De acordo com relatos de repórteres do New York Times, o Google está bastante preocupado com a inteligência artificial capaz de responder a perguntas dos usuários. Estou falando do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI. Todo o potencial da ferramenta pode ameaçar o todo poderoso buscador do Google.
Funcionários da Gigante das Buscas afirmaram que o “código vermelho” foi declarado. Isso significa que há perigo para os negócios da empresa. Embora ainda esteja no início de sua existência, o ChatGPT preocupa o Google, pois pode oferecer respostas diretas aos usuários sem que eles precisem visualizar anúncios ou navegar por várias páginas de internet. Dessa forma, o usuário economiza tempo.
Leia também
Tudo o que você precisa saber sobre o Midjourney
Impressionante! Inteligência artificial cria um vídeo seu usando apenas uma foto e um texto
ChatGPT ameaça modelo de negócios do Google
Há anos, o Google lucra bastante através de um formato simples. O usuário faz uma pesquisa e recebe uma lista de resultados, incluindo anúncios pagos (os conhecidos Ads). Estes anúncios, que também são exibidos em banners de sites, representam 80% da receita do Google.
No entanto, o ChatGPT não exibe anúncios e permite que os usuários economizem tempo. Em vez de uma lista de resultados que precisa ser clicada, a IA do sistema fornece a resposta diretamente. Pode ser uma resposta a uma pergunta simples de conhecimentos gerais, a resolução de um cálculo matemático, linhas de programação e até mesmo cantadas para você usar no Tinder. O Google percebeu que isso é muito mais atraente do que a busca tradicional.
Consciente do problema, a empresa está procurando dar uma resposta ao ChatGPT. E isso se torna até algo meio irônico, já que a ferramenta da OpenAI (a mesma empresa por trás do Dall-E), utiliza uma tecnologia do Google chamada de LaMDA. Essa é a inteligência artificial que fez um engenheiro do Google acreditar que ela era senciente.
Ainda nesta semana, a Gigante das Buscas apresentou o CALM, um chatbot ainda em fase experimental, mas que promete entregar resultados mais rapidamente do que seus concorrentes. No entanto, ainda há o desafio de encontrar uma maneira de exibir anúncios no chatbot. E isso vai contra a proposta de fornecer uma resposta direta aos usuários.
Google corre contra o tempo para lançar o CALM
A expectativa é de que em maio, quando o Google realizar o evento Google I/O, a empresa revele mais detalhes sobre o CALM. Possivelmente a empresa também abra o serviço para testes com um número maior de usuários.
Segundo fontes do New York Times, a primeira versão de testes do chatbot CALM será limitada a 500.000 usuários. Essa limitação tem prós e contras. Por um lado, o Google pode melhorar sua ferramenta com um público mais reduzido, o que pode ajudar a aprimorar as respostas do CALM de maneira mais precisa.
Por outro lado, o ChatGPT está disponível para qualquer pessoa usar e melhorar os resultados. Porém, as respostas são baseadas em textos da web, nem sempre verdadeiros. Como o CALM funciona de maneira similar, o Google pode aproveitar esse tempo para tornar as respostas do CALM mais assertivas que as respostas do ChatGPT.
Além disso, o atraso no lançamento pode colocar o Google em desvantagem ou atrasar a aceitação do CALM. Por mais que seja uma empresa de grande porte e com alto poder aquisitivo, ela já ficou para trás outras vezes. Um bom exemplo é o Google Plus, tentativa da empresa de emplacar no segmento de redes sociais.
Para tentar compensar o tempo perdido, outras divisões da companhia, como a divisão de pesquisa, estão trabalhando em conjunto com a divisão de inteligência artificial. Afinal de contas, um “código vermelho” exige trabalho em equipe para que toda a empresa não fique para trás em um segmento.
Fonte: The New York Times