Visa entra no mercado de criptomoedas

Visa entra no mercado de criptomoedas

A Visa anunciou hoje (13) que irá expandir seus serviços de pagamentos digitais, entrando, em tese, no mercado de criptomoedas, contando com a parceria da Consensys, empresa de blockchain, para desenvolver Moeda Digital do Banco Central  (CBDC, na sigla em inglês).

Moeda Digital do Banco Central, em tese, é a mesma coisa que criptomoedas, ou seja, moedas digitais asseguradas por criptografia, o que dificulta, portanto, qualquer tipo de fraude.

Assim como as criptomoedas, as CBDCs, são redes descentralizadas baseadas em tecnologia blockchain.

A nova plataforma chama-se Visa Acceptance Cloud (VAC), que, de acordo com a gigante do sistema financeiro, “irá revolucionar a forma como empresas recebem o pagamento dos seus clientes”.

Visa criptomoedas

Em suma, a Visa pretende criar uma CBDC sandbox, no sentido de cibersegurança, disponível no segundo semestre, para que os bancos centrais possam experimentar o sistema da Visa, após produzir uma quantia de criptomoedas utilizando o protocolo Quorum, da Consenys.

Agora, após quase um ano, a Visa entra no mercado, assim como sua principal rival, a Mastercard. Leia mais: Mastercard irá aceitar pagamentos em criptomoedas

Visa entra no mercado de criptomoedas para auxiliar governos

A parceria entre a Visa e a Consensys é um dos movimentos mais recentes no mercado de criptomoedas, sobretudo em um momento em que os bancos centrais lutam para produzir suas próprias moedas digitais e empresas financeiras flertam com pagamentos em criptomoedas.

“Bancos centrais estão saindo da fase da pesquisa, chegando ao momento de buscar por um produto palpável para entrar no processo de experimentação”, afirmou Chuy Sheffield, Chefe de criptomoedas da Visa.

A propósito, o CEO da ConsenSys é Joseph Lubin, co-fundador da Ethereum e já trabalhou com vários bancos centrais para testar CBDCs, incluindo os de Hong Kong, Austrália e Tailândia.

Para entrar nessa onda de criptomoedas, a Visa realizou reuniões com quase 30 bancos centrais a fim de discutir os fins de uma moeda digital de criação de governos.

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Mais de 80 países têm planos para lançar suas CDBCs e do Brasil já está em fase de testes

Aliás, vários países ao redor do mundo já estão entrando na onda de lançar uma Moeda Digital do Banco Central devido ao temor em relação ao rápido crescimento de criptomoedas que pode desestabilizar os mercados financeiros ou as moedas fiduciárias.

Diferentemente de criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, os protocolos das CBDCs estão sempre “autorizados”, ou seja, os bancos centrais mantêm controle e governança monetária sobre a moeda.

Países desenvolvendo CBDCs. Créditos: Central Bank Digital Currency Tracker

Por isso, a parceria entre a Visa e Consensys utiliza um modelo de distribuição de duas camadas para as CBDCs. Os bancos centrais desenvolveriam as suas moedas digitais no protocolo Quorum da Connsensys, assim determinando suas regulações monetárias e de governança.

Em seguida, os bancos centrais usariam a infraestrutura da Visa para distribuir a criptomoeda através de instituições intermediárias, como bancos comerciais, ou, no caso do Brasil, estatais.

Real Digital

De acordo com o Central Bank Digital Currency Tracker, site que monitora o desenvolvimento de CBDCs ao redor do mundo, o Brasil já está testando sua moeda digital. Provavelmente, após o absurdo sucesso do Pix, o país decidiu dar um passo à frente rumo a digitalização de pagamentos.

Em março do ano passado, o Banco Central do Brasil anunciou o plano para criação do Real Digital, a CDBCs brasileira, cujo fim é “Estimular novos modelos de negócio que aumentem a eficiência do sistema de pagamentos de varejo”.

Visa criptomoedas
Créditos: Banco Central do Brasil

“A ideia é que o real digital se torne parte do cotidiano das pessoas, sendo empregado por quem faz uso de contas bancárias, contas de pagamentos, cartões ou dinheiro vivo”. Afirmou o banco Central do Brasil.

“Com uma CBDC (Central Bank Digital Currency, na sigla em inglês) brasileira, o BC vê potencial para a aplicação de novas tecnologias, como smart contracts, IoT (Internet of Things – internet das coisas) e dinheiro programável, em novos modelos de negócio, que aumentem a eficiência de nosso sistema de pagamentos”, explica Fábio Araújo, da Secretaria Executiva (Secre) do Banco Central.

Pesquisa da Visa foi o estopim para entrada no mercado de criptomoedas

A Visa decidiu entrar no mercado de criptomoedas após realizar um estudo, divulgado ontem (12), com vários insights sobre o futuro dos sistemas de pagamento. 

O estudo realizou entrevistas com donos de pequenos negócios e consumidores em nove grandes mercados, incluindo o Brasil. O consenso para 2022 é de otimismo e intenção de digitalizar ainda mais as formas de pagamento, afirmando que 82% dos pequenos e médios negócios aceitariam opções de pagamento digital em 2022.

Além disso, 46% dos consumidores da pesquisa esperam usar pagamentos digitais com maior frequência em 2022.

“Pagamentos não são apenas uma forma de completar uma venda. Atualmente, são sobre como criar uma experiência simples e segura, refletindo, assim, determinada marca através de vários canais e oferecer utilidade tanto para o negócio quanto aos seus clientes”, afirmou Jeni Mundy, Chefe Global de Vendas Comerciais e Adquirência da Visa.

Visa criptomoedas
73% dos donos de pequenos negócios afirmaram que novas formas de pagamentos digitais são fundamentais para o seu crescimento. Créditos: Visa SMB Hub

“As habilidades digitais que os pequenos negócios criaram durante a pandemia — desde pagamentos por aproximação ao e-commerce — os ajudaram a sobreviver e, agora, podem ajudá-los a crescer ainda mais”.

A metodologia da pesquisa da Visa foi conduzida pela firma Wakefield Research, durante o mês de dezembro de 2021, entrevistando 2.250 donos de pequenos negócios, ou seja, com 100 funcionários ou menos.

Os nove mercados abordados na pesquisa foram: Brasil, Canadá, Alemanha, Hong Kong, Irlanda, Rússia, Singapura, Emirados Árabes Unidos e os Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, o estudo entrevistou 1.000 consumidores com idade acima de 18 e mais 500 nos outros países.

Fonte: Visa

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