Escolhendo um novo smartphone, parte 2

Escolhendo um novo smartphone, parte 2

Você deve ter ficado curioso com a escolha do 6120 na primeira parte da análise, já que sem dúvidas existem aparelhos com mais recursos no mercado. A questão não foi apenas o volume bruto de recursos, mas sim o fator custo-benefício, levando em consideração o preço, o tamanho e a disponibilidade. A idéia foi justamente escolher um aparelho com algumas limitações, porém relativamente barato e explorar ao máximo os recursos oferecidos por ele.

Anteriormente, usava um Nokia E62. Embora seja um bom aparelho, ele peca pelo tamanho e pela falta de suporte a 3G, um defeito fatal no meu caso, já que além de usar o smartphone para navegar e checar os e-mails, utilizo-o também como modem para acessar através do notebook.

Como comentei na primeira parte da análise, a melhor opção hoje em dia acaba sendo ter um plano de dados e um plano de voz separado, já que não existem planos que combinem chamadas de voz e tráfego de dados ilimitado. Se você não quer carregar um aparelho separado só para voz, existe a opção de usar um adaptador dual-SIM, de forma a usar os dois chips no mesmo aparelho, como você pode ver em detalhes no: https://www.hardware.com.br/dicas/dual-sim.html

Outra opção seria assinar um dos planos 3G de voz, com tráfego limitado e controlar o uso de forma a não ultrapassar a quota mensal. Mas, como comentei na primeira parte, usar um smartphone 3G com uma quota de tráfego de 10 ou 20 MB é como ter um Mercedes e só poder rodar 20 KM por mês.

Um meio termo seria usar smartphone com suporte a Wi-Fi, como o Nokia E51, usando redes Wi-Fi em vez do tráfego de dados para aplicações que geram muito tráfego. O problema com essa abordagem é que as funções só ficam disponíveis em locais com cobertura Wi-Fi, sem falar que você perde um dos recursos mais interessantes, que é poder usar a conexão do celular para navegar através do notebook, deixando de depender de uma conexão fixa.

Vamos então às dicas.

À primeira vista, o 6120 Classic parece apenas mais um celular de baixo custo, com o tradicional formato de barra e o teclado numérico regular. Entretanto, ao examiná-lo mais atentamente percebemos que se trata de um smartphone poderoso, que, para não concorrer diretamente com modelos mais caros, foi disfarçado de aparelho de baixo custo.

Ele é baseado no Symbian 9.2 com o S60 3ed., possui tela QVGA de 320×240 (24 bits de cor) e suporte a Bluetooth, mas o principal destaque fica por conta do processador.

Uma das maiores queixas com relação ao Nokia E62 que usava anteriormente era a performance. O E62 é baseado em um processador TI OMAP 1710 de 220 MHz, um processador bastante econômico, mas que oferece um desempenho bastante fraco para os padrões atuais. Como resultado disso, falta agilidade ao E62 para carregar e chavear entre os aplicativos, sem falar nos quase 60 segundos de “boot” (o 6120 demora apenas 28 segundos), que você precisa esperar ao ligá-lo. Esta falta de agilidade acaba restringindo uma pouco a utilidade do aparelho, pois acaba fazendo com que você instintivamente deixe de usá-lo para muitas tarefas.

O 6120 é baseado no Freescale MXC300 (o mesmo processador usado no E71, E51, N81, 6220 e diversos outros modelos da linha atual), que opera a 369 MHz e oferece um conjunto de outras melhorias em relação ao OMAP 1710, que resultam em um desempenho consideravelmente superior. O processador mais rápido acaba fazendo uma diferença muito grande no uso, pois torna as respostas do sistema quase instantâneas, em oposição à lentidão de aparelhos da safra anterior, como o E61 e o E62.

Vamos começar com um tour rápido pelas características externas:

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Apesar da aparência convencional, o 6120 tem uma construção bastante sólida, com um aro de alumínio em torno da tela e do teclado. Parte disso se deve ao esforço em miniaturizar o aparelho, eliminando espaços vagos.

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Diferente das câmeras usadas nos celulares da Foston e outros fabricantes chineses (que usam CCDs de webcam e simplesmente interpolam a imagem até chegar à resolução desejada), a câmera realmente usa um CCD de 2 megapixels (1600×1200), o que permite tirar fotos com uma qualidade aceitável:

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Ela não se compara com uma câmera “de verdade”, pois usa lentes baratas, não possui zoom ótico e nem mesmo a função de macro (para tirar fotos de objetos próximos), mas é satisfatória dentro do que se esperaria de um smartphone com câmera.

O ponto amarelo ao lado da lente da câmera é um LED de alta potência, usado como flash. Naturalmente, ele não se compara com o flash de uma câmera maior (ele é útil apenas para fotografar pessoas e objetos a menos de um metro de distância), mas a intensidade da luz impressiona se considerarmos o tamanho. A vantagem é que ele consome muito menos energia que uma lâmpada de flash tradicional e ocupa muito menos espaço.

É possível também capturar vídeos, mas a apenas 320×240, com 11 quadros por segundo. Além da câmera principal, ele inclui uma pequena câmera frontal que pode ser usada para realizar chamadas 3G com vídeo. A resolução da câmera secundária é de apenas 320×240 (176×144 para vídeo), mas ela atende ao que se propõe.

Aqui temos uma visão dos botões laterais. Além dos botões liga/desliga e de ajuste do volume, temos um quarto botão que dá acesso rápido às funções da câmera:

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Os botões do teclado numérico são bem rentes, com pouco relevo. Isso ajuda no aspecto visual, mas torna o teclado difícil de usar sem olhar para as teclas:

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O cartão micro-SD é instalado através de um conector lateral, com suporte a hot-swap. Isso permite que você tenha mais de um cartão e alterne entre eles conforme necessário. Tenha apenas cuidado para não perder, é impressionante como os cartões micro-SD são pequenos.

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A bateria é uma BL-5B de 860 mAh. O compartimento é bastante justo, por isso, se você pretende usar dois chips, vai precisar de um adaptador dual-SIM clássico, onde os chips são recortados. Ao usar um adaptador com cabo flat (com o segundo chip sobre a bateria) a tampa não fecha.

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Além de transferir arquivos via Bluetooth, você pode acessar os arquivos do cartão, acessar a web e sincronizar os contatos através da porta mini-USB. A única observação é que a Nokia optou por utilizar uma porta USB de 12 megabits, em vez de um porta Hi-Speed de 480 megabits. Com isso, as transferências de arquivos ficam limitadas a pouco mais de 750 KB/s, exigindo uma boa dose de paciência ao transferir vídeos ou arquivos grandes.

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O conector para fones de ouvido utiliza um conector de 2.5 mm, mas você pode utilizar fones de 3.5 mm utilizando um adaptador 3.5>2.5, que hoje em dia podem ser encontrados com relativa facilidade.

Diferente do E61, E62 e outros modelos anteriores (onde devido à diferença na pinagem do conector apenas um dos fones era ativado ao usar os adaptadores genéricos), ele suporta qualquer adaptador. Esta é uma característica importante, pois o fone stereo da Nokia que acompanha o aparelho tem uma qualidade de áudio realmente sofrível.

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Temos aqui um comparativo de tamanho entre o 6120, um E62 e um Motorola F3:

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O fato de ser tão pequeno, traz também uma desvantagem, que é o tamanho reduzido da tela. Aqui temos uma comparação mostrando a navegação em um E62 e no 6120. Embora a resolução da tela seja a mesma, a navegação no E62 é mais confortável, já que a tela é quase 50% maior:

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Se você tem uma boa visão, talvez não se importe, do contrário pense com cuidado na hora de escolher. Infelizmente, aparelhos compactos e telas grandes são duas coisas incompatíveis, de forma que você precisa escolher um lado 🙂

Se você faz questão de um smartphone com uma tela em modo landscape e teclado QWERT, uma opção seria o recém lançado E71, que segue a mesma linha do E61 e do E62, mas é menor (11.2 x 5.7 cm), mais fino (10 mm) e mais leve, com apenas 120 gramas:

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