Ainda surfando no hype dos NFTs, a primeira coleção de tênis da Nike para o metaverso chegam a preços astronômicos, custando entre R$ 35 mil e R$ 45 mil por par.
Nike Dunk Genesis CryptoKicks é o nome da coleção lançada pela Nike e a RTFKT, que desenvolve tênis virtuais. A RFTKT (Arctifact, “artefato” em inglês) pertence à Nike americana desde dezembro do ano passado.
A Nike comprou a RTFKT justamente para entrar no mercado de NFTs e, subsequentemente, expandir sua presença no metaverso.
Metaverso: Nike compra empresa que produz tênis virtuais
A coleção, portanto, está em leilão no marketplace OpenSea, onde os colecionadores pagam quantias consideráveis em criptomoedas pelos tênis da Nike. Os tokens são vendidos em Ethereum.
No dia 22 de abril, um usuário desembolsou mais de R$ 600 mil em um dos tênis virtuais da coleção.
Itens raros da coleção custam mais de R$ 1 bilhão
Ao todo, a Nike disponibilizou 20 mil NFTs para leilão, vendendo mais de 9 mil itens desde o início da ação. No entanto, o NFT vendido por R$ 622 mil é um item de alta demanda, criado pelo respeitado designer Takashi Murakami.
Dos 20 mil NFTs da Nike, apenas 98 possuem a assinatura de Murakami, tornando o item um artigo raro. A parceria entre a RFTKT e Takashi Murakami começou na coleção de NFTs Clone X, que o designer criou 20 mil fotos de perfil inspirada em animes, compradas por celebridades como Justin Bieber.
Um NFT da coleção Clone X custa mais de US$ 50 mil, mas há benefícios aos compradores. Em fevereiro deste ano, os donos desses NFTs receberam uma caixa misteriosa que continha um par do Nike Dunk Genesis Cryptokicks e frascos virtuais para alterar as cores dos tênis.
Enfim, os NFTs mais raros da coleção tênis da Nike chegaram gratuitamente para os donos de NFTs Clone X, explicando o alto preço dos itens disponíveis.
Hoje (29) um dos poucos pares que sobrou custa mais de R$ 2 bilhões!
Além disso, os valores absurdos dos tênis com a assinatura de Murikami têm base na opção de trocar as cores do Nike Dunk Genesis, que possuem oito Skin Vials (frascos de cores), uma tecnologia da RTFKT.
https://twitter.com/RTFKTstudios/status/1517595067736858625
Os Skins Vials também podem ser comprados separadamente, mas por quantias altas.
A tecnologia, de acordo com a RTFKT, permite que os donos dos NFTs da Nike façam missões (no metaverso, utilizando realidade aumentada) para “evoluir” as skins dos tênis.
No entanto, a Nike não informou se os donos desses NFTs receberão versões reais dos tênis NFTs, mas um filtro do Snapchat foi criado para que os compradores usem o produto em realidade aumentada.
Nike e outras marcas vestuário apostam em NFTs para lucrar no metaverso
Enfim, a coleção de NFTs da Nike sinaliza que, embora o metaverso possa ser um fracasso, muitas empresas apostam nessa tecnologia tida como o futuro da tecnologia.
Anteriormente, a Nike criou a Nikeland em Roblox, jogo que pode ser considerado um metaverso com uma base diária de milhões de usuários.
Leia mais: Nike anuncia metaverso dentro do game Roblox
A Nike, aliás, não é a única entre as marcas de roupas e calçados, pois a rival Adidas também lançou uma coleção com 30 mil NFTs para o metaverso.
A coleção de NFTs da Adidas mistura itens virtuais com produtos reais, uma estratégia adotada também por outras grandes marcas, como a Dolce & Gabanna.
Mesmo com várias dúvidas sobre como funcionará o metaverso, a firma de análise de mercado Strategy Analytics afirma que o metaverso alcançará uma receita de US$ 6,1 bilhões neste ano. Em 2026, estima-se que esse número cresça para US$ 42 bilhões.