Netbooks: Acer Aspire One e o HP Mini Note

Netbooks: Acer Aspire One e o HP Mini Note

O Aspire One foi a resposta da Acer aos modelos originais do Eee PC e acabou se tornando um sucesso de vendas na Europa e nos EUA devido ao preço baixo. Os modelos mais simples chegaram a ser vendidos por menos de US$ 250 no exterior, substancialmente mais barato que outros modelos similares.

Mais do que em outras áreas, o mercado de netbooks é bastante sensível aos preços, já que a maioria dos compradores procura um modelo de baixo custo, que possa usar como complemento para o desktop ou notebook principal. Com isso, é normal que os modelos mais baratos sejam os mais vendidos.

Embora a tela de 8.9″ seja ligeiramente menor que a do Eee 900 (e bem menor que a tela de 10″ dos modelos da série 1000) e a webcam tenha apenas 0.3 MP, o Aspire One possui uma vantagem fundamental, que é o teclado. Tanto o Eee 701 quanto o 900/901 utilizam um teclado muito pequeno, que não utiliza toda a área disponível. A Acer aprendeu com o erro do concorrente e desenvolveu um teclado um pouco maior, que aproveita melhor o espaço, oferecendo teclas maiores. O pequeno aumento no tamanho acabou fazendo toda a diferença, tornando o teclado bem mais confortável de usar que o dos concorrentes diretos:

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Em compensação, o tamanho do touchpad foi reduzido, com os botões sendo movidos para as laterais, assim como no HP mini note.

Outro ponto fraco do Aspire One é que ele utiliza uma bateria de três células, que oferece apenas 2200 mAh (o que corresponde a menos da metade dos 5800 mAh oferecidos pelas baterias de 6 células usadas na maioria dos modelos do Eee). Isso faz com que a autonomia do Aspire One ao executar tarefas leves seja de apenas 2:30 horas. Existe uma bateria de 6 células e 4400 mAh, que é usada em alguns modelos e também uma bateria 6 células com 5600 mAh que é vendida separadamente como acessório, mas ela é cara e difícil de encontrar no Brasil.

Embora a configuração básica (Atom N270 de 1.6 GHz, com o chipset 945GSE, wireless B/G, leitor de cartões, saída VGA, etc.), existem diversas variações do Aspire One, com SSDs de 8 a 32 GB, com HDs mecânicos de 120 ou 160 GB e com 512 MB ou 1 GB de memória RAM. Assim como em outros netbooks baseados no 945GSE, é usado um único módulo de memória DDR2 de até 2 GB.

Existem também versões do Aspire One com o Windows XP e com Linux. A distribuição escolhida é uma versão customizada do Linpus (uma distribuição taiwanesa baseada no Red Hat), que utiliza uma interface simplificada, similar à do Xandros usado no Eee. O Linpus não é exatamente uma distribuição recomendável, pois é limitado e não possui um bom suporte à internacionalização, mas você não terá dificuldades em instalar o Ubuntu ou outra distribuição atual usando um pendrive.

Um ponto positivo do Aspire One é o fato de possuir dois leitores de cartão, em vez de apenas um, como seria normal. O segundo leitor permite que você utilize um cartão SD como unidade de armazenamento secundária, ficando com o outro leitor livre para outros usos. Essa possibilidade é especialmente interessante nos modelos com apenas 8 GB, onde você pode aumentar o espaço espetando um cartão de 4 ou 8 GB.

Depois dos modelos originais, com tela de 8.9″, foi lançado o Aspire One D150, que foi atualizado com uma tela de 10.1″, bluetooth e com o Atom N280, mantendo as demais características básicas. Acompanhando o aumento da tela, ele ficou cerca de 1 cm maior, mas, diferente da Asus, a Acer não mexeu nas dimensões do teclado ao atualizar o modelo. Em compensação, os botões do touchpad voltaram à posição normal:

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Diferente das versões anteriores, onde você poia escolher entre o HD ou o SSD, o D150 vem com um HD mecânico de 160 GB e com a bateria de 6 células. O maior problema com os upgrades é que ele ficou mais pesado (1.35 kg, contra 980 gramas do Aspire One original) e mais caro.

Continuando, temos o HP 2133 Mini Note, que foi a resposta da HP ao lançamento dos primeiros modelos do Eee PC. Ele chamou bastante a atenção na época do lançamento, principalmente devido ao teclado, que bastante confortável de usar para um netbook.

Hoje em dia, teclados com 92% do tamanho regular em netbooks são uma coisa comum, mas na época o teclado do 2133 chamou bastante a atenção. Foi em grande parte devido ao grande interesse do público que todos os outros fabricantes passaram a produzir netbooks com teclados maiores:

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A HP aproveitou até o último milímetro da parte interna na hora de projetar o teclado, adotando em compensação um layout estranho de touchpad, onde os botões foram movidos para os lados.

Na configuração padrão, com uma bateria de 3 células, ele pesa 1.27 kg, com opção de utilizar uma bateria de 6 células, que dobra a autonomia e faz o papel de apoio de teclado, deixando o aparelho em uma posição curvada, ligeiramente mais confortável de digitar. Por outro lado, ela aumenta o peso em cerca e 150 gramas e o “calombo” torna o HP Mini muito menos prático de transportar.

Apesar do corpo externo ser de alumínio, internamente o gabinete é de plástico, o que permitiu manter o aparelho relativamente leve, mas em compensação ajudou a encarecer o produto, fazendo com que o Mini 2133 fosse um dos netbooks mais caros da safra inicial, com o modelo equipado com 2 GB de RAM e HD de 120 custasse US$ 649 nos EUA e mais de R$ 2000 no Brasil.

Ironicamente, ele foi desenvolvido com foco no público estudantil, destinado a ser uma opção mais leve e mais prática do que um notebook tradicional. Entretanto, o preço acabou fazendo com que a aceitação fosse pequena.

Uma característica importante é que o Mini 2133 não é baseado no Celeron ULV nem no Atom, mas sim no VIA C7-M ULV (de 1.0 a 1.6 GHz, de acordo com o modelo) combinado com o chipset VIA Chrome 9.

O C7-M é simplesmente o processador x86 mais lento (clock por clock) que ainda era produzido em 2008, sobretudo com relação à FPU. Para complicar, a HP vendia o Mini Note com o OpenSUSE (uma das distribuições mais pesadas) ou com o Vista Home Basic (era necessário pagar uma taxa adicional pelo downgrade ao optar pelo XP), o que contribuía para a sensação de lentidão.

O plano inicial era que o Mini 2133 fosse logo substituído por uma versão baseada no VIA Nano, que oferece um projeto sensivelmente melhorado em relação ao C7-M, incluindo um coprocessador aritmético quase 4 vezes mais rápido e um consumo elétrico competitivo, cortesia da técnica de fabricação de 0.065 micron. Entretanto, a baixa procura pela nova plataforma acabou levando a HP a abandonar a idéia, passando a usar o Atom e o 945GSM, assim como quase todos os outros fabricantes.

Por trás das cortinas, está uma política de preços bastante agressiva da Intel, que oferece grandes descontos para fabricantes que usam o Atom em conjunto com um chipset Intel (basicamente, ao comprar também o chipset, o processador sai pela metade do preço) o que essencialmente inviabilizou a participação da VIA, que além das dificuldades em finalizar o Nano e produzí-lo em volume, não conseguiu oferecê-lo a preços competitivos.

On 2133 Mini foi sucedido por dois modelos: o HP Mini 1000 e o HP Compaq Mini 700. Como os nomes sugerem, o 1000 é produzido pela própria HP, enquanto o 700 é produzido pela Compaq, que é atualmente uma divisão dentro da empresa.

O Mini 1000 surgiu como uma variação do Mini 2133, mais barato e voltado para o mercado doméstico. Ele segue a receita tradicional, com o Atom N270, 1 GB de RAM, wireless B/G e Bluetooth. Apesar nas mudanças estéticas, o formato continua sendo basicamente o mesmo do Mini 2133, incluindo o teclado:

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O 1000 existe em versões com tela de 8.9″ e 10″ (as de 8.9″ usam speakers laterais, como como 2133), mas ambas utilizam a mesma resolução de 1024×576. Ele é um dos modelos mais leves da safra atual, com apenas 1.13 kg.

Dois outros pontos fracos são o HD de apenas 60 GB (ou um SSD de 16 GB) e a bateria de 3 células, que oferece uma autonomia de apenas 2:30 horas em uso moderado, metade do oferecido por outros modelos. Uma bateria de 6 células está disponível, mas é vendida separadamente.

Alguns detalhes adicionais são que ele possui apenas uma saída de audio (que combina o fone e o microfone, permitindo usar apenas um de cada vez), possui apenas duas portas USB e utiliza um conector proprietário para a saída VGA, o que torna necessário comprar um adaptador que a HP vende como acessório.

O Mini 700 é essencialmente a mesma máquina, mas se diferencia por utilizar uma tela de 1024×600 e ser um pouco mais barato o que faz com que, quando disponível, ele acabe sendo a melhor escolha. Os dois são um exemplo estranho de estratégia de mercado, com a mesma empresa vendendo o mesmo produto sob duas marcas diferentes e por preços diferentes.

Tanto o Mini 1000 quanto o Mini 700 possuem variações com modems 3G embutidos, desenvolvidos para serem vendidos em parceria com as operadoras, com subsídio. Nos EUA, por exemplo, o Mini 1000 foi lançado por US$ 449, mas ao comprá-lo em conjunto com um plano 3G da Verizon (contrato de 24 meses), o preço caía para US$ 200.

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