremos o conceito por trás dessa tecnologia e analisaremos se a NVIDIA está sendo transparente em suas alegações.

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O que são frames fakes?

Antes de mais nada vamos começar explicando o que são os tais frames fakes. Os chamados frames fakes referem-se a quadros gerados artificialmente pelo recurso Frame Generation, introduzido pela NVIDIA com a tecnologia DLSS (Deep Learning Super Sampling).

Esse mecanismo utiliza inteligência artificial para criar quadros adicionais entre os quadros reais renderizados pela placa de vídeo, suavizando a experiência visual e aumentando a taxa de FPS percebida pelo jogador.

Embora a técnica prometa melhorias significativas na fluidez dos jogos, muitos entusiastas argumentam que esses frames gerados não são “reais”, pois não representam uma renderização tradicional baseada em poder bruto da GPU. Isso levanta preocupações quanto à fidelidade visual e à latência de entrada, já que esses quadros interpolados podem introduzir artefatos visuais e um pequeno atraso na resposta aos comandos do jogador.

No entanto, defensores da tecnologia apontam que a inserção de frames fakes não compromete a experiência de forma perceptível para a maioria dos usuários. Na prática, a tecnologia pode proporcionar uma sensação de maior fluidez, especialmente em jogos que suportam DLSS 4, como Cyberpunk 2077 e Alan Wake 2, onde os testes demonstraram ganhos expressivos de FPS sem perdas visuais aparentes.

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A evolução do DLSS e o Multi Frame Generation

Desde a introdução do DLSS 3, a NVIDIA tem refinado sua abordagem de geração de quadros com o objetivo de impulsionar o desempenho sem sacrificar a qualidade visual. O mais recente avanço, o DLSS 4, traz a funcionalidade Multi Frame Generation, capaz de gerar até três quadros adicionais para cada quadro renderizado de forma tradicional. Isso permite um aumento substancial na taxa de quadros percebida pelo usuário, potencialmente multiplicando a fluidez dos jogos em até oito vezes.

Com a implementação dessa nova tecnologia, a RTX 5070, uma GPU de segmento intermediário, consegue alcançar resultados comparáveis à RTX 4090, um modelo topo de linha, mas apenas quando a função Multi Frame Generation está ativada. Essa funcionalidade é habilitada por redes neurais avançadas, que preveem o comportamento das cenas e interpolam quadros de maneira mais eficaz do que as gerações anteriores.

Entretanto, especialistas alertam que o uso excessivo dessa tecnologia pode comprometer a sensação de jogabilidade, uma vez que o input lag pode aumentar, impactando negativamente títulos competitivos onde a precisão é essencial. Por outro lado, em jogos single-player com foco narrativo e visual, o uso do DLSS 4 se mostra uma inovação promissora, proporcionando gráficos impressionantes sem a necessidade de hardware extremamente robusto.

Para entender mais sobre o assunto, leia os artigos abaixo:

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A RTX 5070 realmente pode competir com a RTX 4090?

A NVIDIA surpreendeu o público ao afirmar que a RTX 5070 pode atingir o desempenho da poderosa RTX 4090, uma GPU topo de linha. Essa alegação, no entanto, gerou um intenso debate, pois a performance prometida depende do uso do DLSS 4 e da tecnologia Multi Frame Generation, que adiciona quadros artificiais à renderização tradicional.

Embora em jogos como Cyberpunk 2077 e Alan Wake 2, a RTX 5070 possa atingir taxas de FPS similares à RTX 4090, isso acontece exclusivamente com o uso de frames fakes, gerados por IA. Sem essa tecnologia ativada, a RTX 5070 não chega perto da capacidade de processamento bruto da RTX 4090, que ainda domina em termos de rasterização tradicional e poder computacional bruto.

Portanto, a resposta à questão inicial é sim e não. Em situações específicas e com DLSS 4 habilitado, a RTX 5070 pode proporcionar uma experiência comparável à 4090, mas em cenários mais exigentes, que requerem poder de processamento nativo, a diferença entre as placas ainda é considerável.

Essa constatação deixou um gosto bem amargo na boca dos fãs da NVIDIA. Afinal de contas, tudo isso parece mais uma jogada de marketing da empresa do que um avanço real no hardware das GPUs. Ou seja, não houve um avanço significativo na arquitetura do chip ou no número de transistores, por exemplo. O que houve foi a adição de tecnologias paralelas que ajudam a placa, em circunstâncias específicas, a se aproximar do desempenho bruto da RTX 4090.

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O impacto dos frames fakes na experiência do usuário

A inclusão de frames fakes nos jogos tem impacto direto na experiência do usuário, influenciando fatores como latência, fluidez visual e fidelidade gráfica. Embora a adição de quadros artificiais aumente a sensação de suavidade e a taxa de FPS, críticos apontam que essa abordagem não reflete necessariamente uma experiência “real” de alto desempenho.

Jogadores competitivos, que dependem de tempos de resposta extremamente baixos, podem perceber um leve atraso, já que os quadros gerados por IA podem adicionar milissegundos de latência, comprometendo a precisão em jogos de ritmo acelerado. Por outro lado, para quem joga títulos single-player, a tecnologia pode proporcionar uma jogabilidade muito mais fluida, sem comprometer a imersão.

Outro ponto importante é que a inserção de frames artificiais pode resultar em artefatos visuais, principalmente em cenas com movimentação rápida, onde a interpolação pode gerar inconsistências na renderização da imagem. Apesar dessas preocupações, para o público casual, a tecnologia oferece um ganho significativo de performance, permitindo jogar em resoluções mais altas sem comprometer tanto a qualidade.

A posição da NVIDIA diante das críticas

Diante da polêmica gerada pela implementação de frames fakes, a NVIDIA tem adotado uma postura defensiva, destacando os benefícios da tecnologia e reforçando que o futuro dos games está cada vez mais atrelado à inteligência artificial. Em entrevistas, executivos da empresa argumentam que o DLSS 4 não é apenas uma solução para melhorar a taxa de quadros, mas uma ferramenta essencial para a evolução dos gráficos em tempo real.

O CEO da NVIDIA, Jensen Huang, defendeu publicamente a abordagem da empresa, afirmando que os frames gerados por IA são uma forma legítima de ampliar o desempenho sem comprometer a qualidade visual. Segundo ele, a tecnologia não substitui o poder bruto da GPU, mas sim complementa o hardware, proporcionando aos jogadores uma experiência visual aprimorada.

Apesar disso, parte da comunidade gamer critica a falta de transparência na divulgação do desempenho real das placas, argumentando que a NVIDIA deveria ser mais clara ao destacar as limitações da tecnologia e como ela afeta diferentes tipos de jogadores.

Conclusão

A discussão em torno dos frames fakes revela uma questão mais ampla: o equilíbrio entre desempenho e fidelidade visual. A NVIDIA, ao apostar em inteligência artificial para ampliar o potencial de suas GPUs, introduziu uma inovação significativa, mas que não está isenta de controvérsias.

Para jogadores casuais e entusiastas de títulos single-player, a tecnologia DLSS 4 e o Multi Frame Generation podem representar uma evolução bem-vinda, permitindo rodar jogos exigentes com alta qualidade gráfica. No entanto, para jogadores competitivos e puristas do desempenho, a adoção dos frames fakes ainda levanta dúvidas sobre sua eficácia real.

Assim, enquanto a NVIDIA segue firme na implementação dessa abordagem, resta ao mercado decidir se a experiência gerada por IA será amplamente aceita ou se permanecerá como uma solução provisória para superar as limitações do hardware convencional.

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Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
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