Quem viveu nas décadas de 1990, 2000 e até mesmo na virada para os anos 2010 com certeza se lembra daqueles programas clássicos que eram quase parte da família. Afinal, eles estavam presentes em praticamente todos os momentos do cotidiano virtual. Eram essenciais para realizar uma série de atividades: baixar as músicas de sucesso da época, permitir longas e animadas conversas com amigos por meio de mensagens instantâneas e claro, reproduzir os mais diversos tipos de vídeos, fossem eles clipes musicais ou episódios do seu anime favorito, de preferência em RMVB. Muitas dessas ferramentas marcaram época e deixaram saudades nos usuários.
Embora alguns acreditem que esses aplicativos tenham sido totalmente substituídos pelas novas tecnologias, a verdade é que muitos deles continuam firmes e fortes, resistindo ao teste do tempo.
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Portanto, está na hora de desempoeirar as memórias e dar uma olhadinha nestes programas que fizeram história. Quem sabe ao revisitar essas relíquias tecnológicas, você não se surpreende e decide dar uma nova chance para eles, redescobrindo funcionalidades que possam ser úteis para o seu dia a dia atual?
01. eMule
O eMule foi, provavelmente, o primeiro programa que você usou para baixar coisas da internet. O eMule, sem dúvida alguma, firmou-se na memória de muitos brasileiros como o pioneiro entre os aplicativos de compartilhamento de arquivos que alcançaram grande popularidade no Brasil durante os anos iniciais da internet de alta velocidade. Seu sistema era baseado nas redes eDonkey2000 e Kad, ambas notáveis pela robustez e eficiência na época em que foram amplamente utilizadas.
Um dos aspectos mais atraentes do eMule, que realmente contribuiu para que ele se sobressaísse em meio a um mar de alternativas, era a sua habilidade de consertar arquivos danificados que estivessem sendo baixados. Havia tbm um sistema de recompensa que conferia pontos aos usuários que contribuíam significativamente para a rede realizando muitos uploads.
O eMule sofreu com o surgimento dos serviços de streaming como Spotify, Netflix e YouTube, que mudaram a forma de consumir conteúdo digital. Contudo, em 2020, desenvolvedores independentes revitalizaram o eMule, mantendo seu design clássico e introduzindo melhorias em segurança e desempenho. Assim, o eMule renasceu e está disponível para aqueles usuários que valorizam a nostalgia ou preferem compartilhamento de arquivos tradicional.
02. ICQ
O ICQ foi pioneiro em mensagens instantâneas no Brasil, bastante popular nos anos 90 e início dos 2000. Com o tempo, perdeu espaço para novas plataformas, especialmente após a ascensão do MSN Messenger, que foi outra plataforma que deixou saudades entre os brasileiros e infelizmente não está mais disponível.
Em 2010, o Mail.ru Group, uma empresa russa com vasto portfólio digital, adquiriu o ICQ, mantendo-o ativo com atualizações e melhorias para atender às demandas modernas de mensageria.
Contudo, em setembro de 2023, o ICQ enfrentou um revés no Brasil, sendo bloqueado devido a acusações de disseminação de pornografia infantil, um crime severamente combatido pela sociedade. Apesar disso e da concorrência acirrada, o ICQ ainda tem cerca de 1,5 milhões de usuários ativos.
03. FrostWire
O FrostWire surgiu em 2004 como uma nova opção para compartilhar arquivos, mais avançada que o LimeWire. Na época, LimeWire e FrostWire disputavam cada usuário de forma ferrenha. Ele conquistou usuários por ser compatível com o BitTorrent e ter mais recursos.
Com o tempo, o FrostWire se adaptou às mudanças digitais e manteve sua base de fãs. Eles confiam na plataforma para baixar vídeos, músicas e outros arquivos. O software também ganhou uma versão para celulares Android, permitindo downloads diretos em smartphones e tablets.
Mas é importante ter cuidado ao usar programas como o FrostWire. Por causa do compartilhamento aberto de arquivos P2P, há riscos de vírus e arquivos ruins. Os usuários devem navegar com segurança, usar antivírus atualizados e escolher bem os arquivos para evitar problemas nos dispositivos.
04. Napster
O Napster realmente fez história, revolucionando de forma contundente a maneira como as pessoas acessavam e compartilhavam músicas no mundo inteiro. Considerado o pioneiro nesse segmento, ele iniciou uma nova era digital na indústria da música que desencadeou mudanças profundas nos hábitos de consumo de mídia.
No entanto, em 2001, o Napster se deparou com problemas jurídicos que tinham a ver com direitos autorais, principalmente impulsionados pela banda Metallica. A banda de rock foi bastante incisiva em sua acusação contra o aplicativo. Eles alegaram que o Napster estava facilitando o compartilhamento ilegal e a distribuição de músicas protegidas por direitos autorais, o que colocou a plataforma em uma situação complicada perante a justiça.
Após enfrentar sua derrota nos tribunais, o Napster passou por um período de reinvenção. Foi então que, um ano depois, o Grupo Roxio interviu para adquirir e relançar o Napster. Com essa nova abordagem, o serviço transformou-se: começou a operar de maneira semelhante ao iTunes, comercializando músicas legalmente aos usuários.
Em seguida, em 2016, mais um capítulo na jornada do Napster se desdobrou quando o Rhapsody International decidiu adquiri-lo. A empresa já tinha seu próprio serviço de streaming de música, conhecido como Rhapsody, que foi então fundido ao Napster.
Atualmente, o Napster se distancia totalmente da imagem associada à pirataria e se posiciona como um concorrente legítimo no mercado de streaming de música. Ele disputa espaço com gigantes do setor como Deezer, Spotify, entre outros, oferecendo uma vasta biblioteca musical. Com mais de 40 milhões de faixas disponíveis em seu catálogo, o Napster cobra uma assinatura mensal de R$ 17,99.
05. Soulseek
O Soulseek, uma plataforma que ganhou imensa popularidade durante a década de 2000, emergiu como uma rede de compartilhamento de arquivos extremamente focada no universo das músicas. Sua reputação cresceu de tal forma devido à capacidade única de conectar as pessoas com faixas musicais raras e exclusivas, proporcionando uma experiência singular para os amantes de música em busca de obras que não se encontravam facilmente em outras plataformas da época.
Assim como outros programas do gênero, a chegada dos serviços de streaming fez com que a plataforma perdesse relevância e fosse caindo em desuso. A conveniência oferecida pelos serviços de streaming fez com que muitos usuários gradualmente deixassem de usar o app do Soulseek, chegando ao ponto de praticamente esquecerem de sua existência.
Mas ele entra nessa lista pois a plataforma não apenas sobreviveu como também continuou a evoluir. O aplicativo ainda está ativo, recebendo atualizações e mantendo-se relevante para usuários que valorizam a capacidade do Soulseek de encontrar músicas que muitas vezes continuam inacessíveis através dos grandes serviços de streaming. O Soulseek segue oferecendo versões atualizadas para diversos sistemas operacionais, incluindo Windows, Mac e Linux.
06. Tibia
O jogo Tibia, desenvolvido em 1997 pelos estudantes alemães da CipSoft GmbH, não alcançou o ápice de sua popularidade imediatamente após seu lançamento. Foi somente no início dos anos 2000 que ele começou a ser amplamente conhecido e apreciado por uma base de jogadores fiéis. O Tibia é um MMORPG (Massively Multiplayer Online Role-Playing Game) que conquistou muitos fãs devido à sua jogabilidade envolvente e à capacidade de oferecer uma experiência de jogo rica e complexa.
Apesar de ter gráficos simples comparados aos padrões atuais, algo que se tornou motivo de piadas entre a comunidade de jogos, o charme do Tibia está em sua simplicidade e na profunda mecânica de jogo. Os jogadores podem dedicar horas aprimorando seus personagens através de diversas habilidades, engajar-se em batalhas estratégicas contra diversos monstros, explorar vastos e variados lugares cheios de mistérios e procurar tesouros escondidos que poderiam fortalecer ainda mais seus avatares no jogo.
Tibia se destacava pela acessibilidade, funcionando bem até em PCs antigos e com internet lenta, permitindo aos fãs de MMORPG curtirem o jogo sem hardware avançado. Oferecia ainda uma versão para Linux, algo pouco comum na época, atraindo uma base de jogadores mais diversa.
Tibia mantém uma comunidade ativa e recebe atualizações frequentes, com mais de 120 mundos para explorar. O Brasil é o país com mais jogadores, refletindo sua paixão pelo jogo online e em comunidades. Tibia supera o tempo, permanecendo relevante e amado globalmente.
07. uTorrent
Quando se fala em baixar arquivos por meio da tecnologia Peer-to-Peer (P2P), é praticamente impossível não pensar no uTorrent. O software, criado e lançado em 2005, mudou o compartilhamento e download de conteúdos como vídeos, música, jogos e arquivos diversos via redes de torrents.
A popularidade do uTorrent foi indiscutível durante muitos anos e o programa se tornou sinônimo de eficiência no que diz respeito ao download de torrents. Mas o programa também foi outra vítima da expansão de serviços como Netflix, Spotify e lojas como Steam reduziu o uso do uTorrent, já que muitos preferem consumir mídia legalmente através de assinaturas acessíveis.
No entanto, o uTorrent ainda mantém usuários fiéis ao redor do globo, graças à lealdade dos usuários e também melhorias do software. Inclusive existem até planos pagos para uma experiência sem anúncios e com mais funcionalidades. Obviamente que ao usar um programa desse tipo é crucial cuidar da segurança devido a riscos como malwares e vírus.
08. VLC
Esse é o meu queridinho e eu uso até hoje. Inclusive, é meu reprodutor de mídia padrão aqui no PC. O aplicativo que tem um ícone em formato de cone se estabeleceu como um dos players de mídia mais renomados e amplamente utilizados na internet.
O que realmente o destaca no mercado e o torna especial é sua capacidade de reproduzir uma diversidade impressionante de tipos de arquivos multimídia. Além disso, o VLC conta com uma interface que é ao mesmo tempo atraente e intuitiva, facilitando para que usuários de todos os níveis de habilidade possam desfrutar de suas funcionalidades sem complicações.
Por mais que os serviços de streaming estejam dominando o cenário do entretenimento atualmente, o VLC não só se mantém relevante, mas também segue firme e forte nesse contexto competitivo. Isso se deve, em parte, à flexibilidade que oferece aos seus usuários, permitindo que eles assistam vídeos nos mais variados formatos em dispositivos móveis ou diretamente em seus computadores pessoais. Uma das características interessantes do VLC é a sua capacidade de se integrar com dispositivos como o Chromecast, o que permite aos usuários projetar seus vídeos e fotos favoritos diretamente na tela grande de suas TVs.
Apesar das incontestáveis qualidades, o VLC não é imune a problemas de segurança. Já houve falhas exploradas por hackers, como uma vulnerabilidade usada para espionagem. Esses casos são raros, mas destacam a necessidade de manter o aplicativo atualizado.
09. Winamp
Para os amantes da música que viveram a era digital no início dos anos 2000, o Winamp era praticamente um companheiro inseparável. Não é exagero afirmar que muitos passaram horas personalizando suas listas de reprodução e explorando as funcionalidades únicas que o aplicativo oferecia. Diferenciando-se do Windows Media Player pela sua interface mais despojada e customizável, o Winamp realmente “bombeava” as melodias e transformava a experiência de ouvir música em algo único e pessoal.
Depois de dominar o cenário dos players de música por um bom tempo, o Winamp teve um período de esquecimento, como se tivesse caído em um sono profundo. No entanto, para a felicidade dos nostálgicos, ele retornou com força total após a Radionomy, uma empresa sediada na Bélgica, reconhecer seu potencial e adquiri-lo em 2014.
O Winamp não somente sobreviveu à transição tecnológica mas continua a evoluir, recebendo atualizações que garantem sua compatibilidade com novos codecs de áudio e suporte ao Windows 11. É uma verdadeira viagem no tempo quando você abre o aplicativo e se depara com aquela skin clássica, uma recordação vívida dos dias em que personalizar o visual do player era quase tão importante quanto a própria música que tocava.
A nostalgia chegou a tal ponto que a skin clássica do Winamp até entrou no mundo dos NFTs, sendo leiloada em maio de 2022. O Winamp expandiu seus horizontes e se adaptou às plataformas móveis, lançando versões tanto para Android quanto para iOS.
10. Windows Media Player
Quem aqui nunca usou o Windows Media Player, não é mesmo? Eu era fissurado em ouvir música assistindo aquelas transições psicodélicas passando no monitor. O tocador do Windows, popular por vir pré-instalado em PCs com o sistema da Microsoft, teve atualizações até o Windows 10. Tentando mudar um pouco as coisas, a Microsoft lançou outros players, como o Groove Música, cujo desenvolvimento foi interrompido em 2018.
Com a chegada do Windows 11, o aplicativo Reprodutor Multimídia foi lançado para ser a opção padrão de mídia, mas o Media Player clássico não foi esquecido. A Microsoft revitalizou o Media Player com um visual moderno e menus simples, mantendo elementos do extinto Groove Music como uma homenagem ao seu passado.
Para aqueles que estão acostumados ao Media Player original e sentem falta de suas características clássicas, existe uma opção que pode trazer a versão antiga do Media Player através das configurações do sistema do Windows. Nessa área, você pode ajustar as preferências de software de mídia de acordo com o que mais lhe agrada, permitindo que a transição entre as versões seja feita de forma personalizada e alinhada com o conforto do usuário.
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