A Universidade de Fudan, uma das principais instituições de ensino da China, lançou no começo da semana o MOSS. Trata-se de um chatbot conversacional que visa competir com o popular ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI. O MOSS é uma inteligência artificial que pode realizar tarefas como responder perguntas, gerar diálogos, escrever códigos, entre outras funções.
No entanto, podemos dizer que o seu lançamento foi, no mínimo, conturbado. O MOSS foi disponibilizado para o público em geral, mas devido ao grande volume de acessos, a plataforma acabou caindo. A Universidade de Fudan decidiu então bloquear o acesso público ao chatbot. Alguns usuários foram convidados a continuar testando o serviço, enquanto outros tiveram que se inscrever em uma lista de espera.
Leia também
ChatGPT e o pânico do Google
8 curiosidades sobre o ChatGPT
MOSS vs. ChatGPT
O MOSS veio ao mundo com algumas contradições. Como assim? O serviço só está disponível na China, mas ele foi treinado prioritariamente com vocábulos em inglês. São mais de 300 bilhões de palavras conhecidas em inglês. A habilidade de compreensão do chinês é, portanto, uma fraqueza do MOSS. A equipe da Universidade de Fudan está trabalhando para melhorar a capacidade de compreensão da língua chinesa do chatbot.
Os passos básicos envolvidos na criação do MOSS e do ChatGPT são similares, mas a metodologia de treinamento é diferente. Enquanto a equipe da OpenAI coletou milhares de perguntas e profissionais da área forneceram as respostas, a equipe da Universidade de Fudan permitiu que o MOSS interagisse com seres humanos e outras inteligências artificiais desde o início.
Além disso, o MOSS possui menos parâmetros que o ChatGPT e ainda há muito espaço para melhorias em tarefas e reserva de conhecimento. O lançamento “apressado” do MOSS mostra que as equipes de pesquisa nesta área realmente estão correndo contra o tempo.
Todas as ferramentas de inteligência artificial que surgiram para competir com o ChatGPT até agora foram acompanhadas de algum fiasco. Primeiro o Google anunciou o Bard e depois a Microsoft anunciou o Bing Chat. Ambos já cometeram uma série de erros e não estão abertos ao público como um todo. A impressão que fica é que estas soluções só foram lançadas às pressas, sem estarem realmente prontas para concorrer com o ChatGPT.
China tem objetivos ambiciosos para o MOSS
Além da capacidade de diálogo, o MOSS terá mais funcionalidades no futuro. Dentre elas, a capacidade de desenho, fala, composição musical, ensino e até mesmo ajudar cientistas em pesquisas mais eficientes.
O nome MOSS é inspirado na franquia de filmes de ficção científica “The Wandering Earth“, onde MOSS é o nome de um supercomputador que tem por objetivo destruir o planeta Terra. Que bom!
A equipe da Universidade de Fudan está se esforçando para tornar o MOSS uma inteligência artificial de pesquisa capaz de competir com seus rivais americanos, como o ChatGPT, Bing Chat e Bard.
MOSS ainda tem que comer muito arroz com feijão
No entanto, a equipe tem muito trabalho pela frente para alcançar esse objetivo. O MOSS ainda precisa aprimorar suas habilidades linguísticas no chinês e aumentar seu conhecimento nessa língua. A sua base de dados atual contém “apenas” 30 bilhões de palavras chinesas. É muito pouco comparado com as mais de 300 bilhões de palavras inglesas.
Além disso, o MOSS tem menos parâmetros do que o ChatGPT, o que significa que ainda há muito a ser feito para melhorar suas habilidades de tarefas e conhecimento.
Porém, apesar desses desafios, a equipe da Universidade de Fudan está animada com o potencial do MOSS. Eles acreditam que, com o tempo e a devida atenção, o MOSS pode se tornar uma ferramenta valiosa para ajudar cientistas a realizarem pesquisas mais eficientes, além de ter habilidades adicionais, como fala, desenho, ensino e música.
No momento, o MOSS está sendo testado com a ajuda de usuários selecionados. E a equipe está coletando dados e feedback dos usuários com sua permissão para melhorar suas habilidades conversacionais.
Fontes: Gizmochina, Pandaily e Reuters