A Intel Corporation divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, registrando um prejuízo de US$ 16,6 bilhões (pouco mais de R$ 97 bilhões), com uma receita total de US$ 13,3 bilhões (cerca de R 78 bilhões).
Estes resultados foram considerados decepcionantes, mas de certa forma, já eram previstos, dado o contexto atual do mercado e as mudanças internas pelas quais a empresa está passando. A companhia tem enfrentado desafios significativos em meio ao cenário macroeconômico desfavorável e à alta competitividade do setor de tecnologia.
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Os motivos do prejuízo da Intel
Os números são parte de um cenário financeiro já esperado, dado o plano de reestruturação que a empresa anunciou anteriormente, com o objetivo de cortar custos e otimizar suas operações. Este plano, lançado em meados de 2023, visa ajustar a estrutura organizacional da Intel para enfrentar melhor as condições do mercado e se preparar para um crescimento sustentável a longo prazo.
Segundo a Intel, as perdas incluem US$ 15,9 bilhões em depreciações, que afetam principalmente os equipamentos ligados ao processo de manufatura do nó Intel 7. Este processo é fundamental para a fabricação de alguns dos chips mais avançados da companhia, mas sofreu impactos devido à necessidade de ajustes e à reavaliação dos ativos produtivos.
A reestruturação visa reduzir US$ 10 bilhões em despesas até 2025, e incluiu também o corte de milhares de empregos para melhorar a eficiência operacional e criar capacidade para investimentos futuros em tecnologia e liderança em manufatura. Além disso, parte da estratégia envolve a consolidação das operações em áreas consideradas chave para a empresa, enquanto se desfaz de negócios menos rentáveis.
Intel aposta em tecnologias de ponta para o futuro
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, ressaltou que a empresa está progredindo no plano de reestruturação e destacou o forte interesse no processo de fabricação 18A, que atraiu bastante atenção dos clientes de foundry.
Esta tecnologia, que promete ser uma das mais avançadas do mercado, é vista como um diferencial competitivo que pode ajudar a Intel a reconquistar terreno perdido para rivais como a TSMC e a Samsung.
Gelsinger enfatizou que a Intel está comprometida em ser novamente a líder no mercado de semicondutores e que os esforços em curso são parte de uma estratégia de longo prazo para alcançar esse objetivo.
Uma luz no fim do túnel
Apesar do cenário de prejuízo, a perspectiva para o quarto trimestre de 2024 é mais otimista, com projeções de receita entre US$ 13,3 bilhões e US 14,3 bilhões, superando as expectativas de Wall Street.
Esse otimismo é baseado em uma série de fatores, incluindo um aumento na demanda por novos processadores voltados a dispositivos com inteligência artificial (IA) integrada e uma expectativa de recuperação gradual no segmento de data centers. Além disso, a empresa espera que as parcerias estratégicas estabelecidas recentemente contribuam para uma maior estabilidade financeira e para um crescimento sustentável.
Entre as divisões da Intel, a Client Computing Group, que abrange os produtos voltados ao consumidor, teve uma receita de US$ 7,3 bilhões, uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Essa queda reflete a diminuição na demanda por PCs, que tem sido afetada pela saturação do mercado e pelas incertezas econômicas.
Em contrapartida, a divisão Data Center and AI (DCAI) teve um aumento de 9% na receita, totalizando US$ 3,3 bilhões. Esse crescimento é atribuído ao aumento das necessidades de processamento para aplicações de IA e ao foco da Intel em oferecer soluções otimizadas para servidores e infraestrutura de nuvem. A área de rede e borda (NEX) também apresentou um crescimento de 4%, demonstrando resiliência e demanda contínua por soluções de conectividade e infraestrutura.
O plano de reestruturação da empresa parece ter agradado os investidores, visto que as ações da Intel apresentaram alta após o anúncio dos resultados financeiros. Essa reação positiva reflete a confiança dos investidores nas medidas tomadas pela gestão e na perspectiva de melhoria futura. A expectativa é de que, com a continuação do corte de custos e foco na eficiência, a Intel possa voltar a um mercado mais saudável nos próximos trimestres.
Fonte: Intel
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