Existem 200 bilhões de processadores ARM no mundo; 900 chips são produzidos a cada segundo

Existem 200 bilhões de processadores ARM no mundo; 900 chips são produzidos a cada segundo

Os chips ARM já fazem parte da evolução tecnológica que vem acontecendo nos últimos anos, e atualmente a Arm Holdings, empresa responsável pela pesquisa e desenvolvimento da arquitetura Arm, comemora a marca de 200 bilhões de chips que já foram produzidos por seus parceiros e ajudaram a galgar esse caminho.

Para falar um pouco sobre essa marca, Simon Segars, chefe executivo da empresa, escreveu um artigo no site oficial, revelando o que esperar para o futuro e como esse caminho foi importante para a evolução de tecnologias como smartphones.

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ARM produz 900 chips a cada segundo

Simon Segars

Simon revelou que se essa marca dos 200 bilhões de chips tivesse chegado com a produção de apenas 1 chip por segundo, então o primeiro deles teria sido produzido na idade das pedras, no período neolítico, algo em torno de 4.300 anos antes de Cristo.

Mas, na realidade, para chegar do 0 a 200 bilhões de chips desenvolvidos, a empresa levou apenas 30 anos graças ao aumento da procura e da produção desses componentes por parceiros. Por isso, ele chegou a conclusão de que hoje em dia cerca de 900 chips são produzidos a cada segundo.

O que é mais interessante, é que Simon também relembra o quanto muitos desses chips foram produzidos para produtos que foram importantes para definir o mundo moderno, principalmente a trajetória de dispositivos como smartphones.

É um caminho que vem desde Nokia 8110, também chamado de “celular banana”, que se tornou tão popular porque Keanu Reeves usou no primeiro Matrix, até outros modelos mais avançados como o Nokia 6110. Nos anos 90, os celulares se tornaram um tipo de produto essencial, e isso só cresceu com o passar dos anos.

ARM

Foi em 1994 que Simon liderou o desenvolvimento do processador ARM que deu poder a muitos desses aparelhos, o ARM7TDMI. Quando a Nokia passou a usar esse processador, isso fez com que o interesse por ele crescesse bastante no setor de tecnologia e com certeza foi essencial para garantir a posição da empresa no mundo da tecnologia.

Hoje em dia cerca de 10 bilhões de ARM7TDMI já foram produzidos, mas a maioria deles foram para os primeiros celulares e consoles de vídeo game. Ele também foi utilizado em outros produtos como máquinas de lavar, controles de airbags de carros e até mesmo limpadores de para-brisas.

Mas ele ainda não está ultrapassado! Segundo Simon, cerca de 200 milhões de unidades foram produzidas e enviadas para parceiros da ARM só em 2020, mostrando o quanto ainda há muita história a ser feita.

Porém, hoje a empresa oferece outras opções para esse mercado, como é o caso do ARM Cortex-X que garante uma ultraeficiência energética e que corresponde a 3/4 da produção e envio de chips da empresa anualmente, ou seja, cerca de metade dos 200 bilhões de chips já produzidos.

Linha ARM Cortex-A é a mais conhecida

ARM Cortex-A

Porém, ainda que o Cortex-M seja o campeão de produção e envios, é a linha Cortex-A usada em dispositivos móveis que tornou a marca tão famosa. O primeiro Cortex-A foi lançado em 2005, mais precisamente o Cortex-A8, e na época muitas pessoas não acreditavam muito em seu potencial.

“Lembro-me de muitas pessoas afirmando com bastante segurança que era “altamente improvável” que os usuários de celular desejassem navegar na Internet em seus telefones” disse Simon.

Mas, claro, a história logo provou que os céticos estavam errados. No período que o Cortex-A8 começou a ser produzido em massa, os dispositivos móveis começaram a ganhar cada vez mais mercado e mudar de forma drástica. Foi nessa época que os celulares se tornaram mais “inteligentes”, ou seja, trocando botões por telas sensíveis ao toque, uso de sistemas operacionais, mais experiências multimídias e até mesmo jogos em 3D.

arm

Com isso, cada vez mais pessoas queriam aproveitar essa evolução e ter internet em seus celulares, que passavam a ser smartphones. Os desenvolvedores da web começaram a se voltar para esse mercado, projetando sites para dispositivos móveis, e isso fez com que aumentasse ainda mais a demanda de hardwares.

Houve também a evolução dos chips ARM, com as equipes de engenharia da empresa enfrentando esse desafio e trazendo componentes que garantiam mais desempenho e melhorias. Simon afirma que um ano que ganha destaque nessa história é o de 2011, quando eles lançaram a primeira arquitetura ARM de 64 bits, ARMv8, e a tecnologia big.LITTLE.

Essa tecnologia combina os núcleos LITTLE que são mais eficientes e os núcleos big para maior desempenho. Ela foi essencial para que o aparelho pudesse balancear melhor as cargas de trabalho a depender da tarefa exigida, garantindo assim o máximo de desempenho quando necessário e o máximo de eficiência quando possível.

Olhando para o futuro

futuro

Simon relembra que eles passaram a marca de 1 bilhão de chips em 2002, mas foi em 2011 que eles produziram mais de 1 bilhão em um único ano, e por isso o ano é tão importante para ele. A partir daí os números só aumentaram. Para se ter uma ideia, metade dos 200 bilhões de chips foram produzidos só nos últimos 5 anos.

E ainda que eles comemorem essa marca, Simon diz que uma parte significativa da alegria dessa comemoração para ele como engenheiro, é saber que ainda existem mais bilhões de chips para serem criados e que serão ainda melhores do que os atuais.

Ele pretende oferecer produtos que sejam mais rápidos, mais seguros, mais sustentáveis e que garantam melhorias qualitativas e quantitativas à vida de todos. Além disso, também oferecem programas como o Arm Flexible Access que hoje em dia conta com 100 licenciados ativos, e que tem como objetivo democratizar o acesso à tecnologia da empresa.

Simon revela que a próxima “grande coisa” que ele almeja para o futuro são máquinas mais inteligentes, aprimoradas com IA, ancoradas em seguranças mais fortes e que oferecem um maior poder de processamento que garantirão novas possibilidades. Ele acredita que o poder da computação poderá transformar empresas e sociedades.

“Deixe-me terminar pintando um quadro que resume as notícias de hoje. Olhe para o céu em uma noite clara e para o manto de estrelas que constituem a Via Láctea. Uma estimativa intermediária do número de estrelas em nossa galáxia é de 200 bilhões: uma estrela para cada chip baseado em Arm implantado até o momento. De agora em diante, alcançaremos o universo fora da Via Láctea. Agora, essa é uma visão para o futuro.”

Fonte: ARM

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