O governo dos Estados Unidos anunciou uma redução no subsídio proposto para a Intel, que inicialmente previa um investimento de US$ 8,5 bilhões através do programa CHIPS and Science Act. Agora, a quantia foi ajustada para menos de US$ 8 bilhões. Essa redução se deve, em parte, a um contrato de US$ 3,5 bilhões que a Intel assinou com o Pentágono para a produção de chips destinados a aplicações militares e de segurança nacional, segundo informações do New York Times.
Apoio Federal e Contratos com o Pentágono
No início deste ano, o governo Biden havia comprometido cerca de US$ 20 bilhões em subsídios e garantias de empréstimos para a Intel, como parte do esforço para impulsionar a produção doméstica de semicondutores. Esse pacote incluía:
- US$ 8,5 bilhões em subsídios federais;
- Até US$ 11 bilhões em garantias de empréstimos;
- US$ 3,5 bilhões adicionais do Departamento de Defesa para a fabricação de chips voltados a agências militares e de inteligência.
Com o contrato militar e o financiamento do CHIPS Act, a Intel já acumulou mais de US$ 10 bilhões em suporte federal. No entanto, a empresa enfrenta desafios significativos, incluindo o adiamento de seu projeto de expansão em Ohio, que agora está programado para ser concluído somente no final da década, e não mais em 2025.
A Intel vem enfrentando uma fase muito difícil, marcada por reorganizações internas importantes e um enxugamento nos gastos, como o corte de 15 mil postos de trabalho em agosto. O balanço financeiro referente ao terceiro trimestre registrou novamente prejuízo, situação que já era esperada pela companhia; a gigante dos chips da família Core projetou, no anúncio da demissão de 15 mil colaboradores, que o segundo semestre seria mais difícil que o esperado.
Preocupações com a Demanda e Iniciativas do Governo
Diante dos atrasos e incertezas sobre a demanda por chips fabricados nos EUA, o Departamento de Comércio manifestou preocupações sobre a capacidade da Intel de atender às metas estabelecidas pelo programa. Em resposta, a secretária de Comércio, Gina Raimondo, tem dialogado com empresas como Apple, Google e Microsoft para incentivá-las a adquirir semicondutores produzidos localmente.
Entre as gigantes da tecnologia:
- Microsoft já possui contratos de fornecimento com a Intel Foundry;
- Apple, por outro lado, depende quase exclusivamente da TSMC há anos.
A Intel é uma peça fundamental para o governo dos EUA
Mesmo com a redução do subsídio, a Intel continua sendo uma peça-chave na estratégia dos EUA para modernizar a indústria de semicondutores. Como única fabricante americana capaz de produzir chips em nós de última geração, a empresa mantém sua posição privilegiada para atender contratos governamentais. A empresa é uma peça fundamental na estratégia do governo de reduzir ao máxima a dependência de fornecedores externos, além de seguir em sua missão de limitar o acesso da China a tecnologias fundamentais para a fabricação de chips.
Sua tecnologia 18A, prevista para entrar em produção em massa em 2025, deve se tornar a mais avançada nos Estados Unidos nos próximos anos, superando as capacidades da TSMC, que enfrenta restrições para exportar seus nós mais recentes.
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