Para criar seus próprios chips, Microsoft contrata engenheiro da Apple

Para criar seus próprios chips, Microsoft contrata engenheiro da Apple

A Microsoft contratou, nesta semana, um engenheiro de semicondutores da Apple de modo a expandir seus esforços em desenvolver chips para servidores e workstations.

De acordo com jornal Bloomberg, em matéria publicada na última quarta-feira (12), Mike Filippo era um funcionário essencial da Apple em sua divisão de chips, sendo parte da empresa desde 2019.

Agora, após deixar a Apple, Filippo irá trabalhar na divisão de processadores do Microsoft Azure, sob a liderança de Rani Bokar, segundo as fontes do jornal que não quiseram se identificar.

Microsoft Apple chips
Mike Filippo trabalhou na Apple durante dois anos. Antes disso, Fillipo fez parte do time de engenheiros da Arm por mais de uma década. Créditos: C. Daniel Pollone

Entretanto, um porta-voz da Microsoft confirmou a contratação do ex-funcionário da divisão de chips Apple, que já trabalhou na Arm e na Intel. A propósito, Filippo é reconhecido por aperfeiçoar os recursos latentes das tecnologias da Arm em smartphones e outros dispositivos.

Assim como a Microsoft, Intel também contratou engenheiro importante da Apple

Em outubro do ano passado, a empresa publicou uma oferta de emprego para o cargo de desenvolvedor de SoC (sistema-em-um-chip), sinalizando a  intenção de adotar uma abordagem mais agressiva na área de componentes.

Na oferta, postada no site oficial da Microsoft, a página ressalta que as responsabilidades do cargo incluem liderar uma “equipe técnica para conduzir a arquitetura a fim de entregar o produto”.

Assim, no caso da Microsoft, a contratação de Mike Filippo indica que a empresa está acelerando o processo de criação de chips para os seus servidores, que alimentam os serviços de computação em nuvem do Azure.

Microsoft Apple chips
Data Center do Microsoft Azure no Canadá. Créditos: Cristina Grandilabbra

Com a contratação do ex-engenheiro da Apple, a Microsoft foca em chips exclusivos para servidores, assim como os seus principais rivais no quesito computação em nuvem: Amazon e Google.

No entanto, a novidade pode abalar a relação duradoura da Microsoft com a Intel e a AMD, que, atualmente, fornecem os processadores para os servidores do Azure.

Aliás, as duas fabricantes já sentiram o abalo da notícia, pois, na quarta-feira, as ações da Intel e da AMD caíram em 2% e 1.1%, respectivamente.

Por falar em Intel, na semana passada, a empresa contratou outro importante engenheiro da Apple, Jeff Wilcox, que, assim como Filippo, se juntou à empresa em 2019 e também trabalhou na Arm.

Antes de entrar na Apple, Jeff Wilcox trabalhou na Intel até 2013, retornando no início deste mês. Créditos: Tom Fehérem

Wilcox era o líder da Apple Silicon e desenvolveu o T2, processador de segurança lançado em 2017.

Na Intel, Wilcox supervisionará o desenvolvimento das arquiteturas de todos os processadores SoCs da empresa.

Desde 2019, grandes empresas investiam em chips próprios, mas a crise acelerou o processo

Em dezembro de 2020, publicamos aqui no site que a Microsoft estaria desenvolvendo seus próprios chips para servidores, bem como para os dispositivos Surface.

Os processadores da família Surface incluem computadores e tablets com processadores da Intel, Qualcomm e de outras fabricantes.

Desse modo, caso a Microsoft utilize processadores próprios da empresa, será mais um momento da história em que a empresa fundada por Bill Gates imita uma ação da Apple.

Para contestar a afirmação acima, em 2019, um ano antes do nascimento do chip M1, a Microsoft lançou o Surface Pro X. O notebook contava com o processador SQ1, baseado em arquitetura ARM e com design da Microsoft.

A linha Surface Pro X. Créditos: Microsoft

Entretanto, a recepção do Surface Pro X foi bastante negativa devido, principalmente, ao seu processador. Posteriormente, a Microsoft aprimorou os seus chips após desenvolvê-los em parceria com a Qualcomm.

Leia mais: Microsoft lança os notebooks Surface Pro X e Surface Laptop Go

À época, tais criações eram apenas experimentos de engenharia, mas agora tudo mudou. Caso você não saiba, em 2020 houve o surgimento de uma pandemia global que afetou a economia mundial e a produção industrial.

Isso acarretou uma crise global de semicondutores, que afetou toda a indústria eletrônica, assim como a automobilística. É um tanto quanto insensível encontrar um lado bom nessa situação, mas a crise global de chips serviu como incentivo a várias companhias.

Em meio a crise, a maioria das gigantes da indústria tecnológica se esforçaram para lançar seus próprios componentes, como foi o caso da Apple, que lançou os chips M1 em novembro de 2020.

Microsoft Apple chips
O processador M1 da Apple. Créditos: Apple

Desse modo, a Apple substituiu os processadores da Intel na linha Mac pelo seu próprio chip. A Intel, por sua vez, sentindo o baque dessa ação, anunciou investimentos em fábricas para criação de semicondutores para abafar a crise.

Além disso, vale lembrar que, assim como a Microsoft, a Intel também contratou um importante engenheiro da área de desenvolvimento de chips da Apple, a Apple Silicon.

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