Na última terça-feira, a Meta anunciou que vai substituir o seu sistema de checagem de fatos por uma funcionalidade semelhante às Notas da Comunidade, que já vem sendo usada no X (antigo Twitter).
A decisão gerou diversas reações, incluindo a de Linda Yaccarino, CEO do X, que celebrou a mudança como uma validação do modelo adotado por sua plataforma.
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Qual a diferença entre checagem de fatos e notas da comunidade nas plataformas digitais?
Linda Yaccarino diz que Notas da Comunidade é mais eficaz
“Mark, Meta, bem-vindos à festa”, disse Yaccarino em resposta a essa mudança, durante uma entrevista no CES 2025. Questionada pela jornalista Catherine Herridge sobre a decisão da Meta de adotar as Notas da Comunidade, a CEO afirmou que o sistema representa uma “consciência coletiva global” que promove responsabilidade em tempo real, e que nada poderia validar mais esse pensamento do que a percepção de Mark e da Meta.
Yaccarino destacou o impacto positivo das Notas da Comunidade ao afirmar que elas são o método mais eficaz e rápido de verificar fatos, além de serem isentas de viés. “Quando você pensa em Notas da Comunidade, Mark e Meta perceberam que é a verificação de fatos mais eficaz e rápida, sem preconceitos… e também inspira um ótimo comportamento. O comportamento humano é inspirado porque quando uma postagem é anotada, ela é dramaticamente menos compartilhada, então esse é o poder das Notas da Comunidade”.
Apesar do entusiasmo de Linda, o histórico das Notas da Comunidade no X não é nem um pouco isento de críticas. Uma investigação da Mashable, em 2023, revelou que várias postagens com Notas da Comunidade precisas foram vistas apenas por uma pequena fração dos usuários.
Um relatório de 2024 do Center for Countering Digital Hate (CCDH) reforçou a limitação do sistema, revelando que 74% das notas precisas sobre desinformação eleitoral nos EUA não foram exibidas aos usuários. O mesmo estudo também revelou que postagens sem notas, mas que promovem narrativas falsas sobre política, alcançaram um público 13 vezes maior do que as narrativas verdadeiras que foram verificadas.
Críticas ao modelo
Embora a CEO do X tenha recebido a mudança da Meta com empolgação, outros analistas e grupos não compartilham da mesma opinião. O CCDH, a Free Press e o Real Facebook Oversight Board já manifestaram suas preocupações sobre os riscos do abandono de programas tradicionais de checagem de fatos.
Imran Ahmed, fundador e CEO do CCDH, criticou a decisão em um comunicado oficial: “Ao abandonar seu programa de checagem de fatos em favor de um sistema de ‘notas da comunidade’ desacreditado, a Meta está turboalimentando a disseminação de mentiras online sem contestação, agravando o ódio e criando mais riscos para nossas comunidades, democracias, saúde pública e a segurança de nossas crianças”.
Ahmed também destacou que a mudança transfere a responsabilidade pela identificação de desinformação para os usuários, isentando a empresa de qualquer responsabilidade. “Em vez de assumir o desafio de uma governança responsável, a Meta está recuando. Isso representa um grande retrocesso para a segurança online, transparência e responsabilidade, e pode ter consequências graves no mundo real”, concluiu.
Outros especialistas também demonstraram preocupação com essa mudança, e você pode ver mais detalhes no nosso artigo clicando aqui.
Fonte: mashable