Foi-se o tempo em que os celulares eram usados “só para falar”. Conforme foram evoluindo, os celulares passaram a incorporar as funções de cada vez mais dispositivos, tornando-se progressivamente mais importantes.
As primeiras vítimas foram as agendas eletrônicas (lembra delas?), que foram incorporadas aos celulares na forma das funções para armazenar telefones e contatos:
As próximas vítimas foram os PDAs e os Palms, que ao serem incorporados aos celulares deram origem aos smartphones que usamos atualmente, que incorporam agenda de compromissos, visualizadores de documentos e outras funções que invadiram até mesmo os modelos mais simples.
Além da questão da integração, os celulares dispõem de uma arma importante, que é o fato de, ao contrário dos palmtops, possuírem conexão com a web, o que permite também que eles ofereçam navegadores, clientes de e-mail, IM e assim por diante. Os palmtops, que eram tão populares há apenas 3 ou 4 anos, literalmente desapareceram devido à falta de demanda:
As próximas incorporadas foram as câmeras digitais. De uma forma geral, as câmeras integradas aos celulares deixam muito a desejar com relação à qualidade de imagem, devido, sobretudo, à baixa qualidade das lentes usadas. As lentes são os componentes mais caros e mais importantes em qualquer câmera digital. Lentes baratas resultam em imagens lavadas, mesmo que a resolução do CCD seja boa. Isso explica por que mesmo celulares com câmeras de 3 ou 5 megapixels oferecem imagem inferiores às das câmeras dedicadas.
Apesar disso, as câmeras integradas atendem bem ao público que quer apenas tirar fotos casualmente e filmar vídeos curtos em baixa resolução, sem precisar carregar uma câmera separada o tempo todo. Com as redes 3G os celulares passaram a incorporar também uma pequena câmera frontal, de baixa resolução, destinada a fazer chamadas de vídeo conferência.
Outra vítima, um pouco mais recente, é o mp3player, que também foi impiedosamente incorporado aos celulares. Nada mais lógico, já que todos os aparelhos atuais possuem os circuitos necessários para processar e reproduzir audio, sendo o suporte a MP3 apenas uma questão de software e de interface. Como brinde, você ganha também a possibilidade de assistir vídeos.
Um bom sintoma da perda de espaço dos mp3players é o fato da Apple, que fez tanto sucesso com o iPod, encarar o complicado mercado de celulares e investir no iPhone, de forma a se manter relevante. Daqui a dois ou três anos, será raro ver alguém com um iPod ou outro MP3 player stand-alone, assim como hoje em dia é raro ver alguém com um palm ou uma agenda eletrônica.
Continuando, os próximos da lista serão os aparelhos de GPS. Hoje em dia, você pode instalar um software de localização como o Google Maps no celular e conectá-lo via bluetooth a um receptor GPS externo, mas, conforme a tecnologia for caindo de custo, teremos cada vez mais celulares com o receptor já embutido, assim como já temos em modelos high-end, como o Nokia N95:
Um aparelho de GPS pode parecer algo supérfluo à primeira vista, mas, depois que você usa um por alguns dias, começa a se perguntar como pôde viver tanto tempo sem ele; sobretudo se você é um dos infelizes motoristas que abarrota as ruas de uma grande cidade, como São Paulo. Pode demorar mais alguns anos, mas eventualmente os celulares com GPS se tornarão tão comuns quanto os com câmera ou MP3.
Por enquanto, você pode ter um gostinho, mesmo sem ter um GPS usando o Google Maps, que roda em praticamente qualquer aparelho com suporte a Java e pode ser instalado acessando o http://mobile.google.com.br a partir do próprio celular. Ele é capaz de indicar a sua localização aproximada usando triangulação celular, onde a localização é calculada a partir da intensidade de sinal e do tempo de resposta de diferentes torres de celular. O cliente rodando no seu aparelho envia os dados aos servidores do Google, que, a partir de uma base de dados com a localização das torres, calculam sua localização aproximada, que é então exibida no mapa:
A precisão é baixa (a margem de erro é de até 1800 metros), de forma que o recurso não se compara com a precisão de um GPS de verdade, mas permite que você se localize no mapa e a partir daí consiga chegar aonde quer.
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