Enquanto a Apple mantém sua hegemonia, seguida pela Microsoft, 2021 marca o primeiro ano desde 2017 em que empresas chinesas não aparecem na lista das 10 empresas com maior valor de mercado no mundo.
No ano passado, somando o valor de mercado dos quatro trimestres, a Tencent e Alibaba (AliExpress), ocuparam a sétima e a nona posição, respectivamente. Neste ano, nos dois primeiros trimestres, a Tencent conseguiu ocupar a sexta posição do ranking trimestral.
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No entanto, quando nos aproximamos do final do ano, a Tencent ocupa a 11ª, desse modo, saindo da lista de top 10 que ocupara desde 2016.
Em contrapartida, as gigantes americanas da indústria tecnológica dominam essa nova listas. O Top 3 é ocupado, respectivamente, por Apple, Microsoft, e Alphabet (Google).
Em seguida, quebrando a sequência das empresas de tecnologia, aparece a Saudi Aramco, Companhia estatal de petróleo da Arábia Saudita, chegando ao valor de quase US$ 2 trilhões.
A partir da quinta posição, há o retorno das empresas americanas de tecnologia. O quinto, sexto e sétimo lugar é ocupado, respectivamente, por Amazon, Tesla, e Meta (Facebook).
Em seguida, em oitavo lugar, aparece a Nvidia, que encerra, em tese, o bloco das empresas de tecnologia, pois é seguida pela Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, que possui ações na Apple.
Por fim, aparece a taiwanesa TSMC, a maior fabricante de semicondutores do mundo e única representante do extremo oriente. Um fato curioso é que, recentemente, a China reclama soberania sobre Taiwan.
Por quê as empresas chinesas estão fora do Ranking de 2021?
Para entender o motivo da queda das empresas chinesas no ranking de valor de mercado deste ano, precisamos fazer uma viagem no tempo, mais precisamente em 2007.
2007 marca o início da crise econômica global, que tem seus impactos nos anos posteriores, sobretudo no ocidente. Ao mesmo tempo, em que as grandes economias ocidentais viviam um período de extrema recessão, a China aparecia como um grande polo de empresas de tecnologia.
Essas empresas viram seus valores de mercado crescerem graças aos novos modelos de negócios, bem como ao acesso a um mercado gigante, pois o país tem a maior população do mundo.
No entanto, retornando a 2021, as empresas de tecnologia chinesa vivem um período diferente, para não dizer, oposto, ao que ocorreu nas últimas duas décadas.
Atualmente, o governo chinês reprime o setor tecnológico do país com sanções temendo que outros países possam ter acesso a dados sensíveis de empresas com ações a venda em bolsas de valores internacionais.
Por outro lado, enquanto isso, o governo americano impõe sanções em empresas chinesas no mercado internacional.
Por exemplo, a Hauwei não pode comprar componentes fabricados por empresas americanas e, na última quinta-feira, o governo americano inseriu a fabricante de drones DJI e mais outras empresas chinesas na lista de entidades que atuam em conformidade com o complexo militar-industrial da China.
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Desse modo, empresas, ou pessoas, americanas não podem investir em várias companhias chinesas, o que resultou nessa queda de valor de mercado.
Portanto, a perspectiva do patrimônio das empresas chinesas depende do quão empenhado o governo Biden está em impedir que a moeda americana financie negócios na China.
Aliás, anteriormente, esperava-se que a economia chinesa ultrapasse a americana em 2029, de acordo com o Japan Center for Economic Report. Agora, o centro de pesquisa lançou um novo relatório que afirma que a China não conseguirá superar os EUA antes de 2033.
O relatório, por sinal, especifica que a razão principal para tal mudança é justamente o posicionamento do governo chinês ao reprimir suas indústrias, sobretudo a de tecnologia.