Otan realizará evento focado em guerra cibernética

Otan realizará evento focado em guerra cibernética

Em meio a guerra cibernética e real entre a Rússia e a Ucrânia, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) fará, neste ano, a edição do evento de cibersegurança que terá os maiores e mais complexos exercícios de defesa cibernética no mundo.

O evento com os treinamentos de guerra cibernética chamam-se Locked Shields (Escudos Trancados) e começam nesta terça-feira (19).

O Locked Shields é uma competição anual realizada por países membros da Otan e empresas de cibersegurança, no formato de jogos olímpicos.

A competição foca, sobretudo, em aprimorar as habilidades de especialistas em ciberseguranças em defender sistemas nacionais de TI.

Geralmente os times são formados por nações, com a equipe da Suécia vencendo a edição do ano passado.

Otan guerra cibernética
Suécia foi a vencedora do evento no ano passado.

Os participantes do treinamento precisam auxiliar um país fictício a lidar com um ciber ataque em grande escala. A expectativa é que o evento conte com mais de 2 mil especialistas em cibersegurança.

Geralmente, o evento é realizado pela Otan, Siemens, TalTech, Clarified Securty, Arctic Securty e CR14.

Na edição de 2022 haverá a participação da Microsoft devido ao seu papel importante no ramo da cibersegurança nos últimos anos. 

Como serão os treinamentos de guerra cibernética?

A equipe da Otan inclui aproximadamente 30 organizações de cibersegurança de diferentes membros e órgãos da Otan. De acordo com Ian West, chefe do Centro de Cibersegurança da Otan, cada organização são especialistas em diferentes áreas.

Locked Shields de 2018

Comunicações, perícia digital, expertise em direito internacional e recuperação de sistemas afetados por ciberataques são algumas das especializações dos participantes.

Portanto, segundo Ian West — responsável por defender as redes da Otan e membro da agência de comunicação e informação da Organização —, os exercícios serão úteis para profissionais de diferentes países se comunicarem entre si sobre ataques que usam as mesmas tecnologias que vários governos.

“Todos nós usamos sistemas comerciais convencionais. Desse modo, estamos usando a mesma tecnologia e, como sabemos, infelizmente, muitas dessas tecnologias chegam ao mercado com vulnerabilidades”, afirmou West.

O Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa, que organiza o evento, não divulga publicamente os detalhes sobre a guerra cibernética simulada.

Entretanto, os exercícios da edição deste ano, de acordo com a Otan, terão um grande foco na “interdependência entre sistemas nacionais de TI”.

Guerra da Ucrânia será foco do evento

Os treinamentos da Otan irão simular ações de combate cibernéticos em tempo real e serão feitos no seu Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa, na Estônia.

Vale ressaltar que a Estônia é um dos quatro países da Otan com fronteiras com a Rússia, um dos motivos que Putin alega ser crucial para a “operação militar” na Ucrânia.

Por falar na Ucrânia, o país que sofre com uma guerra cibernética real, será um dos participantes dentre as 32 nações que estarão no evento de treinamento da Otan.

Portanto, obviamente, o evento Locked Shields deste ano abordará os ataques hackers e o papel de agentes cibernéticos na invasão russa.

Otan teme que a guerra cibernética se espalhe em outros países

Anett Numa, assessora de política internacional na unidade de política cibernética do Ministério da Defesa da Estônia, afirma que o evento deste ano será importante para outros países.

Otan guerra cibernética
Centro de Cibersegurança da Otan

Isso porque algumas nações já sofreram ou estão em alerta para ataques cibernéticos desde o início da Guerra da Ucrânia.

A OTAN e a União Europeia, bem como outras instituições, acusam hackers apoiados pelo governo russo de atacar a infraestrutura digital da Ucrânia. Também houve ataques contra o abastecimento de energia do país.

Além disso, empresas ucranianas também foram alvos de ciberataques, de acordo com o governo do país.

Em contrapartida, o governo da Ucrânia ajudou a organizar um grupo de hacktivistas para conter os ataques russos e auxiliar na guerra cibernética.

Soldados ucranianos do exército cibernético.

Recentemente, a guerra cibernética saiu da esfera Rússia e Ucrânia, pois a Finlândia revelou que os sites do governo sofreram ataques cibernéticos no início desde mês.

Curiosamente, os ataques sofridos pela Finlândia ocorreram logo após especulações de que o país Nórdico teria interesse em se tornar membro da Otan.

Vale ressaltar, afinal, que a Finlândia já pertenceu ao Império da Rússia no século XIX e possuem fronteiras com menos de 60 km de distância.

Bancos e instituições financeiras participarão do evento

Além de nações, o Presidente americano Joe Biden alertou as companhias dos Estados Unidos sobre a possibilidade de ataques cibernéticos após as sanções comerciais impostas ao governo Putin.

Com isso, entre os participantes deste ano haverá mais de cinco grandes instituições financeiras, incluindo o Mastercard e o Banco Santander, de acordo com o FS-ISAC.

O FS-ISAC, ou Centro de Análises e Compartilhamento de Informações sobre Serviços Financeiros, ajudou a desenvolver os sistemas virtuais para dar mais realismo aos ataques simulados ao setor financeiro.

Os exercícios do evento Locked Shields começam hoje (19) e se encerram na sexta-feira (22).

Fonte: Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa da Otan

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