Apple Intelligence: Tudo o que você precisa saber sobre a IA dos iPhones, iPads e Macs

Apple Intelligence: Tudo o que você precisa saber sobre a IA dos iPhones, iPads e Macs

Durante a WWDC 2024, que ocorreu nesta segunda-feira (10), a Apple anunciou o lançamento do Apple Intelligence, um avançado conjunto de ferramentas focado na inteligência artificial, a nova onda/febre/bolha do mercado de tecnologia.

As novas funções inseridas pelo Apple Intelligence serão incorporadas de forma abrangente em toda a linha de dispositivos da empresa, ou seja, iPhones, iPads e Macs. Assim, podemos dizer que a novidade chega para concorrer diretamente com o Galaxy AI, incorporado aos smartphones da Samsung.

Leia também
WWDC 2024: iOS 18 finalmente é anunciado; confira todas as novidades reveladas pela Apple
Quanto custa trocar a bateria do iPhone no Brasil?

A novidade se destaca por realizar grande parte do processamento de dados nos dispositivos, com a chamada inteligência artificial “offline”, melhorando a privacidade e segurança ao evitar o envio de informações para a nuvem e manter os dados pessoais protegidos no aparelho. O Apple Intelligence consegue trabalhar com 4 tipos de elementos: texto, imagem, ação e contexto pessoal.

Nos próximos parágrafos você verá mais detalhes sobre o Apple Intelligence.

Requisitos do Apple Intelligence

Para acessar e utilizar plenamente o poder do Apple Intelligence, os requisitos de sistema são bastante específicos, necessitando de um chip robusto e eficiente. Durante a Worldwide Developers Conference (WWDC) de 2024, a Maçã deixou claro quais os chips que serão compatíveis com a tecnologia. São eles:

  • A17 Pro;
  • M1;
  • M2;
  • M3;
  • M4.

Isso implica em dizer que somente os proprietários de dispositivos mais recentes e de alto calibre, como o iPhone 15 — nas suas variantes Pro e Pro Max — bem como os notebooks da Apple lançados nos últimos três anos, terão a chance de desfrutar dessas funcionalidades baseadas em IA.

Certamente essa decisão estratégica gera exclusividade em torno das capacidades do Apple Intelligence, incentivando os usuários a atualizar seus dispositivos para modelos mais novos. Tanto é que a Reuters já prevê que o Apple Intelligence vai impulsionar as vendas do iPhone 16.

Siri finalmente será uma assistente virtual inteligente?

É óbvio que uma das maiores beneficiadas pelos recursos de inteligência artificial da Maçã será a Siri, a assistente virtual da Apple, já que ela se integrará com maestria ao Apple Intelligence. Com a novidade, a Siri conseguirá entender e atender às solicitações de voz. Ela analisará o conteúdo exibido no display do seu iPhone para fornecer uma interação surpreendentemente contextualizada e útil.

Imagine a seguinte cena: você recebe uma mensagem de texto de um amigo que diz que acabou de se mudar. Em seguida ele já manda o endereço da casa nova. Caso queira atualizar essa informação no card de contato desse amigo, vc pode simplesmente pedir à Siri para “atualizar o contato” e como que por mágica, ela prontamente insere o novo endereço na respectiva ficha de contato, sem que você precise digitar sequer uma palavra.

Se a Siri funcionar mesmo com esse nível de inteligência e sofisticação, dá para imaginar uma série de outras situações de uso. Por exemplo, você poderá pedir para a Siri reproduzir no Spotify uma música que seu amigo mencionou no WhatsApp.

Inteligência artificial em diversos apps nativos do iOS

Fotos ganha editor com IA e pode remover pessoas indesejadas

O Apple Intelligence, em seu âmago, opera com diversos LLMs (modelos de linguagem de grande escala). Além disso, a IA da Apple é equipada com modelos de criação de imagem e com um intrincado sistema de compreensão semântica. É por isso que a Siri poderá entender tão bem os nossos comandos de voz, incluindo saber interpretar o contexto de acordo com o que está na tela do iPhone.

Mas nem só de Siri vive o Apple Intelligence. Outros apps se beneficiarão desse “pacotão de IA” anunciado pela Apple. Falando um pouco sobre os aplicativos de trocas de mensagens, eles serão capazes de criar imagens com comandos de texto.

Suponha que você deseje enviar seus votos de “feliz aniversário” a um amigo ou parente. Ao fazer isso, o sistema inteligentemente pode gerar uma ilustração festiva, decorando sua mensagem com balões vibrantes e um bolo de aniversário deliciosamente desenhado.

Smart Reply utiliza IA para facilitar respostas de e-mails

Além disso, uma ferramenta de resposta inteligente é outro destaque. Ela oferece um olhar especial aos seus e-mails, sugerindo possíveis respostas e facilitando a comunicação. Mas não termina aí! Essa mesma ferramenta é capaz de adaptar, modificar ou até mesmo gerar novos conteúdos, atendendo assim de forma personalizada às preferências linguísticas do usuário.

Para os entusiastas de fotografia, o app Fotos recebeu um grande redesign. E graças ao Apple Intelligence ele permitirá que você edite suas imagens de maneira precisa e quase mágica — quem nunca quis remover uma pessoa que sem querer invadiu aquela paisagem deslumbrante? Agora é possível. Além disso, caso deseje criar um vídeo personalizado, basta descrever para o dispositivo como você quer que o vídeo seja editado.

Processamento offline, mas às vezes ele fica online

Na abertura do evento, o CEO Tim Cook falou com grande entusiasmo dos avanços em inteligência artificial. Ele fez questão de enfatizar que a Apple está se preparando para entrar com tudo nesse mercado altamente competitivo. Contudo, ele garantiu que fará isso mantendo os produtos da marca sempre poderosos e ao mesmo tempo fáceis de usar, mantendo a essência dos produtos Apple e respeitando a privacidade dos usuários.

iOS 18, iPadOS 18 e macOS Sequoia terão função para gerar emojis (Imagem: Divulgação/Apple)

Apesar de rodar na maior parte do tempo offline, o Apple Intelligence às vezes precisará ficar online. Craig Federighi, que ocupa o cargo de vice-presidente sênior de desenvolvimento de software, detalhou que “às vezes” — apenas quando estritamente necessário — o novo Apple Intelligence precisará recorrer a serviços externos.

Se um processo for muito complexo para o dispositivo, o sistema usará servidores da Apple para executá-lo, mantendo a segurança e privacidade. A Apple criou o Private Cloud Compute para isso, que usa a inteligência da Apple na nuvem sem guardar dados. As informações são só para responder às solicitações do usuário, diz a empresa. A Apple também diz que o ChatGPT não vai guardar as perguntas dos usuários nem ver os IPs deles. Mas, se você usar sua conta do chatbot, as regras de dados da OpenAI é que vão valer.

Craig ressaltou que a companhia desenvolveu um conjunto rígido de regras internas direcionadas a proteger as informações dos seus usuários, garantindo que apenas dados mínimos sejam transmitidos e que os referidos servidores externos não tenham qualquer capacidade ou permissão para armazenar essas informações sensíveis.

Integração com o ChatGPT

Apple firmou parceria com ChatGPT para integração nos sistemas

Com uma política de transparência, a Apple anunciou que o Apple Intelligence será oferecido totalmente grátis nas próximas versões atualizadas dos seus sistemas principais. As novidades previstas estão planejadas para serem liberadas já em julho, momento em que ocorrerá o lançamento do beta público do tão aguardado do iOS 18, iPadOS 18 e também do poderoso sistema macOS Sequoia.

Além disso, existe ainda a possibilidade de conectar o Apple Intelligence com o ChatGPT da OpenAI. Graças a isso, a Siri terá a capacidade de dialogar diretamente com a tecnologia GPT-4o, último e mais avançado LLM da OpenAI. A Apple compromete-se a mostrar notificações na tela do usuário sempre que houver necessidade de passar informações para terceiros ou acessar servidores externos.

Ampliando suas perspectivas futuras, a empresa também comunicou que pretende abrir mais ainda o seu sistema operacional. Assim, outros concorrentes de ponta do ChatGPT, a exemplo do Google Gemini ou Microsoft Copilot, poderão, em um horizonte não muito distante, integrar seus recursos de inteligência artificial aos dispositivos que compõem o universo Apple.

Quais dispositivos vão ter o Apple Intelligence?

Conforme informado no começo do artigo, apenas dispositivos com os processadores mais recentes vão ser compatíveis com o sistema de inteligência artificial da Apple. Até o momentos, os aparelhos que cumprem os requisitos são:

  • iPhone 15 Pro
  • iPhone 15 Pro Max
  • iPad Pro (M1 e mais recente)
  • iPad Air (M1 e mais recente)
  • MacBook Air (M1 e mais recente)
  • MacBook Pro (M1 e mais recente)
  • iMac (M1 e mais recente)
  • Mac Mini (M1 e mais recente)
  • Mac Studio (M1 Max e mais recente)
  • Mac Pro

Além disso, no início, você terá que ajustar seus dispositivos para o inglês dos EUA para usar o novo pacote de IA da Apple.

Quando o Apple Intelligence estará disponível?

Siri terá integração com o Apple Intelligence (Imagem: Divulgação/Apple)

Antes de tudo, é essencial mencionar que um pré-requisito fundamental para usufruir das novidades anunciadas pela Apple é a atualização dos dispositivos para o iOS 18, iPadOS 18 e o novo macOS Sequoia.

De acordo com as informações compartilhadas pela empresa, a primeira versão Beta, destinada especificamente para os desenvolvedores, foi disponibilizada no dia 10 de junho, permitindo que eles tenham um primeiro contato com as novidades do sistema e iniciem a adaptação de seus aplicativos.

Não muito tempo após esse lançamento inicial, a companhia planeja liberar uma versão experimental que promete ser mais estável, chamada de Beta público. A expectativa é que esta seja disponibilizada em algum momento do mês de julho, dando aos usuários a chance de experimentarem as funcionalidades antes do lançamento oficial sem correr tantos riscos relacionados a bugs e instabilidades iniciais típicos das primeiras versões Beta.

Depois das versões de testes, a versão final do iOS 18 será lançada, provavelmente em setembro, junto com os novos iPhones. Portanto, somente em setembro teremos o Apple Intelligence em sua versão final e totalmente estável.

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X