A sensação de tirar um smartphone novo da caixa é tão boa, não é verdade? Rasgar o plástico, abrir a tampa com todo o cuidado do mundo, para não derrubar o aparelho. Sentir aquele cheirinho de coisa nova. Remover o plástico de proteção da tela. Ligar pela primeira vez. Tudo fluindo rápido, como deveria. Nem parece que daqui um tempo vai estar lento e cheio de marcas de dedo.
Você já parou para se perguntar quanto tempo dura um smartphone? No passado, há mais ou menos 10 anos, os smartphones tinham uma vida útil bem mais curta. Mas com a evolução da tecnologia e o uso de processadores mais rápidos, uma maior quantidade de memória RAM e carregadores de bateria mais inteligentes, os nossos celulares estão durando cada vez mais.
Entretanto, nós vivemos em um sistema capitalista que visa, acima de tudo, o lucro. E os fabricantes de smartphones precisam continuar vendendo, ano a ano, mesmo que o seu celular ainda esteja novinho e funcionando perfeitamente.
Neste artigo nós iremos conversar sobre o tempo de vida médio de um smartphone. É claro que não existe uma resposta definitiva. Basicamente, o tempo de vida de um smartphone depende de 2 fatores: da categoria do smartphone e também do seu sistema operacional. Como assim? Vamos explicar em mais detalhes nos próximos parágrafos.
Categoria do smartphone
Um dos fatores que influenciam diretamente na durabilidade do smartphone é a categoria a qual ele pertence. Existem, basicamente, 4 categorias neste mercado. São elas:
- Entrada
- Intermediário
- Intermediário Premium
- Topo de Linha
Vamos entender um pouco sobre cada uma dessas categorias.
Entrada
Os smartphones de entrada são os mais básicos e baratos. Em geral, eles trazem processadores menos potentes, uma menor quantidade de memória RAM, menos espaço de armazenamento, câmeras piores e um acabamento majoritariamente feito em plástico. É claro que existem algumas poucas exceções, mas no geral, essas são as características de um smartphone de entrada, que custa menos de R$ 1.000.
Devido ao conjunto de hardware abaixo da média, é natural que depois de 1 ano (às vezes até menos), o smartphone comece a apresentar lentidão para abrir alguns aplicativos, travamentos e a bateria comece a descarregar com mais rapidez do que no começo.
Como o mercado está sempre indo para frente, é natural que os aplicativos e jogos fiquem cada vez mais pesados, exigindo mais capacidade de processamento e memória. Dessa forma, os celulares de entrada começam a ter dificuldades em abrir determinados aplicativos, frustrando o usuário e o deixando com raiva da lentidão.
Em geral, as pessoas que compram smartphones de entrada costumam trocar por um aparelho novo ou de categoria superior em pouco mais de 1 ano. Mas, se você tiver paciência ou não tiver dinheiro para trocar de aparelho, pode conseguir ficar com ele por cerca de 2 anos.
Intermediário
Os celulares intermediários ficam no meio do caminho. Eles são mais potentes do que os de entrada mas não possuem o mesmo “poder de fogo” do que os top de linha das empresas.
No mercado brasileiro é comum que o preço deles gire em torno de R$ 1.500 a até R$ 2.000, no máximo. Os smartphones intermediários já conseguem atender a grande maioria dos usuários.
Se você usa o smartphone para tirar fotos, acessar o Instagram, WhatsApp, Facebook, YouTube, Spotify e todos os outros aplicativos mais usados, dificilmente terá problemas com um aparelho intermediário. A vida útil deles costuma ser de 2 anos. Depois disso eles começam a ficar para trás e já não acompanham a evolução do mercado, mas ainda são usáveis. Só não terão a mesma agilidade de antes.
Mas, se você quiser usar o máximo possível, acredito que dê para ficar com um smartphone intermediário por pouco mais de 3 anos. Depois disso, já é interessante trocar de aparelho.
Intermediário Premium
Os smartphones que pertencem à categoria intermediário premium são os mais próximos dos modelos top de linha, mas ainda ficam abaixo em alguns quesitos. Atualmente, custam entre R$ 2.500 a no máximo R$ 3.500, dependendo muito de qual o conjunto de hardware usado.
Eles possuem um ótimo poder de processamento, uma boa quantidade de memória RAM e, por vezes, uma capacidade de armazenamento acima dos 100 GB. A tela desses smartphones também costumam ser muito boas, com grandes dimensões e resoluções elevadas. São aparelhos que atendem com perfeição praticamente qualquer usuário de smartphone.
Devido ao seu preço mais elevado e as especificações técnicas robustas, esse tipo de smartphone tem uma vida útil mais elevada, muitas vezes chegando a 3 anos. Os donos de smartphones intermediários premium acabam trocando de celular apenas para acompanhar o mercado, não por causa de uma necessidade mesmo. É tanto que na maioria das vezes eles revendem o celular para outra pessoa.
Topo de linha
Estes são os celulares mais caros e com mais potência à venda no mercado. Não raro eles ultrapassam a faixa de preço de R$ 5 mil. Sendo voltados para um público mais restrito, com poder aquisitivo maior, os smartphones top de linha trazem o que há de melhor na tecnologia atualmente.
Os processadores mais rápidos, uma enorme quantidade de memória RAM e armazenamento, câmeras super inteligentes e de qualidade, bateria com diversas tecnologias de durabilidade, dentre outras funções.
Um smartphone top de linha, como o iPhone 12 ou Galaxy S21, podem alcançar uma vida útil de mais ou menos 5 anos. Tudo isso sem apresentar grandes problemas com respeito a lentidão ou travamentos.
Uma prática muito comum, inclusive, é a compra do smartphone top de linha do ano anterior. O preço dele estará bem mais baixo, mas ele continuará sendo um excelente aparelho, muitas vezes superior aos modelos intermediários premium do ano corrente. Portanto, se você planeja passar muito tempo com um smartphone, a compra de um modelo top de linha é a mais acertada.
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Sistema operacional
Outro fator que influencia diretamente na vida útil do smartphone é o sistema operacional que ele usa. Hoje em dia existem apenas dois sistemas operacionais para smartphones: Android e iOS. Vamos falar um pouco sobre cada um deles.
Android
O sistema operacional Android é desenvolvido pela Google e licenciado para diversas outras empresas, tais como Samsung, Motorola, Xiaomi, Huawei, LG, Sony e muitas outras. Diz-se que é o sistema mais democrático, pois qualquer um pode ter um celular Android.
Porém, o suporte para o Android não é tão longo e varia de fabricante para fabricante. A maioria das marcas só garante atualização para novas versões do sistema por um ano. Algumas outras marcas, como Samsung, Motorola e Xiaomi conseguem atualizar seus celulares por 2 anos. Mas não passa muito disso.
Isso significa que quando você compra um celular Android novo, ele receberá novas versões por, no máximo, 2 anos. Depois disso você fica sem os novos recursos e funções implementados pelo Google.
Querendo ou não, esse é um dos motivos que fazem os celulares Android não terem uma vida útil tão longa e caírem com mais rapidez na obsolescência programada.
iOS
O iOS é o sistema operacional desenvolvido pela Apple e usado apenas no iPhone. Digamos que o iOS é uma roupa feita sob medida e o Android é uma roupa comprada no varejo. O Android precisa “vestir” vários aparelhos diferentes. Já o iOS precisa “vestir” só o iPhone e, por isso, ele pode ser melhor otimizado. E isso por si só já aumenta a vida útil do dispositivo.
Além disso, a Apple atualiza o iPhone por um período bem maior de tempo. Não é difícil ver um iPhone lançado 4 anos atrás receber a versão mais recente do iOS. E por se tratar de um aparelho que é bem integrado e otimizado ao sistema operacional, ele não perde tanto desempenho com o passar dos anos.
É por isso que o iPhone tem uma vida útil bem maior que a maioria dos smartphones com Android, inclusive com uma depreciação bem menor.
Conclusão
No final das contas, a vida útil do seu smartphone depende de alguns fatores, que vão desde o sistema operacional até mesmo à categoria na qual ele está enquadrado. Mas é claro que o cuidado que você tem com o celular também é um fator importantíssimo.
Manter o aparelho sem marcas de uso, arranhões ou mesmo quedas ajuda a aumentar a vida útil do celular. Inclusive, na hora de passar para frente, você pode até cobrar um valor um pouco acima da média. Portanto, use também capas de proteção, películas para a tela e cuidados com a bateria do dispositivo.
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