Em 2015, a Microsoft chegou a afirmar que o conceito de geração do Windows seria mudado. O Windows 10 seria o último lançamento em termos de versão, já que a plataforma seguiria o conceito de software como serviço. Um software que seria frequentemente atualizado sem a necessidade de apostar numa versão standalone.
Bom, as coisas mudaram. Após quase 6 anos de mercado, o Windows 10 tem oficialmente um substituto. Em uma livestream (bem bugada, por sinal), realizada nesta quinta-feira (24), a Microsoft oficializou o Windows 11.
O efeito surpresa ficou um pouco de lado, já que há duas semanas vazou uma ISO do novo sistema. A partir desse arquivo deu pra ter uma noção, pelo menos em termos de visual, qual seria a pegada do novo Windows.
No evento desta quinta, ficou confirmado o que já tínhamos visto com o vazamento, e mais algumas novidades e expectativas em torno desse novo capítulo na história dessa marca icônica que é o Windows.
Separamos 5 novidades sobre o Windows 11 que você precisa saber.
Um novo design, uma nova abordagem
Panos Pany, diretor de produtos da Microsoft, declarou na transmissão que a ideia era construir o Windows do amanhã…onde você pode criar, aprender, jogar, produzir e se conectar de novas maneiras.
Com o Windows 8 a Microsoft começou a tatear a ideia de um Windows que pudesse se desvincular da ideia de um sistema apenas para PCs tradicionais, com teclado e mouse. Com o Windows 11 essa nova abordagem é realmente concretizada. Seja pela questão estética do sistema, seja pela maneira adaptável do novo SO, alinhado a uma usabilidade realmente interessante para dispositivos de toque.
Aproveitando a estética do prematuramente extinto Windows 10x, versão do Windows 10 voltada para dispositivos com duas telas, o Windows 11 resgata o modo clean e totalmente moderno para a plataforma.
A apresentação deixou bem claro a adaptabilidade do Windows 11 ao lidar com dispositivos como um 2 em 1 no modo tablet. Quando você desconecta, por exemplo, o tablet do teclado, a experiência é remodelada. Os elementos aumentam e há mais espaço entre eles para acertar melhor os dedos.
Uma das maneiras de mostrar essa passagem do Windows para uma outra nova versão inteiramente nova é reforçar o impacto de um novo design. Com o Windows 11 a Microsoft claramente quer se distanciar do Windows 10 e das demais versões.
A principal quebra de paradigma aparece nos ícones da barra de tarefas. Embora possa ser alterada para o posicionamento mais tradicional, por padrão, os ícones estão alinhados de maneira centralizada. A associação com o MacOS neste sentido é indiscutível.
Outra mudança bem radical – levando em consideração o histórico do Windows, é a maneira como o menu iniciar é revelado. Ao clicar no botão iniciar, o menu meio que flutua na área de trabalho, uma grande caixa clean e totalmente minimalista. Mesmo que você esteja usando teclado e mouse, a sensação é de uma organização pensada no uso com o toque.
A própria janela também revela surpresas. Adeus janelas com cantos quadrados. Os cantos agora são arredondados. Detalhe que parece pira de designer, mas que é totalmente condizente com a nova proposta visual do sistema.
Os blocos dinâmicos, presentes desde o Windows 8, foram abandonados, e a Microsoft finalmente deixou o passado para trás e remodelou pra valer os ícones do sistema.
Snap Layout, e a nova maneira de encarar ações multitarefa no Windows
A Microsoft remodelou completamente a maneira de encarar o conceito multitarefa com o Windows 11 com o que a empresa chama de Snap Layout.
A ideia é bem simples. Sabe aqueles aplicativos de edição de imagens para colagens? Em que você escolhe um layout, com um grid específico, e depois coloca em cada um dos espaços alguma imagem que você queira? Bom, com o Windows 11 é basicamente o mesmo efeito, mas com janelas. A partir de um layout em termos de posicionamento das janelas, o sistema se adapta automaticamente, abrigando nesses espaços.
O sistema também cuida de lembrar os layouts que você escolheu para facilitar o acesso posterior. Um complemento ao Snap Layout é o Snap Group, que é um agrupamento de apps. Com esse conceito, o Windows ganha ainda mais a noção de múltiplas áreas de trabalho. Como a Microsoft explica, você pode também pode criar áreas de trabalho para cada parte da sua vida e personalizá-las da maneira que preferir. Imagine ter áreas de trabalho para jogos, para seu trabalho ou para a escola.
É a simplicidade e organização como guia no Windows 11.
Microsoft Store remodelada e relação com o Android
Como bem sabemos, a Microsoft fracassou no mercado mobile. Bill Gates, inclusive, chegou a afirmar que a derrota para o sistema do Google foi seu maior erro.
Após alguns anos fora do mercado de smartphones, a Microsoft retornou de vez ao segmento no ano passado com o anúncio do Surface Duo. O aparelho de duas telas roda Android.
O Android também dá as caras no Windows 11. O sistema é o primeiro Windows com suporte nativo a apps Android, graças às tecnologias Intel Bridge e WSL 2. Claramente uma resposta à capacidade de executar aplicativos iOS no MacOS usando o chip M1 da Apple.
Esses apps que estarão na nova Microsoft Store, através Amazon App Store, poderão rodar no sistema sem a exigência de nenhum emulador. A coexistência com apps tradicionais do Windows também foi destacada. Você poderá, por exemplo, fixar os apps Android na barra de tarefas ou até mesmo colocar em janela lado a lado com um programa padrão para o Windows.
A Microsoft Store, celeiro desses e outros milhões de apps, foi completamente remodelada. A nova loja garante mais visibilidade para os desenvolvedores, como uma nova abordagem em termos de rentabilidade. “Os desenvolvedores de aplicativos podem agora trazer o seu próprio comércio para nossa Store e manter 100% da receita – a Microsoft não fica com nada”, explica a companhia.
Windows 11: totalmente alinhado com o público gamer
Desde que passou a apostar em lançamentos de jogos que rodam tanto no Xbox quanto no PC via Windows, a Microsoft vem adicionando recursos para tornar o sistema ainda mais próximo desse público.
Com o Windows 11 a companhia reforça esse posicionamento, inclusive, herdando uma que chegou primeiro aos novos consoles da família Xbox. Este recurso é o AutoHDR. Este recurso permite que jogos originalmente na faixa dinâmica padrão (SDR) sejam executados no modo HDR. Mais de 1.000 jogos terão suporte ao AutoHDR no Windows 11. Nenhuma intervenção por parte dos desenvolvedores é necessária, o único pré-requisito é que o os games utilizam a API DirectX 11.
O sistema também lida com a API Direct Storage, que já estava disponível no Xbox Series X, garantindo um carregamento mais rápido dos jogos em configurações com SSD NVMe. A tecnologia parte do princípio da placa de vídeo com acesso direto ao SSD NVMe. O GamePass e o xCloud também serão integrados ao Windows 11.
A Microsoft também falou em cross-play, em alguns jogos entre Windows 11 e Xbox.
Atualizações 40% mais leves e update gratuito para usuários do Windows 10
A Microsoft também mencionou que o Windows 11 terá atualizações 40% mais leves do que no passado e que elas rodarão em segundo plano. Em teoria, isso significa um adeus a longas esperas e desligamentos programados.
Também foi confirmado que o Windows 11 será uma atualização gratuita para usuários do Windows 10. A data de lançamento do sistema não foi revelada, mas ele será lançado ainda em 2021, de maneira standalone, como também em versões embarcadas nos novos computadores de empresas parceiras, como ASUS, Dell, HP, Lenovo, entre outras.
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