Japão transforma cyberbullying em crime passível de prisão após suicídio de Hana Kimura

Insultos e assédio online, ou cyberbullying, é uma prática que infelizmente vem crescendo dentro da internet e que pode ter consequências irreparáveis. Um exemplo atual disso foi o suicídio da lutadora profissional e estrela de um programa da Netflix, Hana Kimura, em 2020.

Esse acontecimento fez com que o Japão resolvesse estreitar ainda mais a tolerância para esse tipo de crime, que, a partir de hoje, é passível de prisão de até 1 ano no país.

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Cyberbullying agora é crime com prisão no Japão

A lei amplia o tempo de punição, que já era de apenas 30 dias, além de aumentar também o valor da multa, que passa de 10 mil ienes (algo equivalente a R$ 400) para 300 mil ienes (algo em torno de R$ 12 mil).

Essa mudança aconteceu principalmente após a pressão da sociedade em cima da morte de Hana Kimura. Ela tinha apenas 22 anos quando cometeu suicídio em maio de 2020, após ser vítima de cyberbullying nas redes sociais. Os ataques iniciaram principalmente depois da sua participação em um reality show na Netflix local, chamado Terrace House.

Antes de tirar a própria vida, a lutadora profissional ainda fez alguns desabafos no Twitter a respeito dos ataques e perseguições por causa do programa. Na época, 2 homens ainda chegaram a ser condenadas por isso, respondendo por difamação. Porém a pena foi uma multa de 9 mil ienes, ou seja, cerca de R$ 350.

Muitas pessoas reclamaram que essa pena tinha sido muito branda, e com isso o Conselho Legislativo do Ministério da Justiça entrou com recomendações para que essas punições sejam mais justas. Agora, a pena é de prisão por até 1 ano e multa de 300 mil ienes.

Agora, é preciso definir o que a corte vai entender como cyberbullying, ou seja, como insulto ou ofensa. De acordo com a lei, uma ofensa é um discurso que diminui o alvo, porém sem necessariamente associar algum fato a ela. No caso de acusações de algo nesse sentido, seria uma difamação.

Uma das principais oposições a respeito da lei é a respeito do seu impacto na liberdade de expressão, e por isso ela será revisada e reavaliada em 3 anos.

Fonte: CNN