Taiwan, a famosa ilha posicionada a cerca de 160 quilômetros da costa sudeste da China, se considera independente desde 1949, quando o então líder chinês Chiang Kai-Shek se refugiou em Taiwan, após a derrota para Mao Tsé-Tung. Do outro lado, China, uma potência bélica e econômica, que considera Taiwan parte do seu território e diz que a ilha deve ser reunificada.
É com base nesta queda de braços geopolítica que se encontra a taiwanesa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), líder global na fabricação de chips, que detém 70% da fabricação de chipsets para celulares, com acordos estratégicos com gigantes, como Apple, AMD, NVIDIA, Qualcomm, Intel, Sony e Broadcom.
A TSMC é responsável pela fabricação dos processadores que equipam os dispositivos da Apple, CPUs da AMD e até mesmo GPUs da NVIDIA.
A empresa também tem contribuições diretas para a indústria aeroespacial e automotiva. Mais de 10 mil produtos diferentes são fabricados pela TSMC. Como mostra a Visual Capitalist, a TSMC detém 54% do mercado de semicondutores, seguido pela Samsung, com 17%.
A TSMC é o grande às que a China tanto quer com esse discurso da reunificação de Taiwan. A gigante dos chips reúne uma trinca incontestável: liderança de mercado, parceiros gigantes e capacidade tecnológica.
O escalonamento da tensão entre China e Taiwan pode causar um impacto severo no mercado global de chips. Segundo a própria TSMC, uma possível invasão da China poderia paralisar totalmente sua produção. Em declaração à CNN, o presidente da companhia, Mark Liu, disse que “ninguém pode controlar a TSMC pela força”
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Um claro posicionamento de que a empresa não estaria disposta a seguir operando após uma possível ocupação da China.
“Todos nós perderíamos. Ninguém sairia vitorioso. Nós taiwaneses escolhemos ser governados por um sistema democrático. Queremos escolher nosso modo de vida e acreditamos que a fabricação de chips é um setor chave na economia de Taiwan. Ainda assim, se a China invadir, os semicondutores não seriam nossa principal preocupação. Seria o fato de que esse evento destruiria a ordem mundial”, declarou Mark Liu.
Além de uma eventual interrupção na produção de chips, para as mais variadas finalidades, a paralisação na produção da TSMC poderia, por tabela, derrubar o valor de mercado de seus parceiros, dependentes da tecnologia que emerge do Parque industrial e de Ciência de Hsinchu, onde fica a sede da companhia fundada em 1985.
Além de Taiwan, a TSMC também detém instalações de produção na China e também nos Estados Unidos. Uma nova fábrica da TSMC está sendo construída no Arizona, EUA. A nova planta fabril deve ser finalizada em 2024 ao custo de US$ 12 bilhões (R$ 62 bilhões, em conversão direta).
Nesta sexta-feira (05), a China declarou que disparou mísseis sobre a ilha de Taiwan.
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