Intel: chips devem moldar geopolítica mais que o petróleo nos próximos 50 anos

Intel: chips devem moldar geopolítica mais que o petróleo nos próximos 50 anos

Nos últimos 50 anos, as reservas de petróleo foram cruciais para manter o equilíbrio geopolítico do mundo. Nas próximas décadas esses rumos serão definidos por outro segmento, o de semicondutores. Essa é a posição de Pat Gelsinger, CEO da Intel. Em declaração à CNN, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, o executivo destacou a importância das cadeias de suprimentos: “onde estão as cadeias de suprimentos de tecnologia e onde os semicondutores são construídos é mais importante para as próximas 5 décadas.”

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Pat Gelsinger

As tensões geopolíticas podem impactar diretamente o mundo, considerando a importância que certos players exercem no mercado. As tensões recentes entre China e Taiwan acenderam o alerta sobre uma possível paralisação da produção de chips pela TSMC, com uma escalada do conflito. Líder na fabricação de chips, a taiwanesa TSMC detém 70% da produção de chipsets para celulares, mantendo acordos estratégicos com gigantes, como Apple, AMD, NVIDIA, Qualcomm, Intel, Sony, Broadcom, entre outras.

Gelsinger destaca a importância da globalização do recurso mais crítico para o futuro do mundo. A Intel vem promovendo fortes investimentos em novas instalações nos Estados Unidos e também na Europa. Investimento que ultrapassa os US$ 100 bilhões, fortalecendo uma cadeia de suprimentos resiliente e geograficamente equilibrada. O mercado norte-americano de produção de chips também será beneficiado ao longo dos próximos anos com uma lei aprovada no ano passado (CHIPS and Science Act). Refletindo no investimento de mais de US$ 200 bilhões para ajudar as empresas a desenvolver a fabricação e pesquisa de chips nos EUA.

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Além de se manter como uma IDM (Integrated Device Manufacturing), isto é, uma produtora dos seus próprios chips, a Intel também segue ampliando o seu esquema de parcerias, terceirizando parte da sua produção, com empresas como a TSMC. Os atrasos na entrega de algumas tecnologias nos últimos anos fizeram com que a Intel repensasse sua estratégia e injetasse ainda mais força no resultado prático.

Os planos da companhia para um futuro próximo são ousados. A Intel fala em entregar processadores com até 1 trilhão de transistores até 2030. Feito que está alinhado com um novo investimento em tecnologias de empacotamento 3D e também ao uso de novos materiais que permitem a entrega de mais transistores em um único chip e novas possibilidades em torno da eficiência energética.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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