Radeon Technologies Group está completando um ano, e a AMD tem muito o que comemorar!

Radeon Technologies Group está completando um ano, e a AMD tem muito o que comemorar!

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Além de um ciclo renovado em relação a bons produtos a AMD precisava se renovar também na parte de gestão, adotando uma nova postura, mais agressiva, no melhor sentido da palavra, para se tornar novamente relevante para o público e consequentemente para o mercado.

No geral esse gás na parte administrativa começou lá em 2014, com a oficialização de Lisa Su, como CEO da companhia. Dentre os dois produtos mais importantes da AMD, processadores e placas de vídeo, por enquanto o que mais tem ganho espaço nesse novo ciclo foram as VGAs, com a criação da Radeon Technologies Group (RTG), que completou um ano ontem.

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Basicamente o que o RTG fez foi segurar as rédeas da administração dos produtos gráficos lançados pela gigante de Sunnyvale. Uma divisão independente que seria a responsável por pensar em estratégicas que conseguissem impactar o consumidor, seja ele final ou corporativo. A parte de gestão nesse caso ficou nas mãos de Raja Koduri, engenheiro de origem indiana que sabia muito no que estava se metendo, já que teve passagens pela ATI, antes mesmo da fusão com a AMD. É claro que também estava ciente do momento da companhia, e que um grande punch era necessário.

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Raja Koduri

Ao assumir o comando Koduri disse que A RTG teria uma equipe dedicada em expandir os negócios enquanto seria criado um ambiente único para as mais brilhantes mentes em relação ao setor gráfico com o objetivo de redefinir a indústria.

Esse discurso de redefinir a indústria é sempre tratado como mais um daquelas falas marketeiras, mas a longo prazo, avaliando esse um ano de gestão e o que foi lançado, dá para dizer que pelo menos a AMD conseguiu se redefinir, lançando produtos realmente interessantes, como as placas Polaris, que deixou de lado aquele sentimento de remarcações, tudo foi desenhado do zero, apostando em uma nova litografia, e principalmente em postura de mercado.

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imagem da campanha Join The Rebelion (Junte-se a Rebelião) em promoção as placas Polaris

Essa questão de uma nova postura de mercado ficou clara com o que chamo de “Trindade Polaris”, as três placas baseadas nessa arquitetura, a RX 480, RX 470 e RX 460. Nenhuma é destinada a mercados muito específicos como o entusiasta e gamer, o que acontece na verdade é uma tentativa (ao meu ver bem sucedida) de abraçar o mainstream, “democratizar o VR” e reconquistar participação de mercado (e lucros), para então apostar em algo mais segmentado. É claro que também tem o fator investimento, a AMD não passa por bons momentos economicamente, o que também limita o desenvolvimento. Koduri citou na época de lançamento da RX 480, que a missão no momento é um processo de reconquista “pixel a pixel”.

Com a geração Polaris a AMD, conseguiu fechar o segundo trimestre de 2016, com 34,2% de participação de mercado, de acordo com a Mercury Research, um aumento de 4,2% em relação a medição anterior. Obviamente a NVIDIA segue líder a passos largos, com 70,6%, mas em relação ao impacto dos lançamentos recentes causado nas duas companhias, Polaris está se saindo muito bem perante a Pascal, embora seja uma comparação até meio injusta, já que a AMD não conta com um modelo high-end.

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Relação de participação de mercado de placas de vídeo da AMD e NVIDIA, entre 2015 e 2016

Já nas medições da Jon Peddie Research essa retomada da AMD é mais discreta, os dados referentes ao segundo trimestre de 2016 mostram que a companhia fechou com participação de mercado de 29,9%, enquanto a NVIDIA ficou com 70%. Mas é interessante observar o renascimento da AMD comparando com o desempenho apresentado em 2014, e início de 2015, onde a participação chegou a bater 18.8%, enquanto nesse mesmo período NVIDIA detinha 81.1%.

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Grafico que mostra a briga da AMD e NVIDIA em relação a quota de mercado ao longo dos anos

A tão aguardada placa que irá brigar nesse nicho mais restrito não será baseada em Polaris, e sim na Vega, que também faz parte de produtos que estão sendo desenvolvidos sob a batuta de Koduri e da Radeon Technologies Group. A principal característica dessa nova arquitetura será a presença das memórias HBM2. Provavelmente a arquitetura Vega irá dar as caras no primeiro semestre de 2017.

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Roadmap da AMD mostrando que a arquitetura Vega será lançada no primeiro semestre de 2017

Se por um lado, o do consumidor final, a AMD ainda não concentrou esforços para opções mais robustas em termos de desempenho, para outros públicos, como o setor corporativo e de criação de conteúdo em geral, nesse um ano de RTG recebeu opções de peso, como por exemplo a Radeon Pro Duo, desenvolvida tendo como alvo os criadores de conteúdo em VR, lançada em março, equipada com dois chips Fiji, resfriamento líquido, 8 GB de memória HBM e poder computacional de 16 TFLOPs

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Radeon Pro Duo

Ou então com as placas Radeon Pro, anunciadas em julho, substitutas das placas FirePro. A mais relevante até o momento é a Radeon Pro SSG, que de acordo com Koduri quebrou umas das maiores limitações em relação aos chips gráficos: o acesso a terabytes de memória. Diferentemente de todas as placas até então, esse modelo conta com um banco de memória diferenciado, já que é um SSD M.2 de 1 TB ligado a GPU através de um barramento PCIe dedicado.

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Raja Koduri com a Radeon Pro SSG

Nessa caminhada de um ano da RTG talvez o único passo em falso tenha sido o problema enfrentado pela RX 480 em relação ao fornecimento de energia, já que a placa estava consumindo acima do permitido no slot PCI-Express, testes do TecLab revelaram que a placa chegava a puxar 126W do slot, 68% em relação ao permitindo pela PCI-SIG, que é 75W. Porém, não demorou muito para que a companhia resolvesse o problema com o lançamento de um driver.

Driver é outro quesito que a AMD amadureceu ao longo dos anos, e já na administração RTG a companhia conseguiu o maior avanço até aqui, que foi o lançamento do Radeon Software Crimson Edition, em dezembro de 2015, que trouxe avanços em termos de interface e melhorias no rendimento das placas. Outros avanços em termos de driver é o suporte para a API Vulkan, além do GPU-PRO, voltado para o Linux.

Nesse um ano de divisão independente cuidado dos negócios relacionados a placas de vídeo, a AMD conseguiu “voltar para o mapa”, e apresentar bons produtos tanto para o consumidor final, com uma estratégia de mercado mais ampla, como também para setores mais específicos. O próximo passo agora e que deverá render bons capítulos será a briga no setor high-end, entre a Vega, possivelmente uma RX 490, contra uma provável GTX 1080 Ti, que inclusive suas especificações já vazaram.

Esse mercado de alta performance ao decorrer dos anos será imprescindível para o futuro da AMD, as iGPUs (vídeo integrado) vem se tornando cada vez mais interessante perante as opções offboard, impactando diretamente nas vendas, enquanto setores relacionados a performance, entusiasta e workstation vem crescendo, como mostra o gráfico abaixo da Jon Peddie Reserach.

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Mercado de GPUs em 4 segmentos distintos

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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