Intel investe US$ 7 bi para construir fábrica de chips na Malásia

Intel investe US$ 7 bi para construir fábrica de chips na Malásia

A Intel continua a investir na fabricação de chips, anunciando a construção de uma fábrica na Malásia que custará US$ 7,1 bilhões, para reduzir a escassez global de chips.

O projeto da Intel é uma grande aposta no potencial da Malásia, pois o país está emergindo como um centro global de testagem e montagem de semicondutores.

A Malásia representa 13% da testagem e encapsulamento de circuitos integrados, um processo crucial na fabricação de semicondutores para carros, celulares e outros dispositivos.

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A fábrica da Intel será um grande complexo de instalações, situada na ilha de Penang, que fornecerá componentes para a indústria automobilística e de eletrônicos em todo continente asiático.

Penang é o centro da indústria de eletrônicos na Malásia, com parceiros como a STM, a Renesas e, também, a Intel.

O primeiro complexo da Intel na Malásia foi construído em 1972, após o fundador da empresa, Andy Grove, considerar a ilha de Penang ideal para a primeira fábrica da empresa fora dos Estados Unidos. Créditos: Intel

Mais especificamente, de acordo com o Departamento de Desenvolvimento e Investimento da Malásia, a fábrica da Intel será construída na cidade de Bayan Lepas.

Bayan Lepas abriga o aeroporto internacional da Malásia, considerada o Vale do Silício do Oriente, pois várias empresas como a HP, a Motorola e a Dell possuem fábricas de montagem na cidade.

Apesar dos investimentos, CEO da Intel afirma que a crise dos chips continuará até 2023

O CEO da Intel, Pat Gelsinger, afirmou que a previsão de funcionamento da fábrica é para 2024. O executivo visitou a Malásia nesta semana e afirmou que a expansão da presença da Intel continuará a crescer no país. Segundo ele, a Intel irá gerar mais de 4 mil empregos.

No entanto, Gelsinger afirmou que a crise dos chips vai durar até 2023, ressaltando que a demanda continua a crescer em meio a pandemia, mesmo com os fabricantes de semicondutores “acelerando” para expandir a produção.

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De acordo com o CEO, embora a indústria de semicondutores tenha se esforçado para aumentar o estoque desde o início da pandemia, há dois anos, os resultados só serão vistos três anos depois.

Intel Malásia
Coletiva de imprensa com o O Ministro-sênior da Indústria e do Comércio Internacional da Malásia, Mohamed Azmin, e Pat Gelsinger, CEO da Intel. Créditos: P Prem Kumar

“A escassez geral de semicondutores é bastante notável, pois a indústria estava com o crescimento anual de 5% antes da pandemia”, afirmou Gelsinger em uma conferência de imprensa, ressaltando que, em 2019, a indústria tinha um valor de mercado de US$ 500 bilhões.

“A pandemia atrapalhou as cadeias de abastecimento, resultando em um crescimento anual negativo”. Por outro lado, “a demanda explodiu para 20% se comparada ao ano anterior, o que atrapalhou ainda mais as cadeias de abastecimento e criou uma grande lacuna entre a oferta e demanda… e essa demanda em explosão continuou”.

Gelsinger afirmou que o investimento da Intel na Malásia é parte de um projeto maior, que engloba os Estados Unidos, a Europa e a Ásia.

Sobre essa expansão, o CEO da Intel alertou que “leva algum tempo para conseguir responder o impulso da demanda”, ressaltando que “maiores” expansões em fábricas nos EUA também serão construídas, como anunciado anteriormente.

“Eu espero anunciar nossas próximas grandes fábricas nos EUA e na Europa em breve”, finalizou Gelsinger.

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Governo da Malásia assegura a Intel que a produção no país crescerá

O Ministro-sênior da Indústria e do Comércio Internacional da Malásia, Mohamed Azmin, estava presente no evento em que a Intel anunciou a construção da fábrica no país.

Segundo Azmin, o governo do seu país fará o possível para evitar interrupções na cadeia de abastecimento global de semicondutores.

“Eu assegurei ao Pat [Gelsinger] que não haverá mais lockdown total, apenas alguns direcionados”, disse o ministro, apontando que, mesmo durante os últimos lockdowns, o governo garantiu minímas interrupções na produção de semicondutores.

A afirmação do Ministro é importante, pois as restrições e lockdowns, visando combater o contágio da COVID-19, impostos pela Malásia e outros países do sudeste asiático, prejudicou a produção de fábricas de empresas estrangeiras.

Portanto, o plano econômico do governo da Malásia enxerga a indústria de elétricos e eletrônicos como um importante setor para o crescimento do país.

Fonte: Bloomberg

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