Você sabia que a força aérea americana já teve um supercomputador formado por quase 2 mil PS3s?

Conceitualmente, supercomputadores são uma categoria de máquinas projetadas para realizar trilhões de cálculos por segundo, ultrapassando com folga o desempenho de computadores convencionais. Esses grandes clusters de processamento e armazenamento são fundamentais para manter a sociedade moderna, cada vez mais interconectada, em funcionamento. Eles são utilizados em uma ampla gama de aplicações, desde serviços bancários e inteligência artificial generativa até questões relacionadas ao governo e à defesa.

Condor Cluster

Você sabia que já existiu um supercomputador formado por diversas unidades do PS3? É isso mesmo. O Condor Cluster, como ficou conhecido, era um conjunto de 1.760 unidades do PlayStation 3 – conectados por cinco quilômetros de fio -, que foi utilizado pela Forca Aérea dos EUA em 2010. Esse cluster de consoles da Sony chegou a ocupar a 33ª posição entre os supercomputadores mais poderosos do mundo. A engenhoca envolvia o uso dos consoles em conjunto com 168 unidades de processamento gráfico e 84 servidores coordenadores.

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Condor Cluster

A solução também foi considerada uma baita relação custo x benefício, já que o Condor Cluster consumia cerca de 10% da capacidade elétrica quando comparado a um supercomputador nos moldes tradicionais.

A ideia do projeto partiu do laboratório de pesquisa da Força Aérea norte-americana (AFRL). Mark Barnell, diretor da AFRL, considerou o hardware do PS3 como viável para essa empreitada de um supercomputador diferentão, e de custo reduzido.

O grande destaque do hardware do PS3 era o processador Cell, desenvolvido a partir de uma joint-venture estabelecida em 2005, entre IBM, Sony e Toshiba. Esse chip também foi o grande “calcanhar de aquiles” para o início da trajetória do produto no mercado de games, já que diversos desenvolvedores consideravam a arquitetura altamente complexa.

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Projeto custou US$ 2 milhões

O preço total do Condor Cluster foi de aproximadamente US$ 2 milhões, tornando esse equipamento de 10 a 20 vezes mais barato do que uma alternativa com capacidade de processamento equivalente, declarou Barnell ao site CNET em 2010. O supercomputador formado por PlayStation foi utilizado em tarefas cruciais, como melhorar os sistemas de radar da Força Aérea, processar imagens de satélite e até mesmo contribuir no desenvolvimento de IA. A máquina era capaz de resolver até 500 bilhões de cálculos por segundo!

E, pasme, essa não foi a única e nem a primeira vez que alguns PlayStation 3 foram reunidos para supercomputação Em 2007, um engenheiro da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, montou um cluster, voltado para pesquisa científica, formado por 8 unidades do PS3. No mesmo ano, na Universidade de Massachusetts, 176 unidades do console também foram testados como um centro de processamento, projeto liderado pelo astrofísico Dr. Gaurav Khanna.

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Cluster com 176 PS3s

O start nessa união do PlayStation como uma solução combinada para supercomputação iniciou ainda na geração do PS2, quando a Sony incentivou o uso do console como um computador com o kit Linux.

O Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação (NCSA) usufruiu disso em 2002, reunindo entre 60 e 70 unidades do PS2. O projeto até funcionou, mas devido aos inúmeros bugs, foi encerrado rapidamente.

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