CDs regraváveis

O gravadores de CD são muito práticos para fazer backups de grandes quantidades de dados, transportar arquivos ou programas, e duplicar CDs de áudio ou dados, tarefas para as quais eles apresentam um excelente custo-beneficio, considerando-se o baixo
custo das mídias virgens.

Os CDs graváveis porém, trazem a desvantagem de não permitirem regravação. Se você gravar um CD hoje, e amanhã precisar alterar um único arquivo das centenas que foram gravados, terá que gravar outro disco, não sendo possível alterar somente o arquivo
que foi alterado, como fazemos em disquetes ou com o disco rígido. Para solucionar este inconveniente, surgiram os CDs regraváveis, que podem ter seu conteúdo alterado livremente, praticamente com a mesma facilidade que temos com mídias magnéticas como
Zips e disquetes.

A mágica é permitida pela substância usada na composição da camada de gravação dos CDs regraváveis. Enquanto em um CD gravável a camada de gravação é queimada pelo laser, tornando-se inalterável após a gravação, a mídia regravável pode ser alterada
entre o estado cristalino e o opaco através de laseres de intensidades diferentes. Esta técnica é bem interessante, pois com o laser, o material é fundido, mas de acordo com a temperatura de fusão, ele assume características diferentes ao esfriar. Um
temperatura mais alta torna o material opaco, enquanto um laser um pouco mais fraco o faz voltar ao estado original. Segundo os fabricantes, este tipo de mídia pode ser reescrita mais de 1.000 vezes antes de começar a apresentar qualquer problema, mas
novamente isto depende da qualidade: algumas mídias começam a apresentar erros depois de poucas regravações.

A princípio, qualquer software de gravação de CDs atual será capaz de trabalhar normalmente com CDs regraváveis. Alguns são tão amigáveis, que permitem gravar arquivos no CR-RW simplesmente arrastando-os dentro do Windows Explorer para o ícone do
drive, exatamente como faríamos para gravar arquivos em um disquete.

O maior problema com os CDs regraváveis, porém, é a compatibilidade. Um CD-R reflete mais de 70% da luz que é refletida por um CD prensado, e por isso pode ser lido por praticamente qualquer drive sem muita dificuldade. No caso de um CD-RW, a refração
é bem menor, cerca de apenas 20%.Para ler estas mídias o leitor precisa ser equipado com um circuito especial, chamado AGC “automatic gain control”, ou controle automático de ganho. Este circuito, que é embutido na cabeça de leitura é capaz de detectar a
baixa taxa de reflexão da mídia, e aumentar a intensidade do laser de leitura. Temos então um laser bem mais forte do que o usual, para compensar a baixa reflexão da mídia, fazendo com que o laser refletido tenha uma intensidade parecida com o normal.

Apenas os leitores de CD mais atuais, e mesmo assim nem todos, possuem o AGC, pois este circuito é relativamente caro, fazendo com que muitos fabricantes optem por retira-lo do projeto a fim de produzir leitores um pouco mais baratos. Você pode usar um
CD-RW para fazer seus backups, por exemplo, lendo-os posteriormente no próprio gravador, mas talvez tenha que gravar um CD-R para poder transmiti-los a um amigo com um drive de CD-ROM comum.

Além disso, os CDs regraváveis ainda trazem mais alguns inconvenientes. Como a taxa de refração luminosa é bem mais baixa, a leitura do CD é mais difícil, tornando as mídias regraváveis muito mais sensíveis a arranhões, poeira, sujeira, etc.
Trabalhando com mídias regraváveis você deverá ser especialmente cuidadoso quanto ao armazenamento.

Outro problema reside na durabilidade, que é muito menor do que a dos CDs convencionais e à sensibilidade dos CDs a leituras sucessivas. Acontece que o material que compõe os CDs regraváveis é sensível à mudanças de temperatura. por outro lado, devido
à baixa refração luminosa, o leitor é forçado a utilizar um laser muito mais forte que o normal para lê-los. O resultado é que após ser lido varias vezes, uma mídia regravável começa a apresentar corrompimento nos dados, principalmente mídias de baixa
qualidade. Definitivamente as mídias regraváveis não são as mais aconselháveis para guardar dados importantes durante longos períodos.

Muitos usuários preferem usar mídias convencionais para fazer backups ao invés das regraváveis pelo fato de que uma vez gravados os dados você os terá para sempre (pelo menos em teoria, já que dificilmente alguém vive tanto quanto dura um bom CD :-).
Se daqui a 10 anos bater uma sessão nostalgia e você resolver reler alguns e-mails gravados em um CD bastará coloca-lo na bandeja do leitor, enquanto que se usasse CDs regraváveis provavelmente já os teria apagado e gravado outra coisa por cima a muito
tempo.

Atualmente a taxa de gravação em CDs regraváveis é de no máximo 2x. A maioria dos gravadores fabricados atualmente são capazes tanto de gravar CDs graváveis quanto CDs regraváveis, geralmente apresentando velocidades diferenciadas. Hoje em dia, o mais
comum, são os drives de 8x4x2 (8x para leitura, 4x para CDs graváveis e 2x para CDs regraváveis) ou 6x4x2.

As mídias regraváveis ainda custam bem caro comparado com mídias graváveis comuns, boas mídias custam em torno de 10 ou 15 dólares por unidade, mas este preço tende a baixar com o amadurecimento e popularização desta tecnologia.

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