Bitcoin cai ainda mais e maior empresa de mineração suspende operações

O declínio do Bitcoin continua, após as proibições de transações por bancos chineses feitas pelo governo da China, e o efeito disso foi a suspensão da maior empresa de mineração de criptomoedas, a Bitmain.

Ontem (22), o preço do Bitcoin atingiu o menor valor dos últimos tempos, US$ 29 mil, antes de se estabilizar em US$ 32 mil no final do dia.

Segundo o site de monitoramento de moedas digitais, Coindesk, o Bitcoin atingiu o maior valor em abril deste ano: US$ 65 mil, mas os efeitos regulatórios, de fato, trouxeram um grande impacto.

De acordo com Chad Steinglass, diretor de investimentos da firma de mercado de criptomoedas CrossTower, as ações regulatórias da China, bem como os lucros iminentes nos índices Futuro, contribuíram para a queda do Bitcoin nesta semana.

Além disso, Steinglass afirma que os dados econômicos da China estão aquém da expectativa dos investidores, o que gerou um temor ao risco de investimento e, desse modo, desencadeou em vendas do Bitcoin.

Isso ajudou a evidenciar o caráter especulativo das criptomoedas, com preços que caem em mais de 10%, sobretudo nas movimentações financeiras mais recentes. Contudo, a moeda conseguiu se recuperar nesta quarta-feira (23), subindo em 9% e alcançado o valor de US$ 34 mil até o horário de publicação desta notícia.

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Valor do Bitcoin e de outras criptomoedas hoje (23). Créditos: Coindesk

Queda do Bitcoin é a maior responsável por pausa em atividades da Bitmain

A Bitmain Technologies, maior empresa de mineração de criptomoedas do mundo, anunciou hoje (23) que suspenderá a venda de maquinários para mineração.

Segundo o Bloomberg, a intenção da empresa é controlar os preços locais após vários mineradores se mudarem da China após o governo do país proibir e combater suas operações.

Em abril desde ano, os equipamentos topo de linha para mineração de criptomoedas apresentaram um enorme aumento nos preços. Desse modo, ao suspender as vendas de equipamentos, a Bitmain pode ajudar os mineradores, que estão vendendo seus equipamentos, em segunda mão a obterem melhores preços.

Bitcoin
Equipamentos de mineração da Bitmain. Créditos: Cointelegraph

Leia mais: Província na China baniu a mineração de criptomoedas, entenda o motivo

Além disso, a ação da Bitmain pode ajudar a reduzir a flutuação nos preços desses equipamentos, o que inclui as placas de vídeo, que, segundo a ASRock, apresentará quedas nos preços.

A Bitmain informou, em nota à comunidade mineradora, que continuará a vender equipamentos para pequenos mineradores, mas de moedas alternativas, portanto, excluindo aqueles que operam Bitcoin ou Ethereum.

Leia também: Segundo a ASRock, haverá uma redução nos preços das placas de vídeo

Os Estados Unidos devem seguir os passos da China, apontam analistas

Na última segunda-feira (21), o Banco da república Popular da China informou às maiores instituições financeiras dos país, incluindo os três maiores bancos estatais e o serviço de pagamentos digitais Alipay (do magnata Jack Ma), para encerrarem suas operações relacionadas às criptomoedas.

Além disso, na semana passada, o governo da China desativou as operações de 26 fazendas de mineração de criptomoedas na região de Sichuan.

Em maio deste ano, o governo chinês decidiu proibir e combater a comercialização e a mineração de Bitcoin. O país já havia sofrendo com o alto consumo de energia causado pelas operações das fazendas de mineração há algum tempo, sobretudo nas regiões da Mongólia Interior e de Sichuan.

Fazenda mineracao gigante
Fazenda de mineração da Bitmain na região da Mongólia Interior, na China. Créditos: Bitmain

Essa proibição ocasionou na queda do valor do Bitcoin e em uma saída em massa de mineradores do país, além da redução nos preços dos equipamentos, principalmente as placas de vídeo.

No entanto, a regulamentação de criptomoedas não é uma tendência somente do governo da China, embora o país asiático esteja à frente desse movimento, que continuará em expansão nas próximas semanas.

Gary Gensler, membro da Comissão de Segurança e Comércio do Governo dos EUA, afirmou, no mês passado, que o mercado de criptomoedas precisa de maiores proteções ao investidor.

Os membros do Partido Democrata no Congresso dos EUA já planejam criar uma iniciativa para estudar a regulação de criptomoedas, liderado pela diretora da Comissão de Serviços Financeiros, Maxine Waters, e pela Senadora Elizabeth Warren, que no início deste mês afirmou que a indústria da criptomoedas é semelhante ao “Velho Oeste”.

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