A Netflix começou a testar em alguns países da América Latina uma cobrança adicional para quem acessa o serviço “fora de casa”. De acordo com uma pesquisa feita em abril, 1 em cada 10 pessoas utiliza a senha de outro usuário para acessar o serviço. Segundo a plataforma de streaming, o compartilhamento de senhas é o grande vilão para a queda do número de assinantes e a consequente queda nas receitas.
Agora a Netflix deseja combater esta prática. Ou, pelo menos, ter algum lucro com ela. Os testes começaram a ser feitos na Argentina, El Salvador, Guatemala, Honduras e República Dominicana. Por lá quem acessar o serviço por um endereço diferente da sua casa por mais de duas semanas será “convidado” a “adicionar uma casa”.
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Preços e detalhes da cobrança adicional
Os preços da cobrança adicional variam entre R$ 9 e R$ 16. Na Argentina, por exemplo, a cobrança extra é de 219 pesos (cerca de R$ 9 em conversão direta). Já nos outros quatro países a cobrança é feita em dólar (US$ 2,99), o que equivale a R$ 16.
A quantidade de casas que podem ser adicionadas à assinatura varia de acordo com o plano. Veja abaixo:
- Plano Básico: possibilidade de adicionar 01 casa extra;
- Plano Padrão: possibilidade de adicionar 02 casas extras;
- Plano Premium: possibilidade de adicionar 03 casas extras.
É importante ressaltar, no entanto, que a adição de casas extras não altera a quantidade de telas simultâneas oferecidas em cada plano. Por exemplo, se você assinar o Plano Básico e adicionar uma casa extra, ainda assim as duas casas não poderão usar o serviço simultâneamente.
A Netflix também esclareceu que não usa dados de localização ou GPS para definir de onde o cliente está acessando o serviço. Os únicos parâmetros para isso são informações do dispositivo, endereço IP e atividade da conta. Ou seja, talvez seja possível “burlar” esse sistema com uma VPN. Já o prazo de duas semanas é para permitir que os assinantes aproveitem o serviço em viagens.
Netflix será pioneira em cobrança de taxa adicional
Caso os testes sejam aprovados, a Netflix será a primeira plataforma de streaming a fazer esse tipo de cobrança adicional. O exemplo mais próximo que temos disso é o Spotify. No plano família o serviço exige que todos os membros morem na mesma casa. Mas não passa disso.
Entretanto, no segmento de streaming de vídeos a Netflix é a opção mais cara. O HBO Max, por exemplo, no plano Multitelas, permite três transmissões simultâneas e cobra apenas R$ 27,90 por isso. O mesmo preço é cobrado pela Disney+, que ainda permite quatro transmissões ao mesmo tempo. Inclusive, a Disney+ vem crescendo de maneira sólida no Brasil.
Só a título de comparação, o Plano Básico da Netflix custa R$ 25,90, não tem conteúdo em HD e não permite transmissões simultâneas. Talvez a crise pela qual passa a empresa não seja apenas culpa do compartilhamento de senhas.
Netflix navega em mares tempestuosos
A Netflix não passa por um bom momento, isso é verdade. O serviço está perdendo mais assinantes do que o esperado. No último balanço divulgado, a companhia teve 200 mil assinantes a menos. É a primeira vez em 10 anos que o serviço diminui o número de assinantes.
Como consequência, a Netflix demitiu mais de 300 funcionários em junho. Além dessas medidas de curto prazo, a empresa estuda maneiras de médio e longo prazo para contornar a crise. Uma das soluções é a implementação de um plano gratuito, mas com anúncios. Inclusive, a pioneira dos streamings até já fechou uma parceria com a Microsoft para viabilizar esse plano.
Vamos ver se a Netflix consegue dar a volta por cima.
Fontes: Bloomberg, TechCrunch e The Verge
