Quando Jensen Huang ajudou a fundar a NVIDIA, em 1993, o mercado relacionado a gráficos em 3D, placas de vídeo, e tudo que o cerca, era outro. A empresa estabeleceu todo um pionerismo relacionado aos chips gráficos, criando, inclusive, aquela que é considerada a primeira GPU moderna, a NV10, chip gráfico que equipava a GeForce 256, lançada em 1999.
Mas até quando esse modelo de mercado tradicional das placas de vídeo seguirá, considerando o franco desenvolvimento da IA e o próprio investimento cada vez mais significativo da NVIDIA? Nas palavras do próprio homem que ajudou a construir um império sobre chips gráficos e placas lendárias, uma mudança total está prestes a acontecer.
Durante uma sessão de perguntas e respostas na GTC 2024, Huang foi bem direto ao comentar o que ele entende como o futuro para esse mercado. O executivo aponta que, considerando uma realidade cada vez mais presente em que tecnologias como o DLSS trabalha como um auxiliar na renderização, um panorama em que a GPU poderia ser completamente substituída por uma NPU é bastante provável.
“Como alguém que usa frequentemente o upscaling DLSS, já estou acostumado com jogos parcialmente renderizados por IA. Com isso em mente, a ideia de minha GPU se tornar subserviente ou substituída por uma unidade de processamento neural (NPU) não parece um futuro impossível”.
Devido ao momento cada vez mais positivo da NVIDIA sobre tudo que está relacionado a IA, Jensen tem adotado uma linha de pronunciamentos públicos calcada nesse futuro que ele projeta, em que sua corporação é um player central nesse avanço.
Evidentemente, esse tipo de discurso também atua como uma maneira de direcionar o foco para o local que a NVIDIA deseja, mas também reafirma o compromisso tecnológico da companhia. A tecnologia DLSS, por exemplo, está no mercado desde 2019. Um momento em que conversas relacionadas aos avanços prometidos por Deep Learning e redes neurais estavam bem distante do grande público. Temos hoje cada vez mais pessoas inteiradas, nem que seja minimamente, sobre IA.
Huang também traçou um paralelo com a OpenAI, e o Sora, a ferramenta de geração de vídeos baseadas em IA que deve ser lançada ainda em 2024. O executivo trouxe o ponto sobre o quão rápido as plataformas generativas estão avançando.
Tecnologias de upscalling e geração de quadros, que são cada vez mais utilizadas em jogos, também seguem evoluindo rapidamente. Uma tecnologia como essa, segundo os rumores, parece ser justamente o grande trunfo tecnológico que o PlayStation 5 Pro deve oferecer.
A projeção de Huang fala em um prazo entre 5 e 10 anos para que essa nova realidade em que a unidade de processamento gráfico tradicional perca espaço para alguma coisa nova, tendo como base a IA. Essa mesma projeção de tempo que o CEO menciona para começarmos a ver jogos criados por IA.
“Eu acredito que estamos a menos de dez anos de distância. Em cinco anos, a partir de agora, você provavelmente estará no meio onde tudo estará mudando em tempo real e todos dirão ‘olha, veja isso, realmente está acontecendo’. E aí você só precisará fazer as contas, já estamos há dois anos nisso, dentro destes dez anos? Provavelmente, nós provavelmente já estamos no segundo ano disto. E aí eu lhe diria que seria algo entre os próximos cinco e dez anos, em algum lugar no meio. Acredito que seja o caso”.
A posição de Huang também levanta outro ponto muito importante: até quando rodar games em resoluções altas, como o 4K, de forma nativa será importante? As tecnologias baseadas em IA podem transformar totalmente esse tradicionalismo calcado no hardware bruto algo do passado? Comente abaixo.
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