Nvidia mostra como uma IA generativa pode ajudar na descoberta de remédios novos

Nvidia mostra como uma IA generativa pode ajudar na descoberta de remédios novos

Os avanços nas pesquisas e nas soluções voltadas para o uso de Inteligência Artificial (IA), principalmente com IA generativa, vem se tornando destaque no mundo todo, principalmente nos últimos meses. Já é possível perceber que esse tipo de tecnologia poderá chegar a diferentes tipos de mercados, até mesmo no alimentício.

Outro tipo de mercado que pode se beneficiar com esses avanços é o da área de saúde e medicina, e isso é comprovado com o anúncio da Nvidia, que revelou utilizar uma IA generativa para ajudar na pesquisa de novos medicamentos.

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IA generativa pode ter impacto positivo na área de pesquisas de novos remédios

IA generativa

A descoberta de novos medicamentos depende principalmente das pesquisas que estudam novas moléculas com essa finalidade. Porém, essa área requer bastante investimento e acaba se tornando arriscada em alguns aspectos. Além disso, ela envolve muitos testes, o que também demanda muito tempo, e o processo pode durar anos.

Porém pode ser que esse cenário melhore com o uso da tecnologia de Inteligência Artificial no futuro. A Nvidia anunciou que seu serviço em nuvem BioNeMo, que utiliza um sistema com IA generativa, está chegando para mais públicos, e tem como objetivo ajudar a descobrir novos remédios.

O serviço tem a capacidade de identificar moléculas que tenham potencial para ser usadas em novos medicamentos e até mesmo fazer uma previsão a respeito da interação com uma determinada proteína-alvo. Para isso, ele utiliza diversos bancos de dados e de pesquisas anteriores, além de utilizar também milhões de simulações matemáticas.

É o que geralmente acontece nas pesquisas normalmente, porém com o uso do serviço com IA, esse processo acaba se tornando mais rápido já que ele tem a capacidade de fazer esses cálculos de forma mais veloz. Além disso, leva também a uma diminuição nos custos da etapa pré-clínica, ou seja, de tudo que é feito no laboratório.

Já em relação aos testes clínicos, o uso de IA generativa acaba fazendo com que eles sejam ainda mais assertivos, um passo importante nessa evolução.

BioNeMo conta com 6 novos modelos

A chegada de novas tecnologias nessa área é muito bem vinda e pode realmente ajudar a revolucionar como isso tudo é feito. Isso porque atualmente cerca de 90% dos projetos que trabalham no desenvolvimento de novos medicamentos acabam não dando em nada, apenas em falhas.

Kimberly Powell, vice-presidente de saúde da Nvidia, falou sobre essa importância no seu comunicado:

“O poder transformador da IA generativa representa uma enorme promessa para os setores farmacêutico e de ciências biológicas”

Ela própria se referiu ao BioNeMo como “um laboratório de IA de descoberta de medicamentos” e detalhou como isso funciona, revelando que o serviço oferece “modelos previamente treinados e permite a personalização de modelos com dados proprietários que atendem a todos os estágios do pipeline de descoberta de medicamentos, ajudando os pesquisadores a identificar o alvo certo, desenvolver moléculas e proteínas e prever suas interações no organismo para desenvolver o melhor candidato a medicamento”.

O BioNeMo atualmente está oferecendo 6 novos modelos melhorados e que contam com código aberto. Eles podem ser de grande valia na ajuda para descobrir novos remédios. Um deles é o AlphaFold2, por exemplo, que através do deep learning consegue fornecer informações sobre a estrutura de uma proteína. Outro deles, o DiffDock, fornece informações sobre como as moléculas podem se ligar com uma proteína-alvo, como por exemplo as que estão presentes na membrana de um vírus (essa ligação é essencial para que o medicamento tenha efeito).

Um dos mais interessantes é o modelo MoFlow, que tem a capacidade de criar novas moléculas, do zero, usando química generativa. Com isso, ele pode mostrar estruturas que até então eram desconhecidas e que poderão ser usadas para novos remédios e novas terapias. Para completar ainda têm os modelos ProtGPT-2, o ESMFold e o ESM2.

OMS alerta para o risco da falta de medicamentos

Com toda a pandemia e a corrida para trazer vacinas no menor tempo possível, a impressão que dá é que o tempo para a descoberta de novos medicamentos hoje em dia está menor do que em relação ao passado. Isso não é exatamente uma verdade.

A pressa realmente acontece, mas apenas com alguns tipos de medicamento, mais precisamente para aqueles que tem um potencial de rentabilidade mais alto. É o caso das terapias oncológicas, por exemplo.

Porém ainda existem muitas outras doenças que acabam sendo colocadas em segundo plano e demoram muito para receber tratamentos mais modernos, e elas também são responsáveis por colocar muitas vidas em perigo. Um exemplo claro disso são as infecções, já que hoje em dia as bactérias vêm se tornando cada vez mais resistentes e o estudo de novos antibióticos está ficando para trás.

Com isso, os casos de morte por causa de bactérias resistentes aos antibióticos existentes aumenta a cada ano e já está entre as principais causas de morte no mundo. Com isso, a própria OMS, a Organização Mundial da Saúde, já emitiu um alerta destacando a importância de novas pesquisas nessa área para desenvolver antibióticos.

Por isso, a chegada de ajuda de serviços como o BioNeMo e IA generativa pode ser essencial nessa corrida, já que vão conseguir acelerar ainda mais esses testes e ajudar com que as pesquisas avancem de forma mais segura e mais rápida.

Fontes: Nvidia

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