Ericsson irá aumentar a produção de equipamentos para o 5G no Brasil

Ericsson irá aumentar a produção de equipamentos para o 5G no Brasil

O presidente da Ericsson na América Latina, Eduardo Ricotta, afirmou que a empresa irá expandir sua produção de equipamentos para tecnologia 5G para competir com a concorrência.

A Ericsson, atualmente, possue a maior parcela do mercado de tecnologias mobile do Brasil, com 52% de presença. No entanto, a empresa teme os avanços da concorrência devido ao leilão do espectro eletromagnético  5G que o ocorrerá no Brasil.

De acordo com o Programa de Parcerias e Investimentos do Governo Federal, o Leilão do Espectro do 5G será o mais “importante leilão de readiofrequências do Brasil”, que oferecerá faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.

Segundo Marcos Ferrari, presidente da associação das operadoras no Brasil, a Tele Brasil, esse leilão será o maior para o 5G dentre todos os que foram feitos no mundo.

Espera-se, após muitos adiamentos, que o leilão ocorra em junho deste ano e a Ericsson, portanto, irá preparar sua linha de produção para esse periódo.

Fábrica brasileira é responsável por parte das exportações da Ericsson

A Ericsson está produzindo uma nova linha de montagem, em sua fábrica em São José dos Campos, para fornecer equipamentos 5G para todas as operações da empresa na América Latina.

“Nós esperamos que a nova linha de montagem esteja pronta até o próximo semestre”, disse Ricotta. O CEO salientou que a fábrica em São José dos Campos, no estado de São Paulo, já representa cerca de 40% das exportações da Ericsson para outros países.

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A Fábrica da Ericsson em São José dos Campos, inaugurada em 1955, um projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer. Créditos: Luísa Suida/Google Maps

A Ericsson estima que o lucro potencial da digitalização no Brasil seja, aproximadamente, 391 bilhões de reais. Desse montante, 153 bilhões, possivelmente, serão gerados pela adoção do 5G em 10 indústrias, que incluem saúde, agricultura, energia e mídia.

Eduardo Ricotta considera possível o calendário proposto e espera que o Brasil alcance os outros países da América Latina que estão implantando a tecnologia 5G mais rapidamente.

De acordo com ele, o Chile já “está bem na frente” do Brasil.

Os observadores das telecomunicações no Brasil esperam que a tecnologia 5G esteja disponíveis em todas as capitais em meados de 2022.

Sobre o leilão do espectro do 5G, que carece de aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU), Ricotta se mostra postivo, embora o processo deva ter uma análise bastante minunciosa. Segundo o CEO da Ericsson, o governo brasileiro irá abrandar as preocupações da indústria acerca dos custos do espectro.

Investimento da Ericsson no Brasil tem o 5G como maior foco

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Eduardo Ricotta, Presidente da Ericsson na América Látina. Créditos: Ericsson

A expansão na cadeia de produção de equipamentos para 5G da Ericsson no Brasil é parte de um plano de investimento da empresa de 1 bilhão de reais no país até 2025.

A Ericsson mira no surgimento de novos fabricantes de equipamentos, pois os esforços do governo americano em banir produção de 5G da Huawei, a maior rival da empresa sueca, não refletiram na América Latina.

Alías, recentemente, a Huawei divulgou que é a maior detentora de patentes relacionadas ao 5G, ficando a frente das nórdicas Ericsson e Nokia.

As operadoras brasileiras não são proibidas de utilizar os serviços da Huawei no lançamento comercial do 5G, mas precisam criar uma rede privada separada do governo, algo que, de acordo com Fabio Faria, Ministro das Comunicações, a Huawei não conseguirá se enquadrar.

Eduardo Ricotta preferiu não entrar em problemas geopolíticos, mas afirmou que a “Ericsson irá lutar para prover essa conexão para o governo, independemente do número de concorrentes.”

A Ericsson, tendo isso em vista, já assinou 131 contratos com operadoras para fornecer equipamentos para o 5G. 79 das redes de 5G em funcionamento no mundo utilizam tecnologia da Ericsson, o que significa que empresa está presente em 55% de todos os lançamentos comerciais do 5G até então.

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