Qual a diferença entre o Chrome e o Chromium?

Qual a diferença entre o Chrome e o Chromium?

“O Google criou o projeto Chromium, de software livre, para fundamentar as bases do design e desenvolvimento do navegador Chrome, bem como do sistema operacional Google Chrome OS. O objetivo do projeto era oferecer um navegador mais estável, veloz e seguro, que tivesse uma interface de usuário mais simples e eficiente”, trecho presente no livro “A verdade por trás do Google” (Editora Planeta/2013).

Com base nesse projeto o todo-poderoso Google conseguiu trazer dois produtos que acabaram emplacando no mercado – o navegador Chrome e o sistema Chrome OS, além de ter criado as bases para um navegador que continua open-source até hoje, o Chromium. Neste artigo iremos analisar a diferença entre Chrome e o Chromium. Navegadores que carregam muitas semelhanças e diferenças.

Google Chrome

Como já contamos nesta matéria, quando o Chrome surgiu no mercado, tentando marcar posição no mercado de navegadores, o Internet Explorer, da Microsoft, ainda tinha uma posição dominante, com 73,75% do mercado, seguido pelo Firefox, da fundação Mozilla, com 18,41% do mercado. O Firefox foi determinante para que o Google resolvesse adentrar no mercado de navegadores. A empresa de Sergin Brian e Larry Page tinha uma relação bem próxima com  a fundação, oferecendo apoio técnico e financeiro ao navegador Mozilla, mas, ao mesmo tempo, estabelecendo suas bases para colocar seu próprio navegador no mercado, que viria a ser o Chrome, baseado no projeto de código-aberto Chromium.

Internamente havia uma certa dualidade de posições sobre o Google investir em um navegador. O chefão da empresa na época,  Eric Schmidt, acreditava que a empresa não tinha tempo e recursos para competir no mercado de navegadores. No entanto, os fundadores do Google, Sergin Brian e Larry Page, bancaram o projeto e investiram pesado na ideia, levando para o GooglePlex diversos engenheiros que trabalhavam no Firefox. Em entrevista ao The Wall Street Journal em 2009, Schmidt admitiu que depois que viu o protótipo do navegador que os engenheiros estavam desenvolvendo para o Google mudou de ideia, considerou o lançamento do navegador como um acerto.

No livro “Como o Google Funciona” (Editora Intrínseca / 2015), escrito pelo próprio Eric Schmidt, o executivo define o Google Chrome como um navegador de código-aberto que surgiu com o entendimento de que, como os sites estavam se tornando mais complexos e potentes, os navegadores precisavam ser refeitos, para serem mais rápidos.

Atualmente o Google Chrome tem uma posição dominante, assim como o Internet Explorer, já foi um dia, com 63.72%, de acordo com dados da Stat Counter.

Chromium

Ele também é um navegador, conta com um logo parecido com o do Chrome e é tão importante quanto. Esse é o Chromium, o alicerce para o que o Google Chrome é hoje. Este projeto de código aberto pode ser encarado como a porta de entrada para que o Chrome se tornasse o fenômeno que virou, ultrapassando o Internet Explorer e o Firefox em apenas 4 anos, desde seu lançamento.

O Chromium, que surgiu em 2008, é um projeto open-source, que, assim como qualquer outro projeto dessa categoria, representa um produto que conta com a colaboração de desenvolvedores e empresas de todo o mundo, que desejam contribuir com o projeto, ou até mesmo desenvolver suas próprias variações, com mudanças de design e estrutura.

Além do Google Chrome, ha diversos outros navegadores que são baseados no Chromium: Opera,Vivaldi, Yandex Browser e até o Microsoft Edge. Sim, o novo navegador da Microsoft, que estreou com o Windows 10, está sendo remodelado, tendo o Chormium como base.

Diferenças entre o Chrome e Chromium

Pronto, agora que conceituamos o que é o Chrome e o que é o Chromium vamos falar sobre as principais diferenças entre eles. Embora tenha também relação com outros projetos, o Chromium é mais conhecido por sua atuação como um navegador para web, assim como o Firefox, Opera, Safari, e, é claro, o Chrome.

O Chrome, mesmo tendo como base o Chromium, há diferenças notáveis com o projeto que o originou. Essas diferenças passam até pela aplicação de mercado. Embora seja gratuito, o Google utiliza o domínio de mercado do Google e de outros de seus serviços amplamente adorados, como o Gmail e Youtube, para conhecer melhor os usuários, utilizando amontoados gigantescos de dados para refinar seus produtos e ditar o ritmo da evolução da web. Essa possibilidade acaba esbarrando na questão da privacidade.

Esse é um dos motivos que fãs fervorosos da cultura open-source jamais irão indicar o Chrome como um navegador viável para o uso. Há diversas alternativas que podem garantir a privacidade para o usuário, o Chromium é um deles.

O Chrome tem em sua origem um projeto open-source, mas o Chrome é um produto com diferenças no desenvolvimento. Enquanto o Chromium pode contar com a colaboração de desenvolvedores de todo o mundo,  as melhorias e mudanças do Chrome são promovidas pelos próprios engenheiros do Google, com código proprietário. Essa diferença faz com que o Chromium seja atualizado com mais frequência que o Chrome.

Em contrapartida, os updates do Chrome são automáticos, enquanto no Chromium é necessário realizar a ação manualmente. Esse fator “manual” acaba posicionando o Chromium como um navegador mais indicado para quem quer conhecer mais afundo recursos e expandir as possibilidades do navegador, como, por exemplo, no caso do suporte a determinados codecs. O quesito dos codecs talvez seja a maior limitação do Chromium, já que ele suporta apenas codecs de código aberto, seguindo a filosofia do projeto. Diferentemente do Chrome que inclui codecs licenciados, como o AAC e H.264.

O conjunto da obra é o seguinte: o Chrome tem tudo que o Chromium possui, mas o Chromium não tem tudo o que o Chrome tem, por uma questão das diferenças de como ambos os projetos encaram a web, principalmente no que tange à privacidade.

Atualmente o Google está desenvolvendo uma série de novos padrões para garantir mais privacidade aos usuários que utilizam seu navegador, projeto intitulado Privacy Sandbox. Assim como o Chromium, esse projeto será código-aberto.

 

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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