Brasileiros desenvolvem jogo para ajudar pacientes com Parkinson

Brasileiros desenvolvem jogo para ajudar pacientes com Parkinson

Jogos eletrônicos muitas vezes cumprem o seu papel primário que é divertir, mas eles podem ter diversas outras finalidades. Alguns podem ser educativos, por exemplo, e outros podem ajudar pessoas em tratamento, como pacientes com Parkinson.

É o que propõe o novo jogo RehaBEElitation, desenvolvido por pós-graduandos em Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia (PPGEB-UFU). O joguinho estimula os jogadores a realizarem alguns movimentos com as mãos que são os mesmos utilizados em tratamentos fisioterapêuticos.

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Jogo estimula movimentos de fisioterapia

Parkinson

No jogo, é preciso controlar abelhas em 3D, o que é feito através de movimentos com as mãos. Seja os de abrir e fechar a mão, fazer flexão com o dedo, extensão, adução, abdução e movimentos de pinça usando o dedo polegar e o indicador. Atualmente o projeto do jogo já conta com diversas fases e níveis que usam e abusam dessas movimentações.

O Parkinson é conhecido principalmente por afetar os movimentos de uma pessoa, o que pode levar a tremores, desequilíbrio, rigidez, entre outros males que dificultam tarefas simples como falar ou escrever. Isso acontece porque as células cerebrais responsáveis pela condução desses impulsos nervosos são afetadas.

A fisioterapia é usada nesses casos para trazer mais qualidade de vida a essas pessoas, principalmente em relação aos movimentos com as mãos. Os cientistas resolveram focar nesse aspectos e, durante uma pesquisa sobre as principais necessidades dos pacientes, descobriram que a melhor forma seria estimular os movimentos dos membros superiores.

O jogo foi criado com esse intuito e já ganhou visibilidade, principalmente por ser o projeto vencedor na categoria de “Autonomia” durante o “Challenge Handicap & Technologies”, evento que aconteceu na França em maio. Essa categoria diz respeito a projetos que visam trazer mais autonomia para pessoas em alguma condição de dependência.

Infelizmente o joguinho ainda não está sendo disponibilizado para pacientes aqui no Brasil, já que ele ainda é um projeto em fase de desenvolvimento. Os cientistas revelaram, porém, que já estão seguindo para os próximos passos, que consistem em adicionar também movimentos para trabalhar os membros inferiores, aumentando ainda mais a eficácia e a melhoria de vida para esses pacientes.

Por enquanto ainda não há uma data confirmada para o lançamento do jogo.

Tecnologias que buscam auxiliar no tratamento do Parkinson

Parkinson

A Doença de Parkinson é um distúrbio que acomete o cérebro dos pacientes, causando a degeneração progressiva dos neurônios. O resultado prático disso é que esses pacientes acabam tendo movimentos involuntários e que não podem ser controlados. Eles começam de forma mais contida, mas vão piorando com o passar do tempo.

Com o agravamento do quadro, esses movimentos involuntários se transformam em tremores bruscos que afetam os movimentos voluntários também. Ele acomete não apenas os membros superiores, mas todo o corpo, podendo inclusive dificultar a fala do paciente.

A doença também pode trazer alterações mentais com falta de memória, além de trazer problemas como depressão e influenciar negativamente na qualidade do sono. Geralmente o Parkinson só começa a se manifestar a partir dos 60 anos de idade, porém casos raros podem acontecer em pessoas com menos de 50 anos.

A medicina vem avançando e procurando por formas de detectar a doença o mais rápido possível, visando um tratamento precoce como forma de ajudar a trazer uma maior qualidade de vida a essas pessoas. Isso porque sem o diagnóstico precoce só se sabe que a pessoa tem doença quando ela começa a desenvolver os sintomas motores, e na maioria das vezes quando isso ocorre é porque já houve perda irreversível de neurônios.

A Inteligência Artificial já está sendo usada em diversos estudos para tentar ter diagnósticos precoces de Parkinson. Um grupo de pesquisadores chineses inclusive criaram um “nariz eletrônico” que visa identificar o Parkinson através do cheiro. A ideia surgiu após a descoberta de uma mulher que conseguia identificar a doença através do cheiro das pessoas. A explicação científica no caso é de que pessoas com Parkinson têm uma secreção de sebo aumentada, o que aumenta a produção de leveduras, enzimas e hormônios que têm odores característicos.

Parkinson

Como a doença não tem cura e muitas dessas tecnologias ainda estão em fase de desenvolvimento, atualmente o Ministério da Saúde alerta que a prioridade é combater os sintomas e retardar o seu progresso, que é o objetivo da fisioterapia nesses casos.

“A grande barreira para se curar a doença está na própria genética humana, pois, no cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam. A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os medicamentos e, em alguns casos, a cirurgia, além da fisioterapia e a terapia ocupacional”.

Atualmente já existe no Brasil tecnologias que usam dispositivos de neuromodulação que conseguem atuar para controlar e diminuir os tremores involuntários, lentidão e rigidez. O tratamento consiste na implantação de um dispositivo no cérebro do paciente, que funciona mais ou menos como o marcapasso cardíaco.

Fonte: UFU

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