Starlink: China desenvolverá sistema para destruir satélites da empresa de Elon Musk

Más notícias para a Starlink: pesquisadores do exército da China afirmam ser necessário o desenvolvimento de um sistema para destruir os satélites da empresa de Elon Musk.

A Starlink é, na verdade, uma subsidiária de internet via satélite da SpaceX — companha de exploração espacial de Elon Musk —, que envia milhares de pequenos satélites à órbita terrestre para fornecer internet para consumidores.

No entanto, além de consumidores, ultimamente, a Starlink foi responsável por fornecer internet para a Ucrânia. Na época, a ação da empresa foi bastante elogiada quando a infraestrutura digital do país foi afetada pela invasão russa.

Além disso, recentemente, Elon Musk esteve no Brasil para um encontro com o presidente Bolsonaro. Essa visita formalizou um projeto de parceria para a operação dos satélites da Starlink na Floresta Amazônica.

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Apesar da popularidade de Elon Musk, o governo da China considera os satélites da Starlink uma ameaça ao país

A Starlink, de fato, é o projeto de comunicação via satélite mais ambicioso de todos os tempos. O projeto oferece internet banda larga para serviços comerciais e militares em todo o mundo.

Entretanto, a China não vê com bons olhos a Starlink, embora Elon Musk seja bastante popular no país. Devido à expansão dos carros da Tesla na China, Musk alcançou a posição de ídolo para os chineses.

Além da Tesla, obviamente, Elon Musk é o fundador da SpaceX e da Starlink, sendo um modelo a ser seguido na China no sentido de inovação.

Mas, no ano passado, após a aproximação de dois satélites da Starlink à estação espacial da China, Elon Musk passou a sofrer críticas no país.

De acordo com um estudo publicado no mês passado, a China precisa desenvolver um novo sistema anti-satélite. Isso inclui um sistema de vigilância de escala sem precedentes e com capacidade de rastrear e monitorar todos os satélites da Starlink.

Conforme uma matéria do South China Morning Post, a segunda maior potência do mundo precisa de métodos para destruir satélites da Starlink caso esses sejam uma ameça a segurança nacional.

O estudo foi feito por Ren Yuanzhen, pesquisador do Instituto de Rastreamento e Telecomunicações de Pequim. Quem financiou a publicação foi a Força de Suporte Estratégico Exército de Libertação Popular da China.

“Uma combinação de métodos de proteção ativa e passiva deve ser adotado para fazer com que os satélites da Starlink percam suas funções, destruindo o sistema de operação da constelação”, afirma o estudo publicado na revista acadêmica Modern Defence Technology.

 

Contrato da Starlink com o governo dos EUA motivou a criação do estudo

O pesquisador líder do estudo estima que drones militares e jatos stealth dos Estados Unidos podem aumentar sua transmissão de dados em até 100 vezes com uma conexão à Starlink.

Isso porque a SpaceX assinou um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos para desenvolver uma nova tecnologia baseada na plataforma da Starlink. Essa tecnologia inclui instrumentos que podem detectar e rastrear armas hipersônicas viajando a cinco vezes acima da velocidade do som.

Além disso, os satélites da Starlink também são equipados com propulsores de íon. Essa característica permite mudar de órbita rapidamente caso seja necessária uma ação ofensiva contra alvos espaciais.

Com mais de 2.300 satélites em órbita, há a noção de que a Starlink é indestrutível.  O sistema que pode manter seu funcionamento mesmo após perder alguns satélites.

“A complexidade, a flexibilidade e a escala sem precedentes da Starlink forçaria o exército da China a desenvolver novos sistemas anti-satélite”, afirma o estudo.

Desse modo, o estudo afirma que a China precisaria aperfeiçoar seus sistemas de vigilância espacial. O objetivo seria obter imagens com alta nitidez dos pequenos satélites da Starlink para que especialistas identifiquem suas especificações.

China já possui sistemas para destruir satélites da Starlink

A China já afirmou ter desenvolvido vários dispositivos para captura de imagens a base de laser que podem fotografar satélites em órbita com resoluções de milímetros.

No entanto, além disso, o estudo informa que a China também precisa desenvolver um sistema para interceptar os sinais de cada satélite da Starlink para detectar potenciais ameaças.

Conforme o estudo, a China também possui ferramentas aptas para destruir satélites através de mísseis, mas esse método pode gerar uma grande quantidade de detritos espaciais. Com isso, o custo seria muito alto contra um sistema que consiste em pequenos satélites de custo relativamente baixo.

“A constelação da Starlink é constituída por um sistema descentralizada. O confronto não visa satélites individuais, mas, sim, todo o sistema. Para isso, é necessário ações de alta eficiência e baixo custo”, afirma o estudo sem apontar métodos de ataque.

Ainda não houve respostas por parte de Elon Musk e da Starlink sobre essa ação do governo da China. Entretanto, um cientista disse ao South China que o estudo pode ser a primeira ação deliberada para um ataque aos satélites da empresa.

 

Por fim, o cientista, que pediu para não ter sua identidade revelada, afirmou que isso não é uma surpresa, considerando a crescente tensão entre a China e os Estados Unidos.